Arquivo 3

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Sasuke estava mais calmo, descansou as costas se apoiando no banco e começou a digitar um número bem conhecido rapidamente. Enquanto ouvia o telefone chamando na linha, aguardando alguém atender, dispersou sua atenção para o ambiente e as pessoas ao redor. Ao olhar na direção do corredor, viu o policial com quem tinha acabado de conversar de costas. Era magro, mas tinha os ombros largos, nada muito exagerado. Tinha os músculos definidos, timidamente marcados pela blusa que usava. Automaticamente desceu o olhar, observando, rapidamente, os glúteos bem torneados escondidos em uma calça preta que valorizava essa parte do corpo. Seu caminhar demonstrava segurança e um certo poder naquele espaço, como alguém que está muito familiarizado no local e parecia cumprimentar gentilmente todos que passavam por ele. Não era possível! Conseguiu fugir dos pensamentos quando a pessoa do outro lado da linha atendeu, dizendo um "alô" preguiçoso, de quem tinha acabado de ser acordado de madrugada e não queria estar atendendo o telefone.

– Sakura? - Respondeu Sasuke enquanto pressionava uma das mãos no joelho, agora estava prestando atenção totalmente na ligação. - Preciso que venha me buscar. Estou na delegacia.

– O que? - Sakura respondeu do outro lado da linha, muito sonolenta, de um jeito que nem parecia ter ficado surpresa. Mas estava. - O que você aprontou agora?

– Estou sem o carro. Acho que deixei minha carteira em casa. - Diz Sasuke meio ríspido, mexendo nos bolsos, não encontrando a carteira. Talvez estivesse tão atordoado que se esqueceu que havia pegado um táxi, portanto em algum momento esteve com sua carteira - Depois te conto tudo. Só venha me buscar.

– Tudo bem. - O tom da voz do amigo fez Sakura despertar. - Chegou em torno de meia hora.

– Obrigado. - Desligou o telefone. Passou uma das mãos pelos cabelos, que incrivelmente ainda estavam arrumados em seu semi-coque, e respirou fundo tentando digerir aquela madrugada louca.



Naruto entrou na sua sala e rapidamente ligou o computador à sua direita e a esquerda abriu uma gaveta cheia de arquivos. Eram suas anotações. Vasculhou a gaveta com cuidado, lendo os nomes nas pastas até que encontrou o nome que queria. Colocou a pasta em cima da mesa e logo abriu o arquivo que Konohamaru havia digitado na conversa anteriormente. Não sabia o nome do homem que tinha atendido ou qualquer outra informação sobre ele, além daquelas que ele havia dado. Estava mais focado em acalmá-lo e depois colher mais informações sobre o possível retorno do assassino que matava famílias usando um machado.

Pegou uma folha em branco e começou a escrever todas as coisas que vinham à sua cabeça e as impressões que teve com aquela conversa. Olhou para o computador analisando com cuidado todos os dados coletados por Konohamaru, iniciando seu raciocínio. Sasuke Kubisaki, trinta anos, supervisor sênior da parte de publicidade de uma marca de vinho, famosa por sinal. Mora sozinho em um condomínio luxuoso na parte mais cara da cidade, não tem filhos. Diz nunca ter recebido esse tipo de ligação anteriormente e que reconheceria a voz de seus subordinados facilmente...

Não sabia que tipo de pessoa Sasuke era. Ele estava atordoado com a situação que viveu. Não tinha como avaliar o perfil dele naquele momento. Mas seja lá como for, Sasuke pode, naturalmente, ter inimigos interessados em sua posição e dinheiro. Seria algum inimigo que teria ligado? Naruto franziu o cenho olhando para os papéis enquanto sua cabeça borbulhava em pensamentos em torno da atual situação.

Sasuke foi chamado de chefe pelo autor da ligação. Mas se realmente ele tivesse sido o mandante do assassinato, viria até a delegacia se acusar?! Estava completamente transtornado e preocupado não só com sua segurança, mas com os possíveis mortos. Isso não seria típico de um assassino em série, como bem conhecia algumas características. Não achou que Sasuke fosse o assassino... Apoiou o cotovelo esquerdo na mesa, coçando o queixo enquanto raciocinava de acordo com as informações que tinha. Enquanto isso, balançava a caneta rapidamente entre os dedos da mão direita. Logo arregalou os grandes olhos azuis, percebendo uma coisa: esse crime tinha um mandante! Tinham um elemento novo, que não batia com os casos anteriores!

Convite Para a Culpa (NaruSasu)Onde histórias criam vida. Descubra agora