8. Country Longing

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C A M I L L E

Naquela quinta-feira, eu observei Nolan assistir os garotos do time de basebol no gramado da frente da escola antes da aula com o mesmo olhar que ele havia lhes dado a semana inteira. Era o maior interesse que eu o havia visto demonstrar por qualquer coisa, quase que desejo em seus olhos, o que me deixou curiosa, de modo que, naquele dia, depois de muito observá-lo para ter certeza de que eu não estava imaginando coisas, eu me arrisquei.

— Sabe, você pode fazer esportes se quiser. — comentei suavemente ao lado dele — E o time de basebol ainda está aceitando novas pessoas.

— Isso não é pra mim. — Nolan disse de maneira rabugenta, balançando a cabeça mas, mesmo tentando disfarçar, o olhar desejoso ainda estava lá. Talvez por ser mais novo, ele não era tão bom em esconder suas emoções como seus dois irmãos mais velhos, apesar de se apoiar na raiva para esconder suas outras emoções.

— Bem, nunca diga nunca. — eu disse. Nolan apenas me olhou em silêncio antes de acenar com o queixo para seus irmãos e se afastar. Collin e Rowan haviam observado a cena, mas nenhum dos dois disse uma palavra sobre o assunto.

A manhã de aulas passou como um borrão. Collin e eu fizemos uma prova de Cálculo no primeiro perído que não foi tão difícil quanto o esperado e então o resto das aulas transcorreu de maneira habitual. Gabby e eu discutimos o começo do nosso trabalho de literatura na aula, o que com certeza nos renderia uma pseudo festa do pijama com a premissa de terminá-lo.

Antes do almoço, eu peguei os livros que precisávamos na biblioteca e então rumei para o meu armário para guardar todo o material que estva pegando minha mochila. Foi nesse momento que Collin me pegou de surpresa, inclinando-se contra o armário ao lado do meu e eu podia dizer que ele tinha algo em mente.

— Foi legal o que você disse para o Nolan mais cedo. — ele me disse — Ele gostava de jogar quando era menor, mas faz muito tempo que qualquer um de nós praticou um esporte assim...

A confissão inesperada me surpreendeu. Era a primeira vez que um dos meninos me revelava algo sobre eles, seu passado, assim e eu sabia que isso exigia um nível de confiança, mesmo para Collin, que era o mais comunicativo dos quatro, de modo que eu me senti felizz por receber tal credibilidade.

— Você corre comigo agora, lembra? — eu disse. Collin havia se tornado um parceiro matinal fixo, acordando cedo como eu e me acompanhando nas corridas das quais ele parecia genuinamente desfrutar — E nada impede vocês agora. Mamãe jamais se importaria, eu prometo. — eu disse, convicta de minhas palavras. Na verdade, eu tinha absoluta certeza que minha mãe ficaria emocionada se qualquer um dos meninos se envolvesse em atividades extracurriculares.

— Esportes custam dinheiro e exigem todo o tipo de coisa. Nenhum de nós causaria esse problema. — Collin comentou, sua voz crua — Eu só queria agradecer por você ser gentil com o Nolan, mesmo que eu saiba que ele não é tão recíproco.

— Não tem nada para agradecer. — eu disse a ele, insistindo na questão em seguida: — Eu não estou brincando, Collin. Esteja certo que, se Nolan falar com ela, ou qualquer um de vocês, ela vai concordar imediatamente. Mamãe não negaria nada disso à vocês, muito pelo contrário. Eu não mentiria sobre isso.

— Ok. — Collin assentiu, ainda não parecendo muito convencido, mas sem se opor mais. Eu decidi por não forçar mais o assunto também, suavemente mudando o foco:

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