4

915 169 49
                                    

Seu primeiro dia de trabalho não foi tão horrível quanto Pete esperava.

Foi pior.

No momento em que Theerapanyakul entrou no escritório, ele deu uma olhada em Pete e disse:

— O que você está vestindo? — Foi dito com tão pouca inflexão em sua voz que Pete levou um momento para registrar como uma pergunta.

Ele olhou para si mesmo e franziu a testa.

— Um terno? — ele disse.

Os lábios de Theerapanyakul se curvaram em escárnio.

— Não posso deixar meu assistente andar assim. Onde você achou isso? Em um brechó?

Pete corou.

— Nem todos nós podemos pagar ternos que custam o olho da cara, senhor.

Os olhos negros do demônio se cravaram nele, nada impressionados.

— Compre ternos e camisas decentes. — Ele olhou para os sapatos de Pete e zombou. — Sapatos também. A aparência do meu assistente reflete em mim.

— Minhas roupas estão perfeitamente bem — Pete rebateu. — Não vou desperdiçar o pouco dinheiro que tenho com roupas.

A mandíbula de Theerapanyakul cerrou-se.

— Certo, venha.

Confuso, Pete se levantou.

— O quê?

Seu chefe não disse nada, apenas colocou a mão pesada na nuca de Pete e o conduziu em direção à porta sem cerimônia. Suprimindo a vontade de retrucar que era perfeitamente capaz de andar sozinho, Pete respirou fundo, inspirando e expirando.

Esse não era ele.

Ele não era aquele cara mal-humorado e facilmente irritável. Ele era melhor do que isso. Ele não podia deixar algo tão pouco irritar ele. Ele poderia lidar com alguma violência. Ele poderia lidar com ser mandado por aí. Ele poderia até lidar com ser tratado como se sua opinião sobre suas próprias roupas não importasse. Ele poderia engolir e lidar com tudo isso.

Afinal, Pa tinha razão: mesmo com a aposta deles de lado, essa era uma grande oportunidade para sua carreira e futuro.

Theerapanyakul o conduziu até o elevador, em seguida, através do estacionamento subterrâneo, seu aperto punitivo ainda na nuca de Pete. Pete se sentia como um cachorro sendo levado pelo dono para passear.

Finalmente, eles alcançaram uma linda Ferrari preta de quatro lugares. O motorista abriu a porta assim que viu o chefe, que empurrou Pete para dentro do carro e finalmente o soltou.

De cara feia, Pete esfregou a nuca. Ainda parecia que sua pele estava queimando com o toque fantasma, rastejando de inquietação. Ele não sabia o porquê esse satanás o deixava tão... perturbado.

Perturbado não parecia ser a palavra certa, mas Pete não conseguia pensar em uma melhor.

Theerapanyakul deixou cair um cartão de crédito em seu colo.

— Leve ele a uma loja de roupas. — Ele disse ao motorista, sem nem mesmo olhar para Pete. — Seja rápido.

Pete abriu a boca para dizer exatamente o que pensava daquele idiota autoritário, mas Theerapanyakul fechou a porta e foi embora, já falando com alguém em seu telefone.

— Imbecil — Pete murmurou, recostando-se no assento e olhando ao redor para o interior luxuoso enquanto o carro decolava. — Uma ferrari para um idiota. Ele poderia ser mais egocêntrico?

mandão × vegaspeteWhere stories live. Discover now