Capítulo 2

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Eu achei bem estranho o que aconteceu naquele dia que falei com meu filho pelo telefone e resolvi comprar a passagem do Fernando pra ele vir morar comigo o quanto antes.

— Fica tranquilo, meu amigo. Seu filho vai amar você do jeito que você é — disse meu amigo Hugo Eduardo, enquanto tomávamos café na lanchonete do namorado dele, José Augusto.

— Obrigado, meu amigo. O problema é que aconteceu alguma coisa durante a ligação que eu não consigo entender — agradeci, contando a ele sobre os gritos que ouvi antes da ligação ser cortada. Meu celular toca e eu atendo ao ver um número desconhecido. — Alô?

— Pai? Puxa, até que enfim consegui te ligar — era Fernando e ele estava ofegante.

— Filho, o que aconteceu naquele dia?

— Pai, não posso te explicar agora, só quero saber se posso ir pro Brasil hoje — ele respondeu e eu fiquei preocupado.

— Sim, filho, mas como você conseguiu o dinheiro da passagem?

— Com uma amiga da minha mãe. Na verdade, foi minha mãe que conseguiu o dinheiro pra eu comprar a passagem pro Brasil o mais rápido possível — respondeu e eu fiquei um pouco aliviado com isso.

— Tudo bem, filho. Você sabe o meu novo endereço? Eu não estou morando no mesmo bairro — respondi e passei o meu novo endereço para ele.

— Pai, obrigado por estar me apoiando — ele disse e eu fiquei sem entender, mas deixei pra lá, pois o importante era que ele viria para morar no Brasil comigo e com o Thomás.

— Filho, quando chegar no Brasil, me liga que irei te buscar no aeroporto, sim?

— Sim, pai. Agora tenho que desligar ou vou perder o vôo — respondeu e se despediu, desligando em seguida.

Após terminar o café, vou para casa preparar tudo para a chegada do meu filho e não vou trabalhar.

— Uai, já voltou? — pergunta Thomás, ao me ver entrar no apartamento.

— Hoje eu vou tirar uma folga. Adivinha que está vindo pra morar com a gente?

— Seu filho?

— Ele mesmo, Thomás! Eu estou tão emocionado que não conseguiria pensar em nada além da chegada dele pra morar comigo depois de dois anos na Europa — respondi e ele subiu para me ajudar a arrumar o quarto de hóspedes para o Fernando.

Horas mais tarde, eu e Thomás saímos para comemorar na lanchonete do José Augusto e convidamos nossos amigos, Erick Luis, Wemerson Rayello, Marcos Rocha e André Bedran. O José Augusto e o Hugo não puderam participar da comemoração pois estavam comemorando dois anos de namoro.

— Eu quero fazer um brinde ao Maury, por ter seu filho de volta — disse Wemerson, e brindamos com uma boa dose de refrigerante.

— Muito obrigado, rapazes. Isso é muito importante pra mim, poder ficar com meu filho — agradeci e brindamos á nossa amizade.

Nos divertimos a noite toda e, quando era meia noite, Thomás e eu fomos pra casa depois de deixarmos todos em suas respectivas casas.

— Amor, eu tô muito feliz por você — falou Thomás, entrando no elevador comigo.

— Obrigado, Thomás. Eu te amo, saiba disso e vou sempre te amar — agradeci, dando um selinho nele.

Na manhã seguinte, eu e Thomás fomos tomar nosso café na lanchonete do José Augusto e lá nos encontramos com Marcos.

— Fala, meu amigo — ele me cumprimentou e eu sorri para ele, tímido. Ele tinha uma queda por mim desde o ensino médio.

— Olá, Marcos. Tudo bem?

— Sim, Maury — ele respondeu e entrou na lanchonete.

— Não consigo gostar desse seu amigo, meu amor. Ele sabe que eu e você somos casados e ainda assim fica dando em cima de você — disse Thomás, depois que Marcos entrou.

— Relaxa, amor. Vamos tomar nosso café e depois vamos esperar o Fernando no aeroporto como combinamos — respondi e entramos juntos.

Durante o café, recebo uma chamada desconhecida e atendo, com esperança de ser meu filho e me desaponto ao escutar a voz da Katherine.

— Maury, eu não gosto de você, mas quero que cuide do nosso filho. Descobri que meu namorado o maltratava sem eu saber e por isso que eu mandei ele ontem. Me desculpa por não ter te contado isso, mas quero o seu perdão, apenas — ela me contou tudo o que vinha ocorrendo nós últimos meses e fiquei chocado quando ela me contou que o namorado dela queria estuprar o Fernando.

— Katherine, depois eu te respondo se te perdoo ou não. Agora eu preciso ir — dito isso, desliguei na cara dela de tanto ódio.

— O que houve, amor?

— A vadia da Katherine me disse que o namorado dela maltratava o Fernando nos últimos meses e eu tô puto com tudo isso — respondi e ele me acalmou ao pegar na minha mão.

— Amor, não fica assim. Eu tô aqui pro que der e vier — falou ele e me beijou diante de todos os presentes na lanchonete. — Maury, seu telefone está chamando.

Atendi e fiquei apreensivo ao ouvir a voz do Fernando do outro lado.

— Filho?

— Pai, eu tô no aeroporto, mas não tô me sentindo muito bem, você poder vir me buscar? Eu acho que vou...

E a ligação caiu.

— Filho? Fernando? Thomás, eu preciso correr para o aeroporto antes que aconteça algo com meu filho — ao dizer isso, peguei um dinheiro e paguei a conta ao Hugo Eduardo e saí com o Thomás em disparada para o aeroporto para ver meu filho.

Em Família (Romance Gay)Where stories live. Discover now