amar no escuro

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O desespero suprimiu as palavras.

Qualquer coisa que Stenio pudesse raciocinar para impedir esse momento sumiu, e ele foi tomado pelo homem completamente rendido pela deusa em seus braços. Heloísa vinha carregada de um desejo desesperador, e a tentação de arrasta-la para o carro e terminar o serviço ali mesmo era quase sufocante.

— Casa, Stenio, me leva para casa. — ela dizia.

Ela pedia. Nem em seus sonhos mais idealizadores Heloísa esteve tão rendida. Em todas as vezes que ela lhe deu o poder foi porque ele pediu. Nunca foi uma ação espontânea. Ele podia dominá-la se ela deixasse. Aqui não. Na calçada em espaço público ela clamava para que ele a tomasse.

E esse terreno era perigoso demais para um homem que lidava com a sua maior droga, seu maior vício.

Heloísa Sampaio era seu maior problema e também sua maior solução. Solução das noites de insônia, dos casos difíceis, das dores nas costas, das caminhadas solitárias na praia. Ela era solução para dor que ele tinha, sentimental e física.

— Helô...

As unhas dela fincaram em seus braços, e o olhar dela estava em chamas.

— Por favor... — sufocada próprio pedido, ela fechou os olhos. — Por favor.

— Merda.

Stenio a puxou pelo braço, a guiando até o carro. O trajeto foi rápido, silencioso, tudo que se escutava eram as respirações agitadas. Heloísa tentava achar motivos para se justificar enquanto Stenio tentava achar motivos para desistir. Honestamente ele tinha todos. Principalmente a possível humilhação que sofreria quando ela o expulsasse de casa na manhã seguinte.

Sua mente e ego não pareciam se importar muito com isso.

Sua mão foi certeira em direção a coxa dela, provocando durante todo caminho até o apartamento da delegada. Os dedos subiam até o meio de suas pernas, sentindo o calor que irradiava pelo tecido grosso do jeans. E ela gemeu, e ele se perguntava como ela podia estar tão responsiva com tão pouco.

Ela tinha os olhos fechados e a cabeça para trás no banco.

Gostosa, mesmo.

O chegar em casa foi ainda mais desesperador, pois Heloísa precisava abrir a porta enquanto Stenio atacava seu pescoço, segurava seu quadril contra o dele e a outra mão puxava seu cabelo. Quando conseguiu os colocar para dentro, foi dominada por ele, sendo guiada por um caminho que era velho conhecido do advogado.

No quarto, Stenio arrancou a jaqueta e a regata com pressa, suas mãos foram para os seios cobertos pela lingerie com fome, para possuir de fato. Ele não se importava se fora daqui ela era de outro, hoje ela seria dele, e entenderia de uma vez por todas que eles poderiam se afastar mil anos, os corpos se reconheceriam como melhores amigos.

Como melhores amantes.

Como o dele estava se lembrando agora, mesmo que em sã consciência Stenio jamais se permitiria assim, ele tinha resistência de uma ameba mesmo.

Heloísa também arrancou a roupa dele, sem conseguir soltar sua boca, a saudade era maior do que ela. Stenio tinha um beijo quente, um beijo bom, e ela era viciada. Tentou achar em outras bocas o que ele oferecia, sem sucesso.

Stenio a empurrou contra o armário, mas Heloísa foi mais rápida e os virou, fazendo ele ser a vítima de seu ataque. Sua boca atacou o pescoço dele enquanto as unhas desciam do pulso até o peitoral, arranhando toda essa extensão. Stenio deu uma risada sacana, e a empurrou contra o armário de volta. Ela se assustou com essa abrupta mudança, o olhando com tesao. A mão de Stenio encontrou o pescoço dela e apertou, a pressão precisa que ela gostava.

Chão de Giz Where stories live. Discover now