Olhos Verdes

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— Calma, mãe! Respira! — Vitória disse mexendo no celular enquanto eu colocava as calças jeans dela rapidamente. — Olha só, ela disse ontem que iria para a China, eu entrei aqui no site e o único voo que tem de Paris para a China é voo direto para Pequim, então não importa que cidade ela vá, vai ter que pegar esse voo.

— Esse uber de merda vai demorar dois minutos, dois minutos! — reclamei vestindo uma blusa larga preta e colocando o allstar da minha filha.

— Porque não veste as suas próprias roupas, hein? — ela reclamou também, Viih havia herdado o meu temperamento. — O voo sai em meia hora e o aeroporto fica a quinze minutos. Vai dar tudo certo!

Nem deixei minha filha terminar de falar, assim que o uber avisou que estava lá em baixo, desci correndo pelas escadas e mandei que ele acelerasse. Eu não poderia perder Juliette, não mais uma vez.

Cheguei no aeroporto gigante e corri procurando nos televisores o voo dela.

Dez minutos - Encontrei o local e fui correndo para lá.

Sete minutos - Passei correndo para a sala de embarque e ativaram o alarme para os seguranças.

Cinco minutos - Não encontrei Juliette ali, a avistei andando em direção ao avião no lado de fora e os seguranças entraram gritando.

Três minutos - Me joguei por baixo da alavanca e passei de lado pela porta que haviam mandado fechar. As vantagens de ser menor.

— JULIETTEEEEE. — gritei parada já no lado de fora, ofegante, e ela virou-se para mim. Comecei a chorar mais uma vez e nem percebi.

— Ei moça, você não pode entrar aí! — Um homem disse e olhei para trás vendo os seguranças em minha direção.


Então sem mais nem menos, corri em direção ao meu amor. Corri como nunca havia corrido antes e pulei em seu colo, entrelaçando as pernas em sua cintura e abraçando-a pelo pescoço. Juliette teve que ser muito forte para não cair comigo.

— Sah, o que você está fazendo aqui?

— Eu quero ser sua, Juliette. Por favor, não me deixa! Eu quero abraçar pobres com você e fugir de um assassino, quero assistir filmes de cachorrinho e comer frango frito, quero colocar fogo na cozinha e deixar você limpar tudo. Eu quero... Quero tudo com você! — Disse sem a soltar e sem a olhar, os seguranças olhavam confusos.

— Sarah, eu não posso te meter nisso... Não posso te deixar morrer. — Ela usou um tom preocupado e eu segurei em seu rosto com os olhos marejados, fazendo-a me encarar.

— Se você for embora, eu já estarei morrendo. Se me deixar mais uma vez, estará me matando. Você não pode decidir algo por mim, estou dizendo que assumo esse risco, quero enfrentar isso com você. Porque eu te amo, Juliette. Porque eu sou sua e quero que você seja minha.

—Sarah... — Ele suspirou.

— Quando eu te vi pela primeira vez senti um calafrio, com toda aquela sua marra. Eu sinto calafrios ao te olhar até hoje, me arrepio quando você fala e quando estamos juntas esqueço de tudo. Você literalmente é o meu mundo. E quando os seus lábios tocam os meus eu consigo sentir todo o amor que você carrega. Você me trouxe êxtase e felicidade, os seus olhos castanhos são capazes de iluminar uma cidade. E as vezes eu me pergunto se você é mesmo real, você é um ser tão belo, Juliette. Eu quero ser a tua referência de casa, quero amanhecer todos os dias ao seu lado e quero dormir no teu abraço. Eu quero fazer o teu mundo mais bonito. Por favor, me deixa te amar e... Fica.

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