Os Níveis Ordinários em Magia

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Os Níveis Ordinários de Magia geralmente ocorriam nas duas últimas semanas do terceiro trimestre, no final de junho. No entanto, naquele ano, por conta do Torneio Tribruxo, eles foram adiantados por uma semana, de modo aos dois eventos não se sobreporem.

Muitos alunos do quinto ano reclamaram da notícia quando a ouviram pela primeira vez, apontando para a injustiça de terem sete dias de estudo a menos. Olívia, por outro lado, não havia se importado. Afinal, sete dias não eram nada. Sua vida inteira ela tinha ouvido sobre os exames, e tudo que ela fizera em seus cinco anos em Hogwarts havia sido em preparação para eles.

Agora, no entanto, ela teria matado por mais uma semana de estudo.

Havia surgido uma espécie de mercado paralelo entre os alunos mais velhos, com alguns vendendo produtos que diziam aumentar a concentração, a agilidade mental e a atenção. Olívia e as amigas, é claro, não se arriscaram com nenhum produto, mas Jonas Buckleberry, da Corvinal, havia comprado um elixir muito suspeito que acabara o levando para a Ala Hospitalar. E ele não foi o único: durante toda a semana que precedeu os N.O.M's, Madame Pomfrey recebia hordas de alunos do quinto e sétimo ano pelos mais diversos motivos, seja por más reações a esses produtos de origem duvidosa, seja por crises de ansiedade e pânico — que se espalhavam como uma epidemia desenfreada.

O Prof. Snape anunciou ao final de uma aula de Poções que as datas e os horários dos exames já estavam disponíveis (Olívia os copiou fervorosamente) e que os resultados seriam enviados por coruja em julho. Não era nenhuma surpresa para ela, mas aquilo a fez finalmente entender que os exames haviam chegado. Era agora ou nunca.

Os examinadores chegaram à escola na noite anterior, surpreendendo todos no jantar. Dumbledore se apressou para cumprimentá-los e estender as boas-vindas, e os diretores estrangeiros também se prontificaram a engajar em uma conversa amigável. Olívia até desistiu de comer o resto da comida em seu prato, sentindo o estômago já embrulhar, e enrolou umas asinhas de frango em um guardanapo para mais tarde, caso a fome voltasse. A maior parte dos quintanistas voltou aos dormitórios e tentou fazer uma revisão de última hora, mas Olívia preferiu tomar a poção calmante que comprara no apotecário da Madame Mortimer e ir deitar cedo.

Ninguém falava muito no café da manhã seguinte. Olívia recebeu uma pena preta e lustrosa de presente de sua mãe, como era tradição, e ficou admirada com o objeto – era, de longe, a mais bonita que já havia recebido. Aproveitou para testar a pena em um pedaço de pergaminho solto em sua mochila, e então fechou os olhos e segurou a pena firmemente, como se esperando que ela fosse ser seu símbolo de boa sorte.

"Rezando para o além?" uma voz a fez abrir os olhos subitamente. Fred estava a seu lado, agachado no corredor entre as mesas, com um sorriso simpático.

"A esse ponto, eu rezaria para qualquer coisa", ela suspirou.

"Mais do que justo. E como você está?"

Ela deu os ombros. "Tentando não pensar muito sobre."

"Bom, se tiver algum exame prático com aquela Marchbanks, tente falar alto do lado esquerdo dela. Aparentemente, ela ouve melhor dessa orelha."

Olívia riu. "Obrigada. Vou tentar me lembrar disso."

"Você vai se lembrar de tudo, Liv. Você é a pessoa mais dedicada que eu conheço, além de também ser a mais inteligente."

Ela sentiu seu rosto queimar e os olhos embaçarem um pouco.

"E uma das mais bonitas também", ele adicionou.

"Uma das mais bonitas?"

"Bom, eu me colocaria em primeiro lugar."

Ela soltou uma risada gostosa. "Ok. Sabe que eu até concordo?"

Nossas Escolhas | Fred Weasley (Livro 2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora