Where We Belong

29. Country Stars

A S H E R

— Ash, você pode me fazer um favor? — Julie me chamou de lado — Por favor, não deixe o Nash arruinar meu bolo de aniversário antes da hora. 

— Vou dar o meu melhor, Ju. — eu disse para ela. Desde que eu havia chegado, Julie estava correndo de um lado para o outro para garantir que tudo estava perfeito, então eu podia lhe fazer o pequeno favor de não deixar seu primo atacar nada antecipadamente.  

Era seu aniversário de dezesseis anos e ela havia escolhido comemorar de maneira mais intimista, com um pequeno jantar para todos nós. Depois da sugestão de Camille e aprovação mais que imediata de Elena, o jantar estava acontecendo na área externa da pousada Weston, onde havia uma enorme mesa de madeira rústica embaixo de algumas árvores, que por sua vez possuíam uma infinidade de luzinhas penduradas entre seus galhos, criando um cenário de contos de fadas. Julie, com a ajuda das meninas, havia arrumado uma mesa digna de revista, com guardanapos, flores e velas, bem como havia pintado para cada um de nós um convite único, algo que era totalmente ela. 

— Onde está a aniversariante? — Bray, Nick e Sage apareceram pela porta dos fundos, procurando por Julie em primeiro lugar. Julie se virou, a saia de seu vestido verde claro girando com ela e havia um sorriso em seu rosto quando eles se aproximaram para abraçá-la e desejar feliz aniversário. 

Somando-se que Julie adorava seu aniversário com o fato de que todos nós tínhamos um ponto fraco por ela, considerando que ela era a mais nova das meninas e mais nova do grupo, pelo menos até antes da chegada dos Houston, era seguro dizer que essa noite era especial. 

— Não deviam ter comprado nada. — Julie disse ao receber embrulhos dos três, que dispensaram seu comentário. Embora adorasse a data, ela era surpreendentemente humilde quando se tratava de receber presentes, o que tornava nossa competição de quem dava o melhor presente ainda melhor quando se tratava dela. 

— Tente impedir. — Bray disse para ela.  

Nesse momento, Camille desceu para o jardim também, seu cabelo solto voando com a brisa noturna. Os Houston já estavam aqui fora desde que eu havia chegado, mas Camille estava ajudando Julie com a organização de tudo.

— Oi, gente. — ela sorriu quando nos alcançou. Estava sem aparelhos auditivos naquela noite, mas isso não mudava nada, afinal, nós havíamos nos tornado fluentes em ASL basicamente ao mesmo tempo que ela, por ela.

Eu me lembrava de nós, ainda crianças, praticando os sinais recém aprendidos, às vezes às escondidas porque queríamos que estivesse perfeito antes de usarmos com Camille, queríamos ter certeza de que ela entenderia. Como as crianças ocasionalmente travessas que éramos, às vezes inventávamos palavras só para confundir uns aos outros e discutir se ela existia ou não, mas nunca com ela. Em nenhum momento havíamos ousado cruzar esse tipo de linha com Camille, respeitando que, para ela, tudo isso era diferente e mais profundo.

— Você estava beliscando o jantar antes de nós por acaso? — Sage a provocou com uma sobrancelha erguida. 

— Eu tenho modos. — Camille se defendeu. Ela disse algo para Julie sobre a cozinha e então, com uma pitada quase imperceptível de timidez, se virou para mim. Era compreensível, considerando que nós dois ainda estávamos nos adaptando à convivência pós sentimentos confessos, mas eu achava que Camille estava um pouco mais inquieta que eu nesse aspecto.