O Cravo e a Rosa

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POV JULIETTE

Já faziam três dias que eu estava no flet de Sarah, e depois daquela noite em que nos divertimos ela mudou totalmente. Tentava ficar distante, quando Arthur estava junto, ficava só perto dele. Quando ele não estava, normalmente durante a tarde, ela ficava trancada no quarto.


E eu entendo todo esse medo dela em relação a mim, eu fiz muito mal a ela. E se pudesse voltar no tempo mudaria algumas coisas, é claro que se eu não me aproximasse de Lucas nunca me aproximaria dela. Nunca me apaixonaria dessa forma.


Normalmente eu detesto acordar cedo, mas como estava de favor lá, me coloquei à disposição para cuidar do Rauzinho, chamo ele assim porque me recuso a chamar pelo nome que Sarah deu ao pobrezinho, ele é tão bonitinho para esse nome horrendo.


Levei o pequeno para dar uma caminhada e se aliviar as 8h da manhã. Depois juntei a sua sujeira e subi novamente, soltei o cachorrinho e dormi novamente.

Almoçávamos juntos todos os dias, eu, Arthur e Sarah. Até que ele era um cara legal, poderíamos ser amigos se ele não estivesse com a minha futura esposa. Talvez eu o convide para ser nosso padrinho de casamento.


Na quarta-feira, almocei e dei uma organizada no local. Sem nenhuma novidade, Sarah estava trancada no quarto. Coloquei uma música baixa e limpei todo o espaço, enquanto Ralph tomava um sol na pequena sacada.

— Juliette. — Ouvi Sarah me chamar da sala, eu estava secando a louça.

— Na cozinha! — Respondi usando um tom mais alto e ela apareceu na porta usando uma calça preta e uma blusa azul-claro que deixava seus ombros desnudos, foi impossível não morder o lábio.


— Eu vou ao salão de beleza e volto à tardinha. Se precisar de algo se vire. — Ela disse, sorrindo convencida por notar o estado que eu estava.


— Tá bom, Helena. Vai lá! — Debochei deixando o pano de pratos sobre a bancada.


— Você me chamou de que? — Sarah arqueou a sobrancelha direita e apoiou sua mão no batente da porta.

— Helena. — A encarei e desci meus olhos por seu corpo com desdém. — Aquela madame do Leblon da novela do Manoel Carlos.


— Não vou nem te responder, viu? — Revirou os olhos. — Ah, e me passa o seu número.


— Hummm... Está querendo meu número 'pra que? Para me ligar ou mandar mensagens? Eu não vou sair daqui hoje Sarinha, não se preocupe. — Brinquei sorrindo convencida.


— Não, é para se caso você me ligar eu não atender, mesmo! — agora foi a sua vez de abrir um sorriso gigante. — E eu sei que você não vai sair, virou uma nem-nem.


— Neném? — Franzi o cenho em confusão.


— Nem-nem, Juliette! — seus olhinhos brilharam e ela sorriu sapeca. — Nem estuda e nem trabalha, nem faz nada! — Gargalhou e correu antes mesmo de eu poder lançar o pano sobre ela.


— VOCÊ ME PAGA, SARAH! — gritei e escutei a porta da frente batendo.


Terminei de organizar as coisas e deixei Deusdete entrar, me sentei no sofá e mandei uma mensagem para que ela salvasse meu número novo.

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