26. Country Diamonds

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C A M I L L E

Com nosso último jogo antes dos playoffs a poucos dias de distância, mais precisamente três, havia um clima de euforia permeando a escola. Todos estavam ansiosos para a chegada da parte realmente decisiva da temporada e ganhar esse último jogo significava avançar para a próxima etapa com confiança. Tal pensamento era o que estava levando toda a equipe de torcida a ser convocada para animar o jogo. 

Naquela tarde, nós tivemos uma pequena reunião para alinhar as coisas antes do treino, considerando que tivemos que dedicar um pouco do tempo para preparar algo para o jogo com o restante da equipe de torcida, o que certamente constratava com a nossa rotina de campeonato em si. Eu sabia que ia sair mais tarde, então havia deixado minhas chaves com Rowan e peguei uma carona com a Gabby e o Asher, que havia esperado pela irmã.

Quanto mais eu tomava consciência dos meus sentimentos, mas estar perto de Asher me fazia sentir todo o tipo de inquietação, não necessariamente no mau sentido. As coisas não haviam mudado entre nós, até porque nada havia acontecido externamente, mas elas haviam mudado dentro de mim e agora eu sabia que não era capaz de voltar atrás. No mínimo, eu passaria muito, muito tempo, talvez a vida toda, com esse anseio pulsando em meu coração, caso eu ficasse em silêncio. 

Então, eu me via em um limbo em que os dois lados me assustavam, mas no fundo eu sabia para qual deveria pender. Sabia que eu precisava dizer como eu me sentia, mesmo que fosse pela minha paz de espírito ao obter uma resposta. Se tudo desse errado, ao menos eu podia lamber minhas feridas e seguir em frente. 

Não, quem eu queria enganar? Não seria tão fácil assim, nem de perto. Eu sabia o bastante para entender que Asher tinha o meu coração na palma da mão e tinha o poder para destroçá-lo, mesmo sem querer. Isso era aterrorizante. Mas que escolha eu realmente tinha? 

Em casa, Rowan e Collin estavam na cozinha com a mamãe, que estava em casa nesse horário em um ato raro. Desde que os meninos vieram para cá, mamãe se esforçava para estar presente no cotidiano deles tanto quanto possível, mostrando que ela era uma figura com quem eles podiam contar e, talvez aos poucos, isso estivesse funcionando. Acenei para eles rapidamente e rumei para o andar de cima, desejando um bom banho quente e um tempinho de descanso antes de enconstar no meu dever de casa. 

Nolan estava longe de ser visto mas, considerando a porta do quarto fechada, não era difícil adivinhar onde ele estava. Às vezes, mamãe conseguia atraí-lo para socializar também, mas hoje não parecia ser um desses dias. 

Entretanto, ao passar pelo banheiro do corredor, cuja porta estava entreaberta, um som incomum chamou minha atenção e eu parei, tentando distingir o que era. Levou um minuto para eu perceber que se tratava do som de alguém vomitando, o que me deixou imediatamente alerta. 

— Theo, é você? — chamei, batendo meus dedos contra a porta de madeira. Quando não houve resposta além de sons de ânsia, meu instinto me fez abrir a porta e felizmente eu fiz isso, porque ali, largado sobre o chão de pisos antigos, estava Theo, trêmulo e debruçado sobre a privada como se estivesse prestes a vomitar — Ei, o que há de errado? — me abaixei ao lado dele.

— Eu não estou me sentindo bem do estômago. — Theo conseguiu murmurar antes de precisar vomitar. A cena não me incomodou já que eu estava completamente tomada pela preocupação e por uma onda de protecionismo, uma que me dizia que eu ficaria exatamente ali enquanto eu fosse necessária. 

— Tudo bem, vai ficar tudo bem. — confortei, tocando as costas dele gentilmente. 

— Rowan. — ele sussurrou com a voz rouca — Eu quero o Rowan. 

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