Capítulo 15

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-Você veio! Não acredito!  

Disfarcei um sorriso envergonhado com um simpático assim que a voz        razoavelmente estridente de Dianna atingiu meus tímpanos, e vi Mary rir
discretamente ao meu lado. Apesar da música alta e do falatório que preenchiam acasa noturna, boa parte do grupo de pessoas que a cercavam tiveram suas atenções roubadas pela exclamação surpresa da aniversariante, e as transferiram para mim, fazendo com que meu rosto corasse o suficiente para que minha vergonha fosse visível até mesmo sob a quase nula iluminação interna.

– Pois é... Eu vim – respondi, quando Dianna se aproximou para receber meu abraço– Parabéns!

– Obrigada! – ela agradeceu, após me soltar, e repetiu o procedimento com Mary, ainda que mal a conhecesse, em seguida voltando a se dirigir a mim – E o seu namorado? Aquele deus grego... Não acredito que ele não veio!

Revirei os olhos, mais do que acostumada com o comportamento nem um pouco discreto de Dianna em relação a Harry .

– Ele não pôde vir, mas mandou lembranças.

– Tipo um beijo? Na boca? – ela riu, e bastou um olhar mortífero meu para que elagargalhasse e desistisse de me irritar – Brincadeirinha! Eu já arranjei meu namorado gato mais velho, não se preocupe.

Ergui as sobrancelhas, lançando um olhar surpreso para Mary, que o retribuiu com um idêntico.

– Como assim? – perguntei, verdadeiramente curiosa. Dianna deu de ombros.

– Não é bem um namorado, é mais um rolo... De qualquer forma, nós nos conhecemos há pouco tempo, e ele pode até parecer um tanto desinteressado, mas eu não vou desistir! Talvez ele apareça hoje, então fiquem espertas. Ele é absurdamente gato, sério. Acho que dá até pra competir com o seu precioso... Como é o nome dele mesmo?

Engoli em seco antes de responder, sem poder evitar uma sensação estranha ao ouvir sua explicação.

– Harry .

– Isso, isso – ela assentiu vagamente, antes de me puxar pelo pulso – Enfim, venham! Vou apresentá-las ao resto da turma.

Sem tempo para aprofundar meus pensamentos e certa de que ela já tinha um considerável nível de álcool correndo nas veias, apenas deixei que ela me guiasse, com Mary em nosso encalço.
Quando enfim havíamos cumprimentado cada amigo de Dianna e nossa presença foi ofuscada pela chegada de novos conhecidos do grupo, respirei fundo e olhei para Mary, que imediatamente notou os vestígios de preocupação em meu rosto. Sem dizer uma palavra, ela me deu as costas e seguiu numa determinada direção, ação que eu obviamente reproduzi, já sabendo nosso destino.

– O que houve? – ela indagou assim que a música alta foi notavelmente abafada pela porta do banheiro feminino.

Respirei fundo antes de falar, sabendo que ela me julgaria loucamente.

– Você não acha que...

– O rolo da sua amiga possa ser o Niall?

Não respondi, apenas desviei meus olhos dos dela, em parte surpresa por sua percepção, e em parte envergonhada por ser tão paranoica.
Mary caminhou até o espelho e fitou seu reflexo, pensativa, antes de voltar a falar.

– Não vou negar que a hipótese também tenha me ocorrido.

– Eu sei que existem inúmeros homens mais velhos do que Dianna nessa cidade –falei, incapaz de conter o fluxo de palavras assim que recebi o incentivo dela para liberá-lo – Mas depois de tudo o que ele fez, principalmente nas últimas semanas, é tão estranho me sentir perseguida?

– Não, claro que não – Mary suspirou, virando-se para mim de imediato – Estranho seria você não se sentir perseguida. Além de ser uma total burrice, já que Niall claramente ainda não conseguiu o que disse querer.

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