Capítulo 24 (Penúltimo Capítulo)

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Por Fernando

— Como assim, filho? O Alex, aquele rapaz com que você namorou é um psicopata?

— Infelizmente, pai. Tudo começou quando eu descobri no celular dele algumas imagens perturbadoras de mutilação e decidi investigar a fundo, sem ele saber, é claro. O Thomás acreditou que eu tinha terminado com o Alex por ele ter insinuado que você ficaria triste se soubesse que eu fiquei chorando por você, pai. Eu deixei ele pensar assim porque não queria envolver nenhum de vocês nisso. Me perdoe, viu, Thomás? — meu padrasto apenas olhou pra mim e sorriu, me perdoando.

— E porque você não contou pra polícia? — meu pai perguntou.

— A polícia já está no encalço dele. Ele não pode sair impune. Sabe a falecida esposa dele? Foi ele quem causou o acidente que a deixou em coma. Aquela história de que ele tinha viajado para a casa dos pais da falecida era apenas um teatrinho pra camuflar quem ele realmente é — expliquei e ele se sentou ao meu lado, me abraçando.

— Filho, sinto muito por você ter descoberto que o Alex é esse monstro — disse ele, chorando.

— Tá tudo bem, pai. Thomás, você pode pegar um copo de água com açúcar pro meu pai, por favor? — pedi e meu padrasto foi preparar o que eu pedi. Meu pai estava chorando e isso significava que sua pressão estava subindo e só água com açúcar faria ela diminuir.

— Aqui está — minutos depois, Thomás retorna com o copo de água com açúcar e eu dou para meu pai beber.

— Obrigado, Thomás — meu pai agradeceu e deitou no sofá.

— Vamos deixar você descansar, Maury. Enquanto você descansa, eu e o Fernando vamos até o supermercado comprar umas coisas para o jantar — disse Thomás e meu pai assentiu. — Promete que vai se cuidar enquanto isso?

— Sim, eu prometo — meu pai respondeu, sorrindo.

Eu e o Thomas saímos de casa e fomos ao supermercado, deixando meu pai em casa sozinho. Quando estávamos virando a esquina para entramos na rua do supermercado, vejo um rapaz encapuzado com a mesma fisionomia que o Alex, mas como passou tão rápido, não deu pra ter certeza se era ele.

— Você fica com os congelados que eu vou ficar com as verduras — disse Thomás, saindo do carro e entrando no supermercado.

— Tudo bem. Posso comprar algo especial pro meu pai? — perguntei.

— Sim, pode — respondeu ele, sorrindo pra mim. Eu gostava da companhia do Thomás e era muito bom ter ele pra cuidar do meu pai.

No açougue, enquanto aguardava o açougueiro cortar o bacon pra mim, eu assistia televisão que havia na parede do açougue. Foi aí que a reportagem me chamou a atenção ao dizer o nome do meu pai.

—... e agora, o Maury está refém de um homem chamado Alex, que já foi namorado do filho, Fernando — dizia o repórter e eu só pensei no meu pai e corri pra pegar a chave do carro do Thomás.

— O que aconteceu?

— Meu pai, Thomás. O Alex está fazendo ele de refém na casa de vocês — ele largou o que estava fazendo e correu comigo até o carro. Ao nos aproximarmos da casa, vemos que os policiais estão cercando o local e eu desço do carro antes de Thomás estacionar.

— Ei! Não pode entrar aí — disse um policial, apontando uma arma pra mim.

— E você vai fazer o quê? Vai atirar em mim? — gritei, nervoso.

— Mais respeito, moleque — rebateu o policial.

— Fernando, se acalma. Eu sei que é seu pai, mas se acalma, por favor — pediu Thomás.

— Fernando? — indagou o policial, preocupado.

— Sou eu mesmo, por que eu não posso entrar na casa do meu pai?

— A gente já conseguiu entrar em contato com o Alex, mas parece que ele não quer cooperar com a gente. O detetive Jones descobriu que o Alex é apenas uma vítima do pai, Eduardo Rodrigues, um banqueiro corrupto que praticamente obrigou o filho a cometer aqueles crimes no lugar dele — explicou o policial pra mim.

— Fernando Martins? — ouvi uma voz e procurei quem havia me chamado. Era uma repórter, Isabella Monteiro, uma jovem em ascensão que estava querendo detalhes sobre o criminoso que estava fazendo meu pai de refém.

— O criminoso que está fazendo meu pai de refém foi sim, meu namorado, mas hoje estamos separados e creio que ele está fazendo isso pra se vingar de mim — respondi, aflito. — Por isso eu faço um apelo: Alex, se você estiver assistindo isso, não machuque o meu pai, ele não tem nada a ver com nosso término.

Foi aí que ouvimos um tiro dentro da casa do meu pai e do Thomás. Eu fiquei paralisado, sem saber o que fazer, enquanto meu padrasto corria pra entrar em casa pra ver se meu pai estava bem.

Em Família (Romance Gay)Where stories live. Discover now