Prefácio

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   Ele me olhou atordoado, como se não estivesse acreditando nas imagens que a tela enorme começara a mostrar para todos os meus convidados. Acredito que por um milésimo de segundos tenha passado pela sua mente que aquilo não estava realmente acontecendo e o que estava sendo mostrado na imensa tela não fazia parte de nenhuma realidade. Quando me levantei, já que estava sentado coladinho com ele na primeira fila de cadeiras, senti sua mão trêmula e fria tentar me segurar o pulso. Olhei pra ele e depois pro lugar onde ele ousara me segurar com certa firmeza. Ele me soltou e esfreguei o mesmo com força, como se quisesse tirar de uma vez por toda qualquer vestígio dele de cima de mim. Girei meu corpo e comecei a andar. Tive que me voltar ao ouvir sua voz quase chorosa...

_ Não acredito que você fez isso, Luiggi... Eu... E calou-se.

Meu olhar penetrou o seu e ele logo percebeu que diante de si estava um completo estranho que havia nos últimos 12 meses usado e abusado da sua boa fé e inocência. Eu apenas sorri e soltei um beijo em sua direção antes de sair da sala lotada, e que estava mergulhada no mais completo silêncio. Desