vinte e cinco

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ANY G

— Vamos embora.

Noah deu passos se aproximando mais de mim e ficou parado na minha frente por alguns segundos, até abrir os braços e envolver eles ao meu redor, me deixando surpresa.

Fiquei paralisada no lugar, sem saber o que fazer, por ele me pegar de surpresa pois a última coisa que pensei que ele faria, seria me dar uma abraço.

— Pode me soltar agora. — eu disse quando ele não me soltou depois de um tempo.

Noah estava me abraçando cada vez mais forte, na verdade ele estava se apoiando em mim e isso deve ser por culpa da bebida.

— Eu estava com saudades de você. — ele disse e eu coloquei minhas mãos no seu peito, para empurrar ele.

Noah se afastou quando o empurrei com um pouco mais de força, fazendo ele se separar de mim e percebi que ele estava bem sonolento.

— Eu vim aqui só pra te buscar e não pra conversar. — eu disse e ouvi ele suspirar. — Cadê a chave do seu carro? — perguntei estendendo minha mão, para ele me dar a chave.

Noah colocou sua mão no bolso da sua blusa e tirou de lá a chave do carro, me entregando em seguida.

Eu peguei a chave e destravei o carro, entrei no banco do motorista e esperei ele entrar também.

— Você... Você pode me escutar? — ele perguntou e eu o olhei vendo ele me olhar apreensivo.

— Não.

— Por que? — perguntou com um olhar perdido.

— Porque você está bêbado e são quatro horas da madrugada. — eu disse e ia ligar o carro, mas ele segurou minhas mãos e puxou a chave dos meus dedos.

— Any, por favor, me escuta. — ele praticamente implorou.

— Me devolve a chave. — eu disse o olhando seriamente.

— Não vamos sair daqui até você me escutar. — ele disse e eu respirei fundo.

Por que eu vim mesmo?

— Não tem o que escutar Noah. — eu disse irritada e me arrependendo de ter vindo.

— Tem sim e você não pode me tratar como se eu fosse o único culpado. — ele disse também se irritando.

— Posso sim, porque você me criticou, só pra ir ficar com aquela garota minutos depois. — eu disse sentindo minha respiração começar a acelerar.

— Eu estava nervoso e... E também não sei o que aconteceu direito aquela noite. — ele disse frustado passando as mãos no cabelo. — Eu fui pra um bar e comecei a beber e depois não me lembro de nada, só de poucas coisas.

— Colocar a culpa na bebida é típico de um babaca como você. — eu disse irritada.

— Eu sei que não justifica, mas... — ele deixou a frase no ar, não terminando ela e franziu o cenho.

Eu suspirei irritada e desviei o olhar dele para a rua, que estava escura por ser de madrugada, mas não iria demorar muito para ficar de dia.

— Eu só preciso saber de uma coisa. — ele disse baixo e eu voltei meu olhar pra ele.

— O que?

— Você sente alguma coisa por mim? — ele perguntou e vi sua voz falhar no meio da frase, me olhando de uma forma frágil.

Eu não sabia o que responder, não sabia se deveria falar pra ele o que eu sinto. Mas de qualquer forma, ele não vai se lembrar disso depois.

— E-eu... — eu mordi o interior da minha bochecha enquanto via Noah me olhar com expectativa. — Eu gosto de você Noah. — eu disse baixo e senti meu rosto esquentar.

Meu coração acelerou enquanto vi os olhos de Noah brilharem, como se tivesse descoberto que tinha ganhado na loteria. Mas derrepente, seu olhar mudou para algo que eu não consegui decifrar, enquanto desviava o olhar para suas mãos no seu colo e voltou a falar:

— Então porque beijou meu irmão? — ele perguntou sem me olhar e eu fechei os olhos por alguns segundos, sem saber o que responder pra ele, porque nem eu sei o porquê eu fiz isso.

— Eu não sei. — eu disse com sinceridade.

Ficamos em silêncio por um tempo e ele não me olhou em momento algum. Respirei fundo incerta se eu deveria expor meus sentimentos para ele, mas tomei coragem e fiz.

— Acho que eu não acreditava que você sentia algo por mim e eu também não sabia o que sentia por você, mas depois que eu descobri que você tinha ficado com outra garota e senti raiva, descobri que talvez eu goste de você mais do que deveria. — eu disse e me senti aliviada depois de ter falado isso.

Noah voltou a me olhar e eu não conseguia decifrar o que aquele olhar queria dizer. Eu queria saber o que se passa na sua mente nesse momento, enquanto meu coração batia rapidamente no meu peito que acho que ele possa ouvir.

— Eu também não sabia que gostava tanto de você, até ver você beijando meu irmão. — ele disse me olhando e travou o maxilar. — Você não faz ideia do que fez comigo, Any. — ele disse e fiquei novamente sem saber o que dizer.

— Acho melhor nós irmos embora logo. — eu disse mudando de assunto e olhando pra rua, vendo que o céu estava começando a ficar mais claro.

— Eu sei que você dúvida quando eu digo que eu gosto de você, mas podemos salvar seja lá o que temos ou tínhamos, antes que não reste nada para salvar. — ele disse e segurou minha mão que esta em cima da minha coxa e eu olhei sua mão por cima da minha.

— Você está bêbado, se ainda pensar assim quando estiver sóbrio, podemos decidir o que vamos fazer em relação a nós dois. — eu disse voltando a olhar pra ele e ele abriu um pequeno sorriso.

— Eu não vou desistir de você. — ele disse me olhando com intensidade.

Ele me entregou a chave do carro e eu liguei o carro, começando a dirigir de volta para o dormitório.

Não sabia o que pensar sobre essa conversa que tivemos, mas se o que ele disse bêbado não é mentira e ele pensar da mesma forma quando estiver sóbrio, eu vou estar disposta a tentar me concertar com ele.

I Want You ⁿᵒᵃⁿʸTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon