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+18 | Aviso de Classificação Indicativa | As cenas presentes nesse capítulo não são recomendadas para menores de 18 anos.

📌 Ainda na mesma noite. 10 de abril de 2023. São Paulo.

D É B O R A

5 anos se passaram. 5 anos e o efeito dele sobre mim é o mesmo. É como se nada tivesse mudado. É como se não tivéssemos que ter seguido caminhos diferentes.

Me sinto a mesma Débora de 2018. Uma menina cheia de sonhos que em algum momento imaginou uma vida perfeita. Mesmo sabendo que ele tinha em casa uma mulher e uma filha de um ano.

Hoje eu sei que nessa disputa eu não tinha chances. Mesmo não sendo uma disputa. Eu sei que fui madura suficiente para o ouvir. E madura o suficiente para fazer minha escolha também.

— Mesmo depois de tanto tempo, Gustavo? Ou melhor, quanto tempo que não nos vemos. Eu era só uma menina. E bom, você era... você. — sorrio sem jeito e ele retribui.

Um sorriso que marca a parte inferior dos seus olhos os deixando menores do que são.

Conheci cada pedaço de você. — pisca leve. — Impossível não lembrar, ou melhor, impossível esquecer. — aperta o próprio prêmio no corpo.

O terno preto combinando com a calça social deixam ele ainda mais atraente. Isso também não mudou desde 2018.

— A Débora de 21 anos caía nesse papinho, essa não mais. — estalo a língua no céu da boca.

Gustavo me levava com as palavras. Mas confesso que meu estômago revira de vê-lo e ouvi-lo.

— Não é papinho, Débora. Você sabe. — dá um passo para frente me fazendo dar um passo para trás.

— Tem como você sentar aí de novo pra eu fazer meu trabalho e a gente fingir que nada disso aconteceu? — ponho as mãos na cintura. — Daqui a pouco vão chamar o outro jogador ou vão achar estranho que tanto de assunto é esse que temos.

Evito qualquer contato físico com o zagueiro sinalizando com as mãos o local onde ele precisa ficar.

— Não gosto de fingir que nada aconteceu. E já fizemos isso antes. Não parece que deu certo. — continua chegando perto.

Respira, Débora.

Um dois e três.

Respira.

— Pra mim deu super certo. — minto.

— Você não me engana. — olha nos meus olhos.

— Gustavo, por favor. Senta na porra do banco e tira sua foto. Me deixa fazer meu trabalho. — peço revirando os olhos.

Ele respira fundo contrariado e faz o que eu pedi. O mesmo de sempre, que depois de muita insistência, me ouvia.

Tiro a foto não antes de admira-lo silenciosamente. O cabelo baixo cobrindo um pouco da testa, os olhos um tanto fechados por conta do sorriso, e o brilho inconfundível das pupilas ao me olhar. Isso fazia eu me sentir única.

— As fotos serão enviadas para o clube. Obrigada. — uso o padrão.

Ele abre a boca pra falar mas parece desistir.

— Parabéns pelo prêmio. Você é o melhor zagueiro que eu conheço. Fico feliz de te ver jogar pelo meu time há tanto tempo e por tudo que nos ajudou a conquistar. Avanti. — me permito falar como torcedora, afinal, foi assim que nos conhecemos, quando ele ainda era recém chegado ao clube.

Anyone • Gustavo Gómez [PAUSADA]Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon