6- Crueldade

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Eu quero agradecer meu filho LZ_Moon pelo apoio emocional, pois só ele sabe como escrever esse capítulo me fez chorar.
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Lan Zhan estava encostado na cabeceira da cama com Wei sentado entre as pernas dele. O ômega tinha as costas encostadas no peito do alfa e de vez em quando se mexia devagar, incomodado com uma dor que estava sentindo na lombar. Wangji lia enquanto passava a mão devagarinho na barriga do seu amado e disse:

_Que foi amor? Ver meu tio te deixou inquieto não foi?

_Não... Eu estou com uma dor bem aqui – ele colocou a mão na lombar – Ela é muito incomoda, acho que não é do peso da barriga.

_Vou chamar a senhora Jiang.

Lan Zhan se levantou e foi até o quarto na outra ponta do corredor e bateu na porta, sendo atendido por Fengmian.

_Aconteceu algo?

_Xian está se queixando de dor na lombar.

_Yu vá ver nosso filho por favor.

Ela se colocou de pé num pulo e seguiu pelo corredor com Wangji e logo que ela entrou no quarto, percebeu a cama molhada e pegou um casaco que estava pendurado num gancho e foi até Wei, colocando o mesmo nos ombros dele.

_Fique calmo, a gente vai te levar para o hospital está bem?

_Sim senhora. – falou Wei já vendo Lan Zhan com o celular na mão falando com o médico dele.

_Seu médico está de plantão e já vai ficar preparado te esperando amor.

_Eu vou com vocês. – declarou a ômega voltando para o quarto dela para pegar um sobretudo, que ela apenas fechou sobre a camisola, deu um beijo no marido e pegou a chave do carro dela.

Lan Zhan estava com Wei Ying nos braços no corredor e seguiu Yu escadas abaixo.

_Essas crianças sempre escolhem a madrugada para nascer. – falou Yu quando entrou no carro. – A-Li nasceu as quatro da manhã, A-Cheng as três e vinte da manhã. O meu netinho Jin Rulan nasceu às duas e meia.

Lan Zhan mirou o relógio digital no painel do carro, era quase uma da manhã. Quando eles chegaram ao hospital era uma e quinze e Wei já estava gemendo de dor. Ele foi colocado numa cadeira de rodas e levado para a sala de parto junto com Lan Zhan.

Durante todo o trabalho de parto o alfa ficou ao lado dele, lhe dando água, lhe fazendo carinho nos cabelos ou nas costas, lhe passando segurança e calma.

_Isso dói viu.

_Respire. – pediu o médico – A dor é por uma boa causa. Já já você vai segurar seu menino em seus braços, vai sentir o cheirinho dele – Wuxian apertou a mão de Lan Zhan e mordeu os lábios para não gritar – Está quase Wei Ying. Você foi muito forte até aqui, continue sendo apenas mais um pouquinho.

A enfermeira estava de pé diante de uma mesa de aço separando algumas medicações e dando olhadas de esguelha para o casal. Não via a hora daquela criança nascer e ela fazer o que tinha que fazer e sumir. Tinha mais que o suficiente para isso e ainda ajudaria um amigo de longa data a dar o golpe num alfa milionário, já que ele estava fingindo que estava grávido dele. Ela estava distraída e teve um leve sobressalto ao ouvir o choro do bebezinho e se virou, vendo o médico o colocando sobre o peito de Wuxian, que chorava de emoção, junto com Lan Zhan. O ômega sentiu o cheirinho do pequeno e o beijou em meio aos seus ralos cabelos, sem se importar que ele estava sujo de sangue.

_Ele é tão lindo Lan Zhan. Tão pitico e lindo.

_Igual a você minha vida.

Um beijo foi trocado pela casal e o médico aproveitou a posição que Wei tinha escolhido para o parto, e o ensinou a como segurar o bebezinho e o colocou para mamar, sob o olhar de dois pais muito babões.

_Nosso pequeno A-Yuan.

_Mian, anote por favor: hora do nascimento: 03:47, o bebê mede 51cm, pesa três quilos e setecentos. Apgar 1, 9. Apgar 2, 10.

A enfermeira foi anotando tudo e após isso, o médico fez os últimos cuidados em Wei Wuxian. MianMian limpou e enrolou o filhotinho e depois ajudou Wei a trocar as roupas que vestia já estavam cheias de sangue por uma camisola do hospital, enquanto Lan Zhan admirava o bebezinho. Ele pegou o celular e tirou uma foto com o filhotinho e mandou no grupo da família, que era composto pelos Jiangs, incluindo YanLi, ele e o irmão e Wei.

Ele cheirou o bebezinho. Ele tinha uma mistura de sândalo com canela e reparou que no bracinho dele havia uma marca avermelhada, na parte interna do pulso. Ele gravou um vídeo falando bem baixinho:

_Olha Huan, ele tem a nossa marca de nascença. E é tão lindo.

Ele enviou o vídeo para o irmão, se lembrando que a marca de Huan era na omoplata esquerda e a dele na cintura.

Wei Ying foi ajudado pelo médico a se sentar na cadeira de rodas quando o maqueiro chegou e Lan Zhan entregou o bebezinho para ele, que o aconchegou nos braços, também o cheirando e lhe tocando a mãozinha.

_Amor, tire uma foto desse momento, eu quero ter uma lembrança.

Wangji fez como foi pedido e o maqueiro levou Wuxian para o quarto, passando com ele pela sala de espera onde Yu estava e ela se aproximou.

_É meu netinho. – o homem parou e a ômega admirou a beleza do pequeno e deu um beijo no alto da cabeça de Wei Wuxian – Parabéns meu filhote, ele é lindo e perfeito. Parabéns Wangji.

_Obrigado sogra.

_Eu vou para casa falar que está tudo bem. Volto na hora das visitas da manhã com Fengmian e os meninos.

_Tudo bem.

Yu se foi, Wei foi acomodado num dos quartos e admirava o bebezinho que dormia e ouviu:

_Você precisa descansar amor.

_Eu não quero me separar dele nem um segundo. – o sorriso de Lan Zhan era largo ao ver a ternura do seu amado com o fruto do amor deles, mas o momento foi quebrado por batidas suaves na porta.

_Senhor Lan – chamou um dos empregados do hospital – o senhor é solicitado na recepção. Leve os documentos de seu ômega. Como ele chegou já em trabalho de parto adiantado, não deu tempo de fazer a ficha dele.

_Eu já venho amor.

_Tudo bem.

Lan Zhan saiu e cinco minutos depois MianMian entrou no quarto.

_Boa noite de novo Wei Wuxian. – falou ela baixinho.

_Excelente noite enfermeira MianMian. Olha como ele é lindo.

_Muito. Um dos bebês mais lindos que eu já vi nascer. Eu preciso levá-lo comigo para tomar as vacinas e fazer os exames de nascimento.

_Claro. – ele estendeu o bebezinho que dormia tranquilo e lhe fez um carinho na mãozinha quando a enfermeira o pegou.

_Volto em mais ou menos trinta minutos.

Ele mirou o relógio na parede, ele marcava quatro e dez na manhã.

_Tudo bem.

Ela saiu com o bebê e foi com ele para um quarto vazio e o colocou com cuidado dentro de uma bolsa acolchoada e falou baixinho:

_Que pelos deuses você não acorde pirralho.

Ela colocou um sobretudo, uma peruca ruiva, fechou a bolsa deixando uma pequena brecha e saiu pelos fundos do hospital, onde entrou no carro e colocou a bolsa no colo e suspirou, ligando o motor, sumindo na noite sem nem ao menos olhar para trás.

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Lan Zhan voltou para o quarto vinte minutos depois e estranhou Wei estar sem o filhote deles e franziu o cenho.

_Amor, onde está Yuan?

_A enfermeira Mian o levou para tomar as vacinas de praxe e fazer os exames.

_Ah sim. Isso é muito importante.

_Ela disse que voltaria com ele em meia hora.

_E quanto tempo tem isso amor? Pois estou vendo que você está apreensivo roendo o cantinho da unha.

_Uns quinze minutos.

_Eu vou até lá ok?


