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Quatro meses depois

Se houvesse justiça no mundo, a vida após a morte existia e o horrível chefe de Pete iria acabar direto no inferno depois de encontrar seu inFELIZ fim. Ainda que, muito provavelmente Vegas Theerapanyakul se sentiria em casa lá, considerando que ele era a personificação de satanás ou era intimamente relacionado a ele.

- Programação. - disse Satanás laconicamente, bebendo seu café.

Pete olhou para suas anotações.

- Uma reunião com a equipe de controle de qualidade às 9h10. Preciso estar presente para a reunião do conselho às 10:00, entrar em contato com o cara da Sony às 11:00 para providenciar o acordo de exclusividade, além de ter tido a solicitação de outra reunião às 11h30 para tratar das questões críticas-

- Besteira - Theerapanyakul interrompeu sem nem mesmo olhar para ele.

Pete olhou feio para ele.

- Os desenvolvedores estão sobrecarregados - disse ele. - É ruim para a empresa também. A falta de tempo livre e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional afetam sua eficiência e-

- Próximo - Disse o capiroto. - Não estou com humor para tanta hipocrisia.

Pete respirou fundo para se acalmar.

- Terminei de fazer o relatório que você solicitou - disse ele, entregando ao chefe o relatório que mal conseguiu terminar antes da chegada dele.

O homem o abriu e o percorreu com o olhar.

Pete prendeu a respiração.

- É impreciso e incompleto - Revelou o Satanás finalmente em sua voz monótona e desdenhosa. - Você não considerou o aumento da receita de microtransações que obteremos ao colocar o jogo no Gamepass. Você não levou em consideração a exposição extra e as vendas boca a boca que compensariam a perda de receita do primeiro dia. Tenha a versão revisada do relatório em minha mesa às dez horas.

Ele se virou e foi para seu escritório.

- Já são nove horas e esse cara já me deu duas outras tarefas. - Pete fez uma careta para suas costas, sequer surpreso.

Ele estava acostumado a isso. Ele estava acostumado com a horribilidade de seu chefe e seus padrões e exigências ridículos. Ele não teve escolha a não ser se acostumar com isso.

Nos últimos quatro meses, a vida de Pete tinha sido um inferno. Sua vida consistia em seu trabalho e seu chefe. Ele não via sua mãe há meses, o que não era totalmente normal para ele. Todos os dias, ele chegava ao escritório várias horas antes do que deveria, porque sua carga de trabalho era tão insana que Pete não tinha esperança de terminá-la durante o expediente.

Pete tinha que ter o cafézinho de Theerapanyakul pronto antes da chegada dele e agora ele era um especialista em fazer Cappuccino, porque era o único tipo de café que existia, no que dizia respeito a seu chefe demoníaco. Depois disso, era esperado que Pete escrevesse e executasse uma centena de tarefas diferentes, subindo e descendo o prédio cinquenta vezes por dia, digitando documentos pateticamente longos em um tempo pateticamente curto como um louco. Ele raramente voltava para casa antes das oito da noite, mental e fisicamente exausto.

Pete tinha quase certeza de que era abuso no local de trabalho, exceto que não era como se Theerapanyakul o tivesse forçado a fazer horas extras: Pete fazia tudo de boa vontade. Sim, estava certo: ele fez de boa vontade. Chame ele de pirado, mas ele seria condenado se provasse que o idiota estava correto e desmoronasse sob a pressão. Ele seria o melhor assistente que Theerapanyakul já teve ou morreria tentando.

mandão × vegaspeteWhere stories live. Discover now