- o quê foi meu amor? - Juliette caminhou até mim e eu só sabia chorar e olhar para ela. - Rodolffo... O quê aconteceu? O quê é isso? - ela disse segurando a carta que eu tinha em mãos.
- minha princesa... Eu sou um homem livre. - minha voz saiu falha e embargada, enquanto eu me aproximava e a abraçava.
- é verdade? - ela perguntou emocionada.
- sim... - eu me afastei para olhá-la e me abaixei devagar, segurando a sua mão.
Juliette chorava e me olhava.
- no dia que eu fui naquele salão que você dava aulas, foi pelo o amor que nasceu em mim e te prometi que iria te fazer minha esposa. As coisas não saíram como queríamos, mas o nosso sentimento só cresceu a cada dia e cresceu tanto que temos uma vidinha para completar mais a nossa. Juliette, eu te amo e mais uma vez eu te pergunto: quer casar comigo?
- é tudo que mais quero. Sim... Eu sou sua mulher e serei a sua esposa.
Lhe dei um beijo na mão e outro na sua linda, redonda e abençoada barriga. E senti suas mãos me chamarem a ficar de pé.
Levei minhas mãos ainda trêmulas a seu rosto e limpei suas lágrimas com o polegar.
- tu tem certeza, de verdade? - ela me perguntou com seu semblante sereno.
- tenho... Poderemos casar e eu quero que seja o quanto antes.
- também quero. O mais rápido que for possível.
- nunca fez tanto sentido tudo que eu vivi para te encontrar Juliette. - eu acariciava as suas bochechas. - Em você está toda a alegria da minha vida. E saber que ainda tentei ser racional e lutar contra a tudo que eu sentia quando te via.
- ficaremos juntos até o fim... Eu te juro.
- te prometo que não vai se arrepender de ter me escolhido.
Eu uni meus lábios ao de Juliette, mas não passou disso, até que um grito nos chamou atenção.
Olhamos em volta e Fátima não estava mais ali. Então, fomos a porta do quarto e nos deparamos com uma cena que eu não tinha hábito de ver.
...
- Vera... Eu voltei... Não é miragem. Calma.
- é um sonho? - ela me perguntava um pouco assustada.
- não... Eu voltei Vera. Estou livre.
- meu Deus.
Ela literalmente correu para o meu abraço e eu me permiti receber aquele carinho.
- volta pra mim... Juarez, por Deus... - ela se afastou um pouco e me olhou. - eu sei que fui uma esposa horrível e que eu fui culpada de muitas desgraças...
- Vera... - eu tentei interrompê-la.
- eu não fui uma boa esposa e também não fui uma boa mãe, tudo por que eu não conseguia entender que a vida foi boa comigo, apesar de tudo eu tive tanta sorte, mas eu joguei ela pela janela por orgulho e autoritarismo. Mas ainda consegui entender que a minha vida sem você é tão vazia. - ela deu uma pausa e fechou os olhos, antes de me encarar de novo. - Eu te amo e que bom que ainda tive tempo de lhe dizer isso. Aquele podia ter te mata... - coloquei a mão sobre os seus lábios.
- não diga isso... Nunca mais pense naquela tragédia... Esqueça Vera.
- eu me sinto tão culpada... Já tive vontade de confessar tudo e te livrar disso.
- não deixaria nunca a mãe dos meus filhos ir presa... Muito menos ela sendo a mulher que mais amei e amo na minha existência. Não permitiria que sofresse ainda mais... Eu fui culpado por muitas coisas, mas não tive culpa de te amar desde a primeira vez que te vi.
Nos abraçamos de novo, eu amarei o seu choro e eu disse em alto e bom som: eu voltei para você.
...
Ver os meus pais tão unidos era uma cena que eu sempre quis ver, já que sempre os vi em pé de guerra.
- o amor sempre vence, meu amor... - Juliette disse enquanto segurava minha mão. - O nosso é a prova disso. Não há amor improvável quando Deus nos permite senti-lo.
Ela estava mesmo certa. O amor move barreiras e muda as pessoas.
...