Capítulo 25

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- já está aqui a quanto tempo? - ela me perguntou com uma voz baixa.

- tem um tempo...

- estava me olhando de novo? - ela disse franzindo um pouco a testa.

- tenho estado durante todo esse mês. Não fiz o quê me pediu. - eu precisava ser sincero.

- não deveria me falar essas coisas... Alguém pode entrar aqui e te ouvir.

- eu tranquei a porta... Não quero que fuja e que ninguém nos atrapalhe.

- não posso ficar trancada sozinha com você aqui... Tá louco?

Ela foi até a porta e se certificou que estava mesmo trancada.

- abre... Por favor.

- eu abro, mas preciso que me escute antes.

- não quero ouvir. Não vou ouvir... Abre a porta.

Ela estava agitada e eu não queria que ela ficasse assim.

- calma... Eu só quero te dizer o quê sinto... É só isso.

Senti que ela baixou a guarda e foi aí que eu comecei.

- Não consigo esquecer das pequenas coisas que vivemos juntos e você não sai da minha cabeça.

- você é um padre. - ela retrucou.

- sou... Mas eu estou amando você.

Seus olhos se abriram e seu semblante era de susto.

- a amo loucamente e não sei viver com isso. Nunca senti nada parecido. Se me aceitar, abro mão de tudo por você.

Ela continuava com o semblante assustado e eu me aproximei um pouco mais dela.

- sei que isso parece ser um grande problema, mas é possível sair da ordem... É um processo demorado, mas depois que eu estiver livre, podemos nos casar.

- quer casar comigo? - segurei suas mãos e a olhei nos olhos.

- sim... Meu sentimento é sincero. - vi ela soltar uma das minhas mãos e tocar o meu rosto.

- também sinto o mesmo... - ela me disse com a voz trêmula. - não esqueci de você um dia sequer.

Com a minha mão livre segurei sua cintura e depois a abracei. Seus braços me envolveram e sua cabeça descansou no meu peito.

Tínhamos a respiração ofegante e quando ela levantou a cabeça para me olhar, eu segurei levemente o seu queixo.

Vi seus olhos bonitos se fecharem e eu queria aquele beijo tanto quanto ela.

Beijei aquela boca que eu tanto queria beijar. Apressiei a maciez daqueles lábios e a doçura do momento. Mesmo querendo mais daquele contato e desejoso de aprofundar aquele beijo eu tinha que ir devagar.

Ela me abraçou ainda mais forte e não disse uma só palavra. Nada poderia ser mais especial que aquele momento, enquanto o mundo desabava lá fora, aqui éramos inteiros.

...

Ele alisava meu cabelo e eu tinha a cabeça enterrada no seu peito.

Ouvir que ele me amava era a resposta que eu havia pedido para Deus.

Lá fora caia uma tempestade, mas aqui dentro o meu coração era só calmaria.

Eu desejava viver esse amor e tudo que ele pudesse me dá. Agora tínhamos mais uma lembrança... A do nosso primeiro beijo... Tão suave e verdadeiro. O mais lindo que eu já recebi.

Se eu estava no chão ou flutuando, não fazia diferença, já que eu estava em estado contemplativo e de completude. Eu sentia amor e segurança, isso era fantástico.

...


Amor no improvável Where stories live. Discover now