Déjà vu

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Estava praticamente deitada sobre a mesa do café que visitei com Aoi, uma vez que ela ajudava a mãe na papelaria durante as férias de verão, era mais fácil eu a ver indo até o distrito comercial do que o contrário.

— Então o que vai fazer? — perguntou ante de beber do milkshake que tinha em mãos — Vai treinar o time de Nico?

— Como posso não o fazer? — levantei a cabeça —, tinha estrelas nos olhos dele, quando me agradeceu.

— Você tem um ponto fraco pelo seu irmão — minha miga sorriu —, mas isso até eu admito. Nico é uma gracinha.

Respirei fundo e olhei para a janela vendo as pessoas andarem pelas ruas movimentadas com roupas de verão — O meu problema maior é a má influência que meu pai está causando no pequeno, se bem que minha mãe garantiu o sermão depois que eu contei.

Aoi riu e apoiou o rosto na mão — Deve ter sido uma cena divertida.

— Considerando que ela o forçou a ajoelhar para pedir desculpas, sim — respondi e pesquei uma batata da porção em cima da mesa. Desde que viemos ao restaurante com Fideo parece que se tornou um lugar especial para conversar.

— E você vai trabalhar todos os dias na papelaria? As férias inteiras?

— Não, de jeito nenhum — falou —, só nas duas primeiras semanas. Depois estou livre, não sei se quero fazer alguma coisa. Nós podemos ir para algum lugar, o que acha?

— Parece bom, só precisamos ver um dia, vou para a Itália mais ou menos nesse período também.

A data do jogo oficial de despedida chegou, 29 de agosto era o dia. Embarcaria logo no dia seguinte de volta para a terra do sol nascente para comparecer ao ano letivo normalmente. Enquanto isso, sigo treinando sozinha, com os garotos nos treinamentos e de todas as maneiras que posso.

— Vou arrumar um lugar legal! Pode deixar comigo — Aoi apontou para si mesma —, e sobre o jogo está nervosa?

Respirei fundo — Acho que qualquer um estaria, mas até agora estou confiante. Minha perna parece estar cooperando bastante.

Corri os dedos pela cicatriz instintivamente, sentindo seu relevo mesmo sob a peça de roupa — Confesso que estou com um pouco de saudade das minhas amigas de lá, você é a melhor coisa que aconteceu comigo no Japão. Mas...

— É diferente — Aoi sorriu após interromper —, eu entendo. Vocês cresceram juntas, elas influenciaram na sua carreira, está tudo bem [Nome]. Ser sua amiga já é o suficiente pra mim, se quiser posso aprender italiano para te ajudar a matar saudade.

Dei risada alto, a ponto de jogar a cabeça para trás — Eu adoraria isso, seria incrível para falar em segredo na escola.

— Vou me esforçar! — a garota fechou as duas mãos em punho e pareceu reparar em algo nas minhas costas. — Oh, os meninos estão aqui!

Me virei na cadeira para ver o outro lado da rua, e quando fiz isso, meus olhos foram direcionados para íris amareladas como se fossem um ímã. Yaku, Kuroo e Kai, estavam do outro lado da rua, assim que o líbero nos viu e acenou o trio veio andando na direção do restaurante. Logo em seguida eles passaram pela porta, e indicaram a nossa mesa para o garçom que os deixou entrar sem muitas complicações.

— [Nome], Aoi-chan, que surpresa as encontrar aqui. O que estão fazendo? — Yaku se sentou ao meu lado no sofá enquanto Kai educadamente aceitava o espaço que Aoi deu.

— Comendo aparentemente — respondi o líbero que roubou uma ou outra fritura da mesa a jogando na boca sem cerimônia em seguida.

— Na verdade, essa possibilidade passou pela minha cabeça — Kai se virou para Aoi que estava vermelha, mas bravamente mantinha a compostura. — A papelaria da sua mãe é por aqui não é?

Constantly Flowing - (Kuroo x Leitora)Where stories live. Discover now