Capítulo 18

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Por Fernando

Aquele doutor tinha me beijado! Que atrevido! Eu tentei me esquivar, mas ele foi mais rápido e me puxou para me beijar novamente.

— Eu gosto de rapazes assim, que sejam esquentadinhos — ele disse e eu fiquei vermelho de raiva.

— Me solta, doutor Carlos Antônio. Eu sou seu paciente, se ainda não percebeu e isso é crime — pedi e ele me jogou na cama, abaixando minhas calças e minha cueca, insinuando que iria me estuprar. — O que você vai fazer?

— Vou foder esse seu lindo rabinho — ele respondeu e eu gritei, assustado.

— Socorro!

— Cala a boca, seu filho da puta!

Foi nesse instante que o homem da minha vida entra no quarto e me pega nos braços, me tirando daquele hospital. Acordo horas mais tarde em meu quarto na casa de meu pai e vejo Alex me observando.

— Que bom que você acordou. Aquele tal de Carlos Antônio não era médico coisa nenhuma. Ele foi preso por tentativa de estupro, já que foi preso em flagrante: as câmeras do hospital flagraram toda a ação do bandido e a polícia foi acionada. Quando eu cheguei no seu quarto, só deu tempo de esmurrar o cara e te trazer comigo. Seus pais não estavam cientes do ocorrido porque tinham vindo pra casa — Alex me explicou e eu fiquei sem saber o que dizer.

— Fernando, eu e o Thomás viemos para casa porque você estaria em boa companhia com o Alex. Não fazíamos ideia de que aquele crápula não era um médico de verdade — me pai se explicou e eu não fiquei chateado com ele.

— Obrigado por ser meu pai — eu agradeci, dando um beijo na mão dele.

— Filho, eu te amo muito, não precisa agradecer — meu pai me respondeu, me deixando emocionado.

— Maury, você tem que contar pro Fernando — disse Thomas, me deixando curioso.

— Me contar o quê, pai?

— Bobagem — ele respondeu, tentando desviar o assunto.

— Maury, por favor, conta logo ou eu conto — insistiu Thomás, me deixando preocupado.

— Fernando, eu não sou seu pai biológico. Eu não sei quem é seu pai biológico. A Katherine foi estuprada e você é fruto desse estupro — respondeu meu pai, me deixando chocado.

— Mas, pai, como você disse que passou a leucemia pra mim, se não é meu pai biológico?

— Fernando, eu disse aquilo pra poder te confortar. Eu não sou seu pai biológico, mas te criei como se fosse meu filho — meu pai explicou, me olhando nos olhos. Ele estava com lágrimas nos olhos também . Reviver tudo aquilo estava deixando ele mal.

— Pai, por favor, não me conta mais nada — eu pedi, triste.

— Eu preciso contar isso, meu filho. O Thomás sempre esteve ao meu lado e quando sua mãe me traiu, ele me ajudou a passar por tudo. Você era novo demais pra entender algumas coisas e eu não queria te traumatizar com a verdade — meu pai seguiu em frente, me ignorando.

— Pai...

— Fernando, sua mãe conseguiu sua guarda alegando que eu não era seu pai biológico e por isso não tinha direitos sobre a sua guarda. Me perdoe por não te contar antes — meu pai continuou e em seguida desmaiou,  deixando todos nós preocupados.

Meu pai foi levado para a o hospital e teve que ser internado na UTI, pois seu caso era grave, já que ele tinha leucemia. Os médicos me deram um sermão, pois eles acreditavam que era minha culpa pelo meu pai ter desmaiado.

— Não fica assim, Fernando. Você não tem culpa nenhuma do seu pai ter desmaiado, e sim, minha. Eu não devia ter pressionado ele a te contar a verdade sobre ele não ser seu pai biológico — disse Thomás, me deixando triste.

— A culpa não é de ninguém, Thomás. Meu pai contou porque quis. Eu tentei fazer com que ele deixasse pra depois, mas ele foi teimoso e me contou mesmo assim. Agora ele está na UTI por conta de sua teimosia — expliquei, chateado com meu pai.

Depois daquilo, ficamos conversando sobre o fato de eu não ser filho biológico do Maury e Thomas decide encerrar o assunto antes que acabe magoando meu pai e a mim.

Em Família (Romance Gay)Where stories live. Discover now