Lan Zhan caminhou seguindo as placas do hospital e chegou até a sala de vacinas e percebeu que ali só havia uma alfa que assinava alguns papéis e fez um gesto do vidro e ela pediu que ele entrasse.

_Olá senhor.

_Eu estou procurando meu filhotinho. A enfermeira o trouxe para vacinar.

_Quanto tempo faz isso?

_Uns quinze, vinte minutos.

A mulher olhou o computador.

_O último bebê que eu vacinei foi há duas horas.

_Onde fica a sala de exames?

_A sala de exames só abre as seis da manhã. A única coisa que funciona vinte e quatro horas é essa sala.

O nervosismo começou a tomar conta de Lan Zhan.

_Onde então ela levou o meu filhote?

Ele saiu caminhando pelo corredor apressado, com a alfa logo atrás dele, mas a mulher não o acompanhou, parou diante de um segurança.

_Uma das enfermeiras está com o bebê de um de nossos pacientes. Um recém nascido.

O segurança mandou uma mensagem pelo rádio que trazia consigo enquanto corria atrás de Lan Zhan.

_Nós vamos achar seu bebê.

_Ela disse pro meu noivo que iria levar nosso filhote para vacinar e agora...

_Qual o nome da enfermeira?

_A única que Wei Ying confiaria de entregar nosso bebê, MianMian. Ela cuidava dele na gravidez.

O homem passou mais uma mensagem no rádio, informando sobre MianMian, pedindo que procurassem por ela nas câmeras, uma mulher loira, de estatura média com um bebê.

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Lan Zhan não voltava hora nenhuma, já havia mais de quarenta minutos que ele havia saído e Wei roía a unha do dedão esquerdo quando a porta foi aberta e um delegado, junto com Wangji, que estava com o rosto rubro de tanto chorar, entraram.

_Lan Zhan... O que foi? Cadê nosso bebê?

_Levaram ele... MianMian saiu do hospital com ele disfarçada. Demorou para os seguranças perceberem que era ela, pois estava de peruca ruiva. A polícia já está atrás dela.

_E o que ela queria com meu filhotinho!? – perguntou ele sentindo o peito doer. – Diga que que é mentira! Por favor... LAN ZHAN FALE QUE VOCÊ ESTÁ MENTINDO E QUE EU NÃO ENTREGUEI MEU BEBÊ PARA SER TIRADO DE MIM. – Wuxian gritou e se colocou de pé da cama mesmo sem poder e empurrou Lan Zhan e o delegado e saiu segurando pelas paredes andando depressa pelo corredor – Meu bebê... Meu Yuan... Filhote. – ele tentava sentir o cheiro do filho, mas ele havia dispersado e Wei caiu de joelhos no chão no meio do corredor e deu um grito que era pura dor e apoiou as palmas no chão, tremendo e chorando, quando sentiu alguém o abraçar. – Me perdoe Lan Zhan... Por favor...

_Amor, não há o que perdoar. Nós não sabíamos. Ela parecia tão descente...

Wei Ying soltou um soluço e ouviu uma voz controlada que evitava não chorar dizer:

_Eu prometo fazer o possível para achar o filho de vocês. Mas agora você precisa de cuidados senhor... Está sangrando. – falou o delegado e Wei viu o nome dele na plaquinha em seu peito: Xue Yang.

_Por favor, o encontre... – foi o que Wei Wuxian pediu antes de desmaiar.

Lan Zhan se levantou com Wei no colo e pediu para um dos seguranças chamar o médico dele, que cuidou de Wuxian e o pôs no soro com uma medicação para o manter dormindo e o acalmar, dando a mesma medicação para Wangji que tremia de cima a baixo e não conseguia parar de chorar. Ele já estava quase sendo levado para um sono sem sonhos quando disse:

_Eu vou achar nosso bebê e cuidar de vocês pra sempre amor, eu prometo...

E o sono forçado o apagou.
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Esse capítulo foi escrito à base de muito choro, pois se tirassem alguma das minhas crias eu acho que morreria, tanto que dormia agarrada com elas no hospital. Eu espero que peguem leve comigo nos comentários. Esse capítulo é necessário para a história e eu estou destruída 😭😭😭😭


Sempre ao seu lado (Concluída)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora