Capítulo 63

134 34 22
                                    

No lugar de seguir ao meu quarto, fui para o de meu pai.

- abra aqui pai... Sou eu. - disse batendo na porta.

Ele abriu rapidamente e passei já fechando a porta.

- o quê foi? - ele me perguntou curioso.

- por que casou com a mamãe?

- que pergunta é essa?

- por que casou com ela?

- eu gostava da sua mãe... Eu me casei apaixonado por ela.

- e por que raios deixou ela assim? Me diga pai. - eu estava furioso.

- Rodolffo por que isso agora?

- ela está ficando louca... Não tem outra explicação. Ela está obcecada por uma pessoa incapaz de fazer mal a ela. Juliette gosta da minha mãe, tem empatia por ela e ela não aceita a nora por que não aceita nada que fuja do seu controle. E o senhor tem culpa nisso.

- de que forma?

- é um marido horrível. Não faz questão dela pra nada.

- ela me odeia... Vou fazer o quê?

- não sei... Mas faça alguma coisa. O senhor não morreu ainda e ela também não. Por que não tentam de novo?

- é impossível. Se ela já não me quis antes agora nem pensar.

- me perdoa pai, mas o senhor é um fracasso como homem.

- eu sei. - ele suspirou. - ainda consigo lembrar de meu pai e de minha mãe, eles eram tão unidos, eram uma coisa só e quando eu casei foi um choque perceber que eu não teria aquilo. Que a minha mulher não me trataria com o mínimo do carinho e que até as nossas noites que deveriam ser quentes foram frias. Nem sei como tivemos filhos.

Eu engoli no seco.

- eu chorei e implorei pelo perdão dela, mas ela não perdôo de verdade.

- acho que não tem a ver com vocês dois apenas, ela tem o orgulho ferido pelas traições que o senhor fez em público. Ela virou chacota pai.

- não devia ter feito aquilo... Eu sei e me arrependo muito.

- então por que não vai lá e falam sobre isso? Fale que se arrepende.

- não acho que seja adequado.

- reaja pai... Pelo o amor de Deus dêem uma trégua. Ninguém suporta mais essa guerra aqui.

- soube que ela está doente...

- não está... Sua saúde está das melhores, pode ir se quiser. Vou pegar a Juliette e sair um pouco com ela. Assim se forem se matar, eu estarei distante.

- não prometi nada. - ele retrucou.

- eu confio que o senhor vai. Então vá.

Sai do quarto de meu pai e fui até o meu.

- Rodolffo estava preocupada. O quê sua mãe tem? - Juliette estava de pé e veio ao meu encontro assim que cheguei.

- são muitas coisas, mas eu te falo isso lá no riacho, que tal?

- tá bom.

Calcei as botas e sai com Juliette para a área dos cavalos. Selei um animal e ajudei ela a subir e eu tomei as rédeas no passeio.

- gosto de andar a cavalo. - ela disse sorridente.

- isso é bom. E preste atenção nesse movimento... No movimento da cavalgada.

- por quê?

- hoje vai fazer um movimento parecido pra mim. - eu disse bem próximo ao seu ouvido.

Vi os pelos do seu braço arrepiarem.

- desse jeito é bom? - ela era tímida, mas também era curiosa.

- sim... É bom. - beijei seu pescoço.

- não faça assim, por favor. - ela me pediu.

Eu ri e ela me beliscou.

- não é pra rir. - ela me repreendeu.

- tá bom minha fogueira acesa e em brasa viva.

- não me chame assim. Podem ouvir.

- o cavalo não fala... Então ninguém vai transmitir a mensagem que é uma fogueira em forma de mulher. E ninguém além de nós dois saberá disso.

- isso é ruim? - ela me perguntou com a voz trêmula.

- é medida certa para a nossa felicidade. Um casal precisa disso e nós temos a chama acesa entre nós. Entenda que isso é maravilhoso. - apertei mais sua cintura e beijei novamente o seu pescoço.

...

Amor no improvável Onde histórias criam vida. Descubra agora