oito

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ANY G.

Estava sentada numa mesa na padaria, tomando café da manhã antes de ir para a faculdade, quando escutei meu celular tocar. Olhei para a tela do celular, vendo o nome do Bailey.

— Fala — eu disse assim que atendi o telefone.

— Preciso de uma ajudinha — ele disse e eu suspirei.

— Que ajuda? — perguntei e tomei um gole do meu café.

— Dinheiro.

— Eu te dei dinheiro semana passada, você já gastou tudo? Com o que você gastou? — eu perguntei indignada.

— Eu vou te devolver cada centavo, eu juro, mas eu realmente preciso — ele disse e eu senti um pouco de desespero na sua voz.

— Pra que?

— Um amigo meu está devendo para um cara barra pesada e... Merda Any, eu preciso da grana

— É seu amigo ou você Bailey? — perguntei preocupada.

— Meu amigo Any, mas ele precisa e eu não tenho todo esse dinheiro — ele disse ainda com o tom de voz desesperado.

— Tudo bem — eu disse suspirando.

— Obrigado maninha, eu te amo demais

— Também te amo — eu disse dando um sorriso pequeno.

— Passo na sua faculdade mais tarde — ele disse e eu concordei, e depois desliguei a ligação.

Bailey é meu irmão, ele tem 21 anos, meus pais pararam de dar dinheiro e sustentar ele quando ele fez 16 anos e não queria mais estudar, ele queria virar tatuador.

Meus pais ficaram irritados, eles sempre sonharam com Bailey fazendo medicina. Mas além de ser por quererem que Bailey fizesse medicina, eles são extremamente preconceituosos e diziam que Bailey iria virar um marginal por fazer tatuagens.

Mas quando Bailey fez a primeira tatuagem, foi a gota da água pra eles e então expulsaram Bailey de casa, pois na mente deles, Bailey iria "aprender" dessa forma, mas obviamente isso não aconteceu. Bailey começou a morar com um amigo e eu dava parte da minha mesada pra ele (claro que meus pais não fazem a menor ideia disso).

Hoje em dia Bailey trabalha em um mercado e está juntando dinheiro pra montar um estúdio pra ele. Ele faz tatuagens também em um estúdio, mas o que ele ganha, tem que dar uma parte pro dono do estúdio. O sonho dele é ter um estúdio dele e eu apoio muito ele nisso.

Aliás, ele já me fez uma tatuagem de uma pequena borboleta na minha cintura, fiz uma pequena porque eu nunca tinha feito nenhuma tatuagem na minha vida e para meus pais não perceberem.

Depois de eu terminar de tomar meu café, me levantei e fui em direção a faculdade. Mais um dia.

Eu andei até minha sala e me sentei na mesa que me sento todos os dias. Organizei minhas coisas em cima da mesa e estava preparada pra quando o professor chegar.

Vi que o amigo do Alex entrou na sala e veio na minha direção. Eu mereço.

— Any não é? — me perguntou sentando na mesa a frente da minha, o lugar de Noah.

— Sou — eu disse baixo e olhando para ele. Tão bonito quanto o amigo.

Que porra eu tô pensando?

— Eu sou o Alex — ele disse sorrindo.

— Eu sei

— Só queria dizer que eu não sei que feitiço você jogou no meu amigo, mas alguma coisa você fez — ele disse e eu franzi o cenho.

— Que?

— Sabe, ontem Noah bebeu muito e só falava de Any, o tempo todo. Tava me irritando já

— Então eu acho que ele estava falando de outra Any — eu disse me encostando na cadeira e sentindo meu rosto corar por essa informação.

— Eu acho que não — ele disse sorrindo e me olhando de um jeito que eu não entendi — Eu só queria dizer mesmo que talvez você devesse dar uma chance pra ele

— Seu amigo é um idiota — eu disse e mordi o interior da bochecha.

— Eu sei, mas eu acho que você pode ser a pessoa que pode fazer ele mudar — ele disse e eu revirei os olhos mentalmente. Tenho cara de clínica de reabilitação agora?

A professora entrou na sala e isso fez que os alunos que estavam em pé, e conversando se sentassem nas suas mesas.

— Era só isso? Eu tenho aula agora — eu murmurei.

— A gente se vê por aí Any — ele disse sorrindo pra mim e se levantou indo em direção a porta.

Quando ele saiu a professora começou a dar a aula e eu fiquei pensando sobre o que ele disse. Como assim Noah falou de mim bêbado?

Eu resolvi deixar esse pensamento de lado e focar na aula, quê é muito mais importante que o Noah. A aula até que passou rápido e normal, graças a Deus não trombei com Luke ou até mesmo o Noah.

Luke começou a se sentar do outro lado da sala e o Noah, bom, eu não vi ele hoje o que me fez achar que ele faltou hoje.

Quando faltava cinco minutos para a aula acabar, senti meu celular vibrar em cima da mesa, o que me fez ver quem tinha me mandado mensagem.

Número desconhecido: estou te esperando aqui fora pra gente sair.

Eu franzi o cenho com essa mensagem.

Eu: quem é?

Número desconhecido: o Noah.

Eu: pois então está esperando atoa.

Eu respondi isso quando descobri ser o Noah. Na verdade, eu iria responder isso ela qualquer um, mas principalmente para o Noah. Ele foi idiota comigo na festa da Kayla e agora quer que eu saia com ele? Ele é doido.

Quando deu o horário de ir embora, me levantei da minha mesa e novamente senti meu celular vibrar, o que me fez revirar os olhos por pensar que era o Noah, mas não era.

Bailey: estou aqui fora.

Eu: já estou saindo.

Eu respondi sorrindo. Não faz tanto tempo que eu não vejo meu irmão, mas mesmo assim estou morrendo de saudades dele.

Quando sai para fora, vi Bailey encostado no seu carro e eu sorri pra ele, indo na sua direção. Fui impedida de continuar a andar quando entraram na minha frente. Esse alguém, era Noah.

— Meu carro está pra lá, vamos — ele disse parado na minha frente com os braços cruzados.

— Não? — eu disse como se fosse óbvio.

— Porque? — ele perguntou e eu olhei como se dissesse "sério?"

— Porque eu não quero

— Você não vai se arrepender de vir comigo, eu juro. Eu só quero conversar contigo — ele disse e parecia estar sendo sincero, mas ele continua sendo o Noah.

— Algum problema aqui? — perguntou uma segunda voz, e percebi ser o Bailey que tinha chegado ao lado do Noah, mas depois veio pro meu lado e passou seu braço por cima dos meus ombros.

— Quem é você? — perguntou Noah confuso e parecia estar ficando irritado.

— Eu que te pergunto — disse Bailey e inclinou um pouco a cabeça pra frente — Quem é você? — Noah deu uns passos para frente e ficou cara a cara com meu irmão.

Noah pode ser intimidante, mas Bailey também é, e eu até noto uma semelhança nos dois, já que Bailey sempre arruma briga com alguém e agora eu tenho quase certeza que vai acontecer uma briga aqui, já que os dois são dois idiotas. É claro que meu irmão é um pouco menos, mas mesmo assim é um idiota.

I Want You ⁿᵒᵃⁿʸWhere stories live. Discover now