12

334 61 19
                                    

Beleza, aparentemente fantasiar sobre chupar um pau e até mesmo chupar ele era bastante normal para caras heterossexuais. Pelo menos foi o que o Google e o Reddit disseram depois de muita pesquisa.

Acabou sendo bem reconfortante.

Não que ele necessariamente iria arrancar os cabelos e se escorrer na porta se descobrisse que era bi. Seus pais eram incríveis e Pete tinha certeza de que Maya gostava de alguma imoralidade estranha de casais gays, ainda que Pete realmente não achava que ele se sentia atraído por homens. A ideia de fazer sexo com homens, beijá-los e ficar nu com eles era simplesmente... muitíssimo esquisito. Ele não achava que se sentia atraído por homens. Ele achava que tipo, apenas a fixação de chupar um pau duro e grosso havia deixado ele meio tenso e incomodado. E se o pau em suas fantasias tinha a forma do satanás do ex-chefe, provavelmente era totalmente normal, considerando que era o único pau que ele tinha chupado na vida, além, de obviamente, depois do que aconteceu, do seu.

Então, o que isso realmente significa?

Aparentemente, ele era apenas um hétero esquisito que sofreu uma lavagem cerebral para querer chupar pau. E o pior de tudo, foi que Maya riu dele quando ele disse isso.

- Eu acho que você só precisa sair e transar - disse ela, sorrindo. - Com uma mulher ou com um cara pra saber do que gosta.

Pete franziu a testa.

- Eu não gosto de coisas casuais. Você sabe disso.

O olhar que Maya deu a ele era algo entre afetuoso e exasperado.

- Então não faça disso um caso de uma noite. Você ainda não tem um emprego, usa esse tempo livre para conseguir uma namorada legal. Ou alguém legal...

- Eu não gosto de caras - Pete disse com uma risada, balançando a cabeça.- Tô falando sério, Maya. Eu não estou em negação. Não consigo me imaginar querendo beijar outro homem.

A expressão de sua irmã estava cheia de ceticismo.

- Você não saberá até tentar. Sério, saia e transe. Você está começando a me deprimir também com sua constante lamentação.

- Eu não estou deprimido.

- Fala sério, por favor! Se eu não soubesse de tudo, eu pensaria que você foi demitido do emprego em vez de pedir demissão. Você está totalmente deprimido, idiota.

Essa era a questão de morar com uma irmã: ela o conhecia muito bem para acreditar nas coisas que ele falava.

Pete suspirou e recostou-se na cadeira, passando a mão no rosto.

- Certo - ele admitiu baixinho, olhando para o logotipo da RD Software sob o Rangers 5's. - Eu me sinto tão pra baixo, e porra, eu nem tenho certeza do porquê. Eu deveria estar feliz, certo? Eu ganhei a aposta, provei que ele estava errado. Mas eu sinto... - Ele deu de ombros, incapaz de articular.

Maya sorriu torto, passando os dedos pelos cabelos de Pete.

- Já pensou que você realmente gostava do seu trabalho?

Pete riu, mas soou trêmulo e pouco convincente até mesmo para ele.

- Não seja ridícula - ele disse fracamente. - Eu nunca quis ser um assistente particular. Vou encontrar um novo emprego em breve, um trabalho melhor e vou superar isso.Estou certo disso.

Tirando o fato que encontrar um novo emprego tava sendo muito mais difícil do que ele esperava.

Nas semanas seguintes, ele se candidatou a um emprego após outro, sem sucesso. Nas raras ocasiões em que era chamado para uma entrevista, eles pareceram gostar bastante dele durante elas, mas ele não conseguiu resposta de nenhum deles. Pete não podia negar que era muito desanimador e seu humor não tinha melhorado exatamente com o passar das semanas.

Seu telefone tocou quatro semanas depois que ele deixou a empresa.

- Olá? - Pete disse meio grogue, bocejando e tentando piscar para acordar.

- Oi Pete. Sou assistente de RH da GC. Como você vai indo?

Pete se sentou o mais rápido que pôde, todo o sono se foi em um instante. Ele pensou ter dito algo, mas ele não tinha certeza, seu coração batia rápido e sua pulsação trovejava em seus ouvidos. De repente, ele se sentiu vivo e bem acordado. Da GC.

O que ele queria?

Ele deve ter perguntado isso, porque a assistente do RH não perdia tempo com conversa fiada.

- Gostaria de informar que o cargo de assistente do Sr. Theerapanyakul está livre novamente, caso você esteja interessado. - Sua voz estava cheia de ceticismo, ela claramente não acreditava que alguém estaria ansioso para retornar ao trabalho e ainda assim ela estava ligando para ele.

- Ele disse para você me ligar? - Disse Pete. - Theerapanyakul?

- Bom, sim - disse ela. - Seu novo assistente, Pol, saiu ontem...

- Eu pensei que o nome dele era Jes.

- Jes foi despedido há duas semanas - disse ela, com uma careta na voz.

Pete não se sentia mal por ele.

Isso o tornava uma pessoa horrível?

Provavelmente, isso o tornava uma pessoa horrível. Talvez a horribilidade de seu ex-chefe tivesse passado para ele.

- o senhor Theerapanyakul me disse para ligar para você e trazê-lo de volta - disse ela em um tom um pouco apologético. - Eu disse a ele que você provavelmente já tinha encontrado outro emprego, mas ele parecia tão confiante de que você não tinha. Sinto muito por incomodá-lo. Vou dizer não a ele, obviamente.

Pete ficou olhando fixamente para a sua frente.

"Eu disse a ele que você provavelmente já tinha encontrado outro emprego, mas ele parecia tão confiante de que você não tinha."

- Aquele filho da puta - ele sibilou, sua descrença misturada com raiva crescente.

- Com licença? - Disse a moça do RH.

- Desculpe, eu estava apenas pensando em voz alta - Pete disse com sua mente a milhão.

Agora, todos os formulários de emprego rejeitados faziam sentido. E ao mesmo tempo, eles não faziam sentido algum. Por qual motivo Theerapanyakul se incomodaria em acabar com as perspectivas de emprego de Pete? Vegas Theerapanyakul era um homem muito importante. Ele era o coordenador e vice-presidente de uma grande empresa requisitada, um homem com uma agenda ridiculamente ocupada. Pete sabia disso melhor do que ninguém. E ele não conseguia entender o porquê caralhos o idiota se preocupou em garantir que ele não conseguisse outro emprego. Foi despeito? Só porque Pete tinha ganhado sua apostazinha? Theerapanyakul era um panaca, mas Pete não imaginou que ele fosse tão mesquinho.

- O que você quer que eu diga a ele? - Disse a assistente.

- Diga a ele para ir se foder - disse Pete.

- Eu... eu não posso dizer isso a ele, mas vou dizer a ele que você disse não.

Pete olhou furioso para a parede.

Não, isso não era nadinha satisfatório.

- Ei, quer saber? Acho que vou dar uma passadinha por aí e dizer pra ele o que penso sobre essa proposta pessoalmente.

Primeiro, Pete queria uma explicação e depois dar um socão na cara daquele demônio. E isso estava longe de ser particularmente exigente.

mandão × vegaspeteМесто, где живут истории. Откройте их для себя