33. Country Love

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C A M I L L E

A semana antes do pep rally era agitada, para dizer o mínimo. A maioria do corpo estudantil acabava envolvido em atividades, que embora tivessem como estrela principal a temporada de futebol americano, englobavam toda a comunidade escolar.

Considerando que era um evento completamente relacionado à "animar os espíritos", todo o cheer estava envolvido diretamente e, pela primeira vez, eu estava nervosa. A ideia de me envolver na animação dos jogos de novo fazia um calafrio subir pela minha espinha, embora eu não tivesse admitido isso para ninguém. Não havia sequer tido coragem de expor minha insegurança para a treinadora Kelly quando conversamos sobre o ocorrido daquela noite e quando ela me disse que eu não precisava mais participar daquele tipo de evento se não quisesse. Eu não queria ser uma refém do medo, mas essa era uma batalha que eu ainda estava lutando silenciosamente. 

Naquela sexta-feira, no entanto, eu ainda tinha dois consolos: eu assistiria o jogo das arquibancadas, uma vez que estavamos indo para um jogo em outra cidade e, depois disso, Asher e eu tínhamos um encontro, o que era todo um nervosismo diferente. Ele havia se recusado a me dizer onde estávamos indo, o que tornava tudo mais enervante, no bom sentido. 

— Um passarinho contou que vocês vão ter uma noite romântica hoje. — Nick apareceu ao meu lado no almoço e eu bati em seu ombro de leve.

— É feio ser enxerido. — disse para ele.

— Não vou ser, estou feliz por vocês. — ele ergueu as mãos em rendição — E Asher precisa de um incentivo hoje depois da bronca que tomou.

— Do que você está falando? — perguntei, confusa e alerta ao mesmo tempo. Nick percebeu que havia dito mais do que devia e coçou a nuca envergonhado, mas eu não deixei o assunto morrer: — Nick?

— Vamos dizer que ele está de sobreaviso depois do último jogo, por causa da liga, não do treinador Dale em si. — Nick disse — Desculpe, Cami, não queria que você soubesse por mim, mas eu devia ter imaginado que o Ash não te contou. Ele está preocupado com você. 

— Tudo bem, eu não estou brava. — respondi, passando a mão pelo cabelo. Havia uma pitadinha de ressentimento porque Asher e eu nunca havíamos guardado segredos um do outro, o bom e o ruim, mas a preocupação suprimia qualquer outra coisa. Meu último desejo era que Asher acabasse encrencado porque havia tentado me defender; embora seu instinto protetor fizesse meu coração palpitar, havia muito mais em jogo quando estávamos em campo e nós dois sabíamos disso. 

— O que aconteceu não é culpa só daquele babaca de North Hill. Não deixe isso afetar as coisas entre você e Asher. — Nick aconselhou e eu assenti. Não havíamos chegado até aqui só para algo assim criar desavença entre nós. 

Depois de pegarmos nossa comida, nós dois estávamos rumando para nossa mesa habitual quando Nick falou de novo. 

— Bray contou para os meninos sobre... o nosso pai. — ele me disse e isso fez com que eu arregalasse os olhos em surpresa. Os McKinley, especialmente Bray e Sage, não gostavam de falar sobre Harry McKinley, uma lembrança dolorosa para eles. E eles certamente não contavam as histórias mais difíceis de sua família para gente nova, então o fato de que Bray havia trazido o assunto à tona significava muito.

— Vocês estão bem? — perguntei. Eu não ia me intrometer em qualquer que fosse a conversa que eles tiveram, isso era apenas entre eles, mas não podia deixar de me preocupar.  

— Estamos. — Nick assentiu — Bray se sente protetor em relação aos meninos, então eu entendo o que engatilhou ele. Finalmente algum uso para aquela história. — ele riu sem humor — Acho que o Rowan ficou um pouco sentido, mas não conosco exatamente. 

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