No lugar de seguir ao meu quarto, fui para o de meu pai.
- abra aqui pai... Sou eu. - disse batendo na porta.
Ele abriu rapidamente e passei já fechando a porta.
- o quê foi? - ele me perguntou curioso.
- por que casou com a mamãe?
- que pergunta é essa?
- por que casou com ela?
- eu gostava da sua mãe... Eu me casei apaixonado por ela.
- e por que raios deixou ela assim? Me diga pai. - eu estava furioso.
- Rodolffo por que isso agora?
- ela está ficando louca... Não tem outra explicação. Ela está obcecada por uma pessoa incapaz de fazer mal a ela. Juliette gosta da minha mãe, tem empatia por ela e ela não aceita a nora por que não aceita nada que fuja do seu controle. E o senhor tem culpa nisso.
- de que forma?
- é um marido horrível. Não faz questão dela pra nada.
- ela me odeia... Vou fazer o quê?
- não sei... Mas faça alguma coisa. O senhor não morreu ainda e ela também não. Por que não tentam de novo?
- é impossível. Se ela já não me quis antes agora nem pensar.
- me perdoa pai, mas o senhor é um fracasso como homem.
- eu sei. - ele suspirou. - ainda consigo lembrar de meu pai e de minha mãe, eles eram tão unidos, eram uma coisa só e quando eu casei foi um choque perceber que eu não teria aquilo. Que a minha mulher não me trataria com o mínimo do carinho e que até as nossas noites que deveriam ser quentes foram frias. Nem sei como tivemos filhos.
Eu engoli no seco.
- eu chorei e implorei pelo perdão dela, mas ela não perdôo de verdade.
- acho que não tem a ver com vocês dois apenas, ela tem o orgulho ferido pelas traições que o senhor fez em público. Ela virou chacota pai.
- não devia ter feito aquilo... Eu sei e me arrependo muito.
- então por que não vai lá e falam sobre isso? Fale que se arrepende.
- não acho que seja adequado.
- reaja pai... Pelo o amor de Deus dêem uma trégua. Ninguém suporta mais essa guerra aqui.
- soube que ela está doente...
- não está... Sua saúde está das melhores, pode ir se quiser. Vou pegar a Juliette e sair um pouco com ela. Assim se forem se matar, eu estarei distante.
- não prometi nada. - ele retrucou.
- eu confio que o senhor vai. Então vá.
Sai do quarto de meu pai e fui até o meu.
- Rodolffo estava preocupada. O quê sua mãe tem? - Juliette estava de pé e veio ao meu encontro assim que cheguei.
- são muitas coisas, mas eu te falo isso lá no riacho, que tal?
- tá bom.
Calcei as botas e sai com Juliette para a área dos cavalos. Selei um animal e ajudei ela a subir e eu tomei as rédeas no passeio.
- gosto de andar a cavalo. - ela disse sorridente.
- isso é bom. E preste atenção nesse movimento... No movimento da cavalgada.
- por quê?
- hoje vai fazer um movimento parecido pra mim. - eu disse bem próximo ao seu ouvido.
Vi os pelos do seu braço arrepiarem.
- desse jeito é bom? - ela era tímida, mas também era curiosa.
- sim... É bom. - beijei seu pescoço.
- não faça assim, por favor. - ela me pediu.
Eu ri e ela me beliscou.
- não é pra rir. - ela me repreendeu.
- tá bom minha fogueira acesa e em brasa viva.
- não me chame assim. Podem ouvir.
- o cavalo não fala... Então ninguém vai transmitir a mensagem que é uma fogueira em forma de mulher. E ninguém além de nós dois saberá disso.
- isso é ruim? - ela me perguntou com a voz trêmula.
- é medida certa para a nossa felicidade. Um casal precisa disso e nós temos a chama acesa entre nós. Entenda que isso é maravilhoso. - apertei mais sua cintura e beijei novamente o seu pescoço.
...