Arquivo 8

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Sasuke estava sentado em sua mesa, tentando arrumar a bagunça que estava depois de precisar analisar algumas ideias para nova campanha que Sakura tinha enchido o saco para que visse. Estava nervoso com a própria bagunça quando o telefone de sua sala tocou. No meio da bagunça encontrou o bendito.

– Sasuke. - identificou-se rápido ao atender.

– Senhor, tem um policial para falar com você - informou a secretaria educadamente. - Ele diz que tem um mandado.

– Antes tarde do que nunca. - Sasuke comentou baixo, enquanto equilibrava o telefone entre o ombro e a cabeça, arrumando a bagunça. - Pode mandar subir. Obrigado.

A sala de Sasuke era grande e muito organizada. Além de sua mesa com seu computador e duas cadeiras à frente, havia um sofá com três lugares e uma poltrona pretos. Tinha, também, uma mesinha central quadrada de vidro enfeitada com uma planta. Uma grande janela com persiana ficava ao lado direito e do outro, uma estante com alguns livros ao lado da porta. Sasuke arrumava alguns livros ali quando ouviu três batidas na porta. Não pensou muito. Abriu a porta rapidamente e assustou-se a ponto de ficar com a boca levemente aberta.

– O que você tá fazendo aqui?! - Franziu o cenho, levemente confuso.

– Polícia. Preciso do seu celular... - Naruto estava encostado no batente da porta, apoiando-se com seu lado direito do corpo, e as pernas cruzadas. Colocou a mão direita no bolso da calça e mostrou o documento na mão esquerda, exibindo seu sorriso mais sacana. - Tenho um mandado.

Sasuke abriu um pequeno sorriso e levantou uma sobrancelha.

– Pois não, policial... - Disse Sasuke, sorrindo em um tom irônico, quase provocativo. Talvez desafiador, e se afastou da porta, deixando aberta. Virou-se de costas, indo em direção a sua mesa.

Naruto entrou na sala, encostando a porta. Não conseguiu não olhar para ele, de cima a baixo... Sasuke usava uma calça alfaiataria tão apertada quanto a do dia anterior, com aquela cinturinha fina... Dessa vez a calça era preta combinando com seu colete, e a blusa social branca de manga longa por baixo. Os cabelos estavam arrumados em um semi-coque desarrumado, parecido com o dia que se viram pela primeira vez na delegacia. Seu caminhar era elegante e leve, como se estivesse desfilando. Curvou-se levemente para procurar o celular no meio da bagunça em sua mesa. Foi nesse momento que Naruto engoliu seco e mexeu na gola da blusa, como uma forma de aliviar a tensão que estava sentindo, mesmo já estando com os dois botões abertos. Um traseiro lindo...Incrivelmente lindo.

Sasuke virou-se com o celular na mão. Cruzou o braço direito no esquerdo e mantinha o antebraço esquerdo em pé, segurando o celular, e encostou-se na mesa.

– Não sabia que você cumpria mandados... - Comentou Sasuke sorrindo irônico. Estendeu o celular na direção de Naruto - Tá aqui o que você quer.

Naruto sorriu e aproximou-se de Sasuke para pegar o celular. Talvez tenha se aproximado demais a ponto de sentir o cheiro amadeirado do perfume dele. Colocou a mão no celular para pegá-lo, mas logo aquelas orbes negras o encaravam. Naruto soltou um suspirou de leve enquanto reparava nos detalhes delicados do rosto do outro tão de perto, naqueles olhos intensos... Tão lindo. Ficaram se encarando por alguns longos segundos, até que uma vontade súbita de tocar a pele aveludada surgiu e Naruto não resistiu. Ergueu a mão devagar e repousou o mais leve que pôde no rosto do outro, admirando-o, como se estivesse apreciando uma obra de arte, que poderia se quebrar se não tivesse cuidado.

A respiração de Sasuke tinha começado a ficar levemente mais ofegante, principalmente quando sentiu a mão de Naruto no seu rosto. Era macia e grande, tinha um jeito firme de tocar, como tinha percebido na delegacia, quando apertaram as mãos. Mas agora era diferente. Pensou em resistir à aproximação. No entanto, quase podia sentir a eletricidade dos dois que se atraiam, tal qual polos opostos. Fechou os olhos lentamente, sentindo a textura enquanto sentia, também, um cheiro gostoso de perfume cítrico vindo dele. Logo abriu os olhos, não conseguia não se deixar perder naquela imensidão azul tão perto de si. Eram grandes e expressivos, intensos como se pudessem devorá-lo ali mesmo, mas ao mesmo tempo carinhosos e acolhedores. Apoiou sua mão direita na nuca dele, enquanto segurava levemente alguns poucos fios loiros fazendo um pouco de pressão, conforme ele se aproximava mais.

Convite Para a Culpa (NaruSasu)Where stories live. Discover now