30. Country Fair

106 13 0
                                    

C A M I L L E

West Valley não era uma boa cidade apenas por suas características físicas, mas também porque ela funcionava como uma comunidade. Embora em algumas situações o "todo mundo conhece todo mundo" pudesse ser um pouco frustrante em termos de privacidade, na maior parte do tempo, essa proximidade entre os moradores permitia que coisas incríveis e prósperas acontecessem. O festival regional era uma das maiores provas disso. Sem a união das pessoas, o trabalho conjunto, o "eu conheço alguém que pode ajudar com isso", o evento certamente não aconteceria, o que seria uma lástima considerando o quanto ele era positivo para a cidade em vários aspectos. 

— Camille! Seja uma querida e separe dois vidros da geléia da sua mãe para mim, sim? Passo para pegar quando terminar aqui. — Era provavelmente a quinta ou sexta vez que alguém me chamava para pedir esse favor ao me verem passar por entre as barracas da feira, mas eu não me importava, satisfeita com o sucesso de minha mãe. O festival era um importante momento de divulgação e terminar o dia com produtos esgotados era o melhor resultado possível.

— É claro, senhora Durant. Vou separar assim que voltar para lá. — eu respondi a mulher que havia me parado. Martha Durand era uma mulher na casa dos cinquenta anos e uma das mais conhecidas comerciantes de West Valley, considerando que sua lanchonete estava cheia basicamente todas as noites. Como consequência, era como se ela tivesse olhos e ouvidos em todos os lugares e sempre estava por dentro de tudo. 

— Como você está, menina? Aquele incidente no jogo outro dia foi feio. — ela disse — Espero que aquele menino grosseiro tenha sido punido e que você não tenha se machucado.

— Foi um susto, mas eu estou bem agora. — forcei um sorriso. Embora as dores da pancadas e os hematomas tivessem quase todos sumidos agora, eu estava percebendo que esquecer o ocorrido era mais difícil do que eu pensava e, no fundo, eu estava um pouco nervosa com a próxima vez que eu tivesse que estar em campo.

— Isso é o que importa. — Martha acenou com a cabeça — E diga para sua mãe que ela está fazendo bem com aqueles meninos da cidade. Dois deles pararam para me ajudar mais cedo e foram muitíssimo educados. Bons meninos eles. 

— Eles são. — concordei — Nolan está no time de beisebol com o seu sobrinho agora, você já deve ter visto ele pelo campo. 

— Ah sim, Luke mencionou que havia um menino novo tempos atrás. Que bom que eles estão se enturmando. — Martha comentou — E quanto ao resto da sua matilha? Faz um tempo que eu  não vejo alguns de vocês. 

— Todos bem, graças à Deus. Acho que estão todos por aqui hoje. 

— E onde mais qualquer um estaria hoje? — Martha sorriu. Rapidamente, ela embrulhou um dos deliciosos sanduíches que estava vendendo e me entregou — Aqui, sinto que você precisa de um lanchinho. Só não conte para aqueles meninos que eu te mimei ou eu vou ter uma fila aqui. 

— Obrigada, senhora Durand. — eu sorri de volta — Meus lábios estão selados. 

Eu devorei o sanduíche rapidamente no meu caminho de volta para a barraca de minha mãe, sabendo que Martha estava certa e os meninos iriam atrás dela ao menor sinal de comida grátis, especialmente Nash. Mamãe estava atendendo clientes, então eu separei todos os produtos que haviam me pedido pelo caminho, anotando os nomes para mais tarde. Nolan e Theo estavam sentados ali, enquanto Rowan e Collin haviam se voluntariado para buscar uma caixa que mamãe havia esquecido em casa, mas provavlmente estariam de volta logo. 

— Sua mãe é famosa. — Nolan comentou. Eu tentei medir se havia algum ressentimento em seu tom mas não, ele havia apenas dito aquilo como se fosse um fato e ponto final.

Where We BelongWhere stories live. Discover now