treze

451 33 0
                                    

ANY G

— Bailey, por que você não pagou quando eu te dei o dinheiro? — eu perguntei irritada.

— Aconteceu umas coisas e... — interrompi sua fala, não deixando ele terminar de falar.

— Fala a verdade, por que eu estou cansada de suas mentiras — eu disse o olhando seriamente.

— Eu estou falando a verdade — ele disse e eu respirei fundo.

— Pois como eu vou acreditar em você, sendo que você mentiu quando disse que quem devia era seu amigo e depois gastou o dinheiro da dívida com outra coisa?

— Não se preocupe, eu vou pagar e eles não vão atrás de você novamente — ele disse com certeza, mas eu não sei se eu acredito nele.

— Bailey, esses caras são perigosos, eles podem me machucar ou machucar você e eu acho que você já sabia disso, e mesmo assim, gastou o dinheiro que eu te emprestei e não pagou eles — eu disse apontando o dedo pra ele.

— Eu precisei gastar com outra coisa e você não entende isso, porque vive em uma bolha idiota onde acha que o mundo é só rosas — ele disse me olhando seriamente.

— Eu não acho que o mundo seja só rosas, eu só acho que você não deveria ser burro o suficiente de dever dinheiro pra gente perigosa — eu disse irritada e vi ele abrir um sorriso irônico.

— Você sempre foi sortuda. A perfeitinha do papai e da mamãe, então você não entende que outras pessoas que não vivem de mesada dos pais, tem contas pra pagar — ele disse e eu o olhei indignada sobre as coisas que ele está me dizendo. O errado aqui é ele.

— O que está acontecendo com você Bailey? Que merda é essa? Só por que os nossos pais não te dão mais dinheiro, não quer dizer que você possa me tratar dessa maneira.

— Por que se não você vai fazer o que? Chorar? — ele disse com sacarsmo e eu franzi o cenho.

— Por que você está tão idiota?

— Por que eu não quero uma pirralha mimada no meu pé.

— Eu só estou no seu pé, por que você está devendo e esses caras estão atrás de mim — eu disse quase gritando.

— Eu já disse que vou pagar eles — ele disse no mesmo tom de voz que o meu.

— A jura? Por que você disse que ia pagar e gastou o dinheiro com outra coisa — e nessa altura, eu já estava gritando.

— Por que você tá gritando, se não tem ninguém gritando aqui?

— Por que você é um idiota — eu disse ainda gritando.

— Não grita comigo — ele disse também gritando e apontando o dedo no meu rosto.

— Não grita você comigo e nem aponta esse dedo na minha cara — eu disse batendo no seu dedo e ele me olhou bravo.

Ficamos nos encarando por algum tempo, até ouvir a porta do quarto abrir e Will passou por ela.

— O que está acontecendo aqui? — perguntou ele andando até nós dois e percebi que ele estava segurando um saquinho de Doritos não mão.

— Seu amigo é um idiota que pega o dinheiro e não paga pra quem deve — eu disse irritada.

— Primeiro você cresce e para de depender do pai e da mãe, aí você vem falar comigo — ele disse e eu olhei na sua direção cerrando os olhos.

— Vamos nos acalmar pessoal, sempre tem como resolver as coisas numa conversa madura — Will disse tentando acalmar nós dois.

— Como vou ter uma conversa madura com uma criança? — disse Bailey com ironia.

— Tem certeza que a criança aqui sou eu? — perguntei com a mesma ironia.

— Você deveria tomar cuidado com o que diz — Bailey disse irritado.

— Se não vai fazer o que, chorar? — disse com ironia, usando sua frase contra ele mesmo.

— Eu acho melhor você ir embora, outro dia vocês conversam com mais calma — disse Will passando seu braço pelos meus ombros, me puxando pra fora do quarto enquanto Bailey me olhava com ódio.

Quando chegamos na sala, Will retirou seu braço de cima do meus ombros, enquanto eu tentava acalmar minha respiração, que estava acelerada por causa da raiva.

Normalmente eu não sou de ficar com raiva e gritar com as pessoas, mas o Bailey me tira do sério muito rápido.

— Eu vou tentar conversar com ele — disse Will.

— Você sabe pelo que ele deve? — perguntei e vi Will balançar a cabeça negando.

— Qualquer coisa eu empresto dinheiro pra ele pagar a dívida.

— Se ele pagar, pois eu emprestei e ele não pagou, e agora esses caras estão atrás de mim — eu disse com um misto de medo sobre o que eles podem fazer.

— Não se preocupe, Bailey mesmo sendo um idiota, ele te ama e não deixaria algo de ruim te acontecer — Will disse e eu respirei fundo.

— Eu vou indo, fique de olho no Bailey e não deixe ele fazer mais merda — eu disse e Will abriu um pequeno sorriso concordando.

Eu me despedi do Will e sai da casa, pensando que teria que chamar um Uber, mas o carro do Noah ainda estava ali fora.

Eu andei até o carro e abri a porta, me sentando no banco e vendo Noah me olhar.

— Você me esperou — eu disse fechando a porta e ele deu de ombros, ligando o carro.

— Como foi com seu irmão — ele perguntou e eu respirei fundo.

— Complicado — eu suspirei — eu tinha emprestado um dinheiro pra ele e ele gastou com outra coisa sem ser a dívida — eu disse e nem sei porque estou contando essas coisas pra ele.

— Família é um negócio complicado — ele disse e eu concordei com a cabeça — Se quiser eu posso emprestar o dinheiro pro seu irmão.

— Não é necessário, até por que ele não aceitaria — eu disse olhando minhas mãos em cima do meu colo.

— Eu posso emprestar.

— Já falei que não precisa, mas obrigada de qualquer forma — eu disse e olhei pra ele, que estava concentrado na estrada enquanto dirigia.

— Admirando minha beleza? — perguntou e virou o rosto, me olhando por poucos segundos até voltar sua atenção pra estrada novamente.

Meu rosto esquentou com isso, porque eu talvez (só talvez) estava realmente admirando sua beleza. Qual é? Ele é bonito mesmo.

Noah é realmente atraente, com algumas tatuagens no pescoço, nos braços e nas mãos. Seu cabelo castanhos escuros, algumas mechas claras e seus olhos verdes.

Pena que sua personalidade não é tão atraente quanto sua aparência física. Claro, ele não é 100% do tempo sendo um idiota, mas acho que ele é uns 70% idiota.

— É, por sua falta de fala, acho que você estava admirando minha beleza — ele disse com humor na voz e meu rosto esquentou mais.

— E-eu só estava te olhando, não pode? — eu murmurei e olhei através do vidro da janela do carro.

— Você pode fazer comigo qualquer coisa que quiser — ele disse malicioso e mesmo sem estar olhando pra ele, eu sabia que estava sorrindo.

— Posso quebrar seu nariz então? — perguntei e olhei pra ele quando escutei sua gargalhada.

— Violentona você — ele disse ainda sorrindo e um sorriso apareceu no meu rosto — Consegui fazer você rir? Já posso marcar o casamento? — ele disse e eu revirei os olhos, ainda sentindo meu rosto quente.

— Se iludi não — eu disse com humor na voz.

É, talvez Noah não seja a pior das companhias para se ter.

I Want You ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora