Sempre ao seu lado (Concluída)

16- A antiga babá

Bom dia meus filhotes lindos, divos e gatos. Dormiram bem? Espero que sim! Bora pro rolê aleatório de hoje.
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A delegacia em Dallas estava apinhada de gente naquela segunda feira. Ocorrências de brigas de bar, assaltos, sequestros, agressões de alfas covardes à ômegas, dentre outras coisas e sentada numa cadeira, em meio aquele caos como se nada a abalasse estava a senhora Qin Liu. Ela usava roupas simples, mas estava alinhada. Seus cabelos grisalhos curtos muito bem penteados, sua bolsa colorida sobre o colo, e ela apenas aguardava fazendo seu joguinho de palavras cruzadas.

_Senhora Qin, é a sua vez. O nosso xerife irá recebê-la – disse um policial estendendo a mão para ela, a ajudando a se colocar de pé.

_Obrigada pela ajuda.

Ela foi caminhando devagar com o policial, fazia tudo devagar há anos mesmo antes da velhice a debilitar devido a uma lesão na perna. A senhora se sentou diante do xerife Jin Zixuan e esperou o policial que a acompanhou se sentar diante do computador para tomar nota de seu relato.

_Bom dia xerife Jin.

_Bom dia senhora. – disse ele com um sotaque pesado do interior – Em que posso lhe ajudar?

_Eu tenho uma história para contar sobre um desses homens que vocês, em parceria com a delegacia daqueles senhores do interior, prenderam ontem, Lan QiRen, e gostaria que se fosse possível o senhor até gravasse o que eu irei lhe dizer.

Zixuan prontamente pegou um gravador na gaveta o acionou e pôs sobre a mesa.

A senhora pegou um papel já amarelado e marcado por ficar tanto tempo dobrado e tirou de dentro de um desses saquinhos de congelar alimentos e o desdobrou, entregando para o homem diante de si, era um contrato assinado por Lan QiRen para os serviços de uma babá.

_Isso que vou narrar ao senhor aconteceu há vinte e cinco anos. Eu fiquei com medo de denunciar, Lan QiRen se safar e tentar me matar... Afinal de contas, ele já tinha tentado uma vez.

_Eu sou todo ouvidos senhora. Conte tudo.

_Eu fui contratada para trabalhar na mansão dos Lans quando o menino mais velho tinha doze anos e o mais novo sete devido a mãe deles não estar com a saúde no melhor dos estados. Qiren falou que eu só precisaria cuidar das crianças, já que o resto do serviço tinham empregados específicos para fazer e de acordo com ele, os meninos davam um certo trabalho... era uma mentira mais que descabida.

“Os meninos não davam trabalho algum. Ambos polidos, sempre amorosos, prestativos, muito bem educados por sua mãe que também era gentil... Eu conversava com ela quando os levava para vê-la em seu quarto. Raras eram as vezes que eu podia entrar, pois em sua maioria, quando QiRen cuidava dela, apenas os meninos podiam por poucos minutos.”

_As crianças não tinham acesso livre à mãe?

_Não. Pois haviam dias que ela estava bem mal e não podia receber as crianças. Vários médicos entravam naquela casa chamados pela governanta à mando da senhora Lan, ela saia para exames e todos diziam a mesma coisa: seu organismo estava em falência, seus órgãos estavam parando e sem motivo aparente... Xerife, quero deixar claro que de todas as delegacias de Dallas eu escolhi a sua de propósito, eu vim de longe, pois o senhor vai entender o que irei falar a seguir.

_Como assim?

_Você é do interior.

_Sou cria! Estou aqui em caráter temporário.

Ela retirou um lenço velho do mesmo saquinho e o desdobrou com cuidado, lá dentro estava uma flor velha, seca e murcha.

_Reconhece?

_Lavanda silvestre. Isso é um perigo no pasto, pois se o gado come provocam muitos problemas renais dentre outros se ele continuar a consumir, e só quem está habituado a lidar com ela que reconhece. Veterinário da cidade não costuma saber.

_Assim como um médico da cidade jamais saberia que alguém estava sendo envenenado por tintura de lavanda e era isso que aquele filho da puta covarde colocava nas sopas e sucos que ele mesmo servia para a senhora Lan como se fosse uma boa pessoa. Alguém prestativo.

Zixuan ergueu as sobrancelhas e enrolou a lavanda com cuidado de volta no lenço.

_Eu vi o que ele fazia, peguei a lavanda no escritório dele e escondi e quando o coloquei contra a parede, ele me chamou para um passeio em seu carro favorito. Eu não queria ir, mas fui meio que empurrada para dentro pelo segurança dele, segurança esse que era leal à ele na época e o homem me deu uma surra que quase me matou. Eu tive fratura exposta na perna, por isso que eu manco. E o pior não foi isso, foi quando ele mandou que me jogassem fora da Mercedes dele, ele me jogou essas notas em cima – Qin Liu pegou o dinheiro com sangue seco, várias notas de mil dólares e pôs sobre a mesa.

_Desgraçado. Mas porque a senhora não denunciou antes?

_Por medo. Ele poderia mandar me matar. Estava esperando o momento, nunca desisti, nem que fosse para falar no meu leito de morte.

_Ele ainda possui o carro, sempre estava em fotos com ele. – comentou o xerife tamborilando com os dedos na mesa.

_Verifique e vai encontrar meu sangue por toda parte, já que o segurança dele me espancou no banco de trás.

_Vou expedir um mandato e guardar essas provas. Vou pedir que dois policiais de minha confiança a acompanhem até em casa.

_Obrigado senhor Jin.

_Assine o seu relato, que meu escrivão irá lhe acompanhar junto com a esposa dele.

A senhora assim o fez e quando ela saiu, Jin Zixuan pegou o telefone e teclou um número e aguardou.

_Alô Yang, sabe aquele velho desgramento que mandou roubar o filhotinho do irmão de minha esposa?

“Não vá me dizer que ele conseguiu um hábeas corpus!?”

Zixuan ouviu um soluço baixo, que ele ignorou e disse:

_Nada uai! Juiz nenhum assinaria um com o que ele fez e a repercussão do caso. É que apareceu uma senhora aqui que trabalhava na mansão e me contou coisas interessantes vice?

“Que tipo de coisas? Ele fazia parte de uma rede de tráfico ou algo do tipo?”

_Eu prefiro falar pessoalmente. Não confio em telefone não. Traga seu marido e seu esposo.

“O esposo também?” – perguntou Yang com uma nota de pesar na voz.

_Ele também... Aconteceu algo?

“Está muito sensível hoje. No momento está sentado no meu colo enquanto eu falo com você.”

“Quero o Xiao também.”

“Ele já vem minha vida. Foi comprar seus remédios pro enjôo e as vitaminas. Zixuan quer que a gente vá pra Dallas, ele descobriu uns podres do bode velho Lan. Quer ir?”

“Uhum”

Zixuan ouviu o som de um beijo sendo trocado e sorriu.

“A gente vai. Saímos assim que Xiao voltar.”

_Espero vocês aqui.

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Dessa vez Xiao XingCheng dirigia e Xue Yang estava sentado com os pés em cima do banco e Song Lan dormia emboladinho entre as pernas dele, com a cabeça em seu peito, recebendo carinho nos cabelos de um de seus alfas.

_Eu estou agradecendo aos meus ancestrais e aos seus, por hoje ele só estar carente.

_Carente e fogoso. Chegamos atrasados no trabalho porque ele não saía de cima de você e depois ainda resolveu me puxar. Me preocupo pois o médico...

_A parteira dos Jiangs disse que médico engomadinho de cidade não sabe de porra nenhuma, pois ela sempre bateu o pé que Wei Wuxian estava bem e poderia ter o bebê em casa. Eu prefiro ouvir os mais velhos. Ela mandou a gente fazer as vontades dele que ele iria ficar mais calmo e de ontem pra hoje, como por mágica, funcionou. Eu prefiro dar ouvidos a voz de uma senhora de setenta anos, que faz partos desde os dezessete, do que o doutor Joshua... Mas voltando a outra prosa: O que você acha que Zixuan descobriu do velho?

_Eu não sei. – falou Xue Yang ajeitando Song Lan sobre o peito dele – Mas espero que seja algo bem cabeludo pra esse velho pegar perpétua.

_Que seja algo pra pena de morte... – murmurou Song para Yang – Porque eu quero ele morto por separar o filhotinho do pai. Se fosse nosso bebê, eu descarregava as minhas pistolas e a de vocês nele.

_Vida, não se estresse sim? – pediu Xiao.

_Exatamente. – comentou Xue Yang o beijando de forma lenta e depois lhe deu um beijinho na testa, vendo o ômega bocejar e voltar a dormir, com ele lhe fazendo carinho nas costas.

_Eu espero que nosso Song tenha razão. – comentou Yang e Xiao concordou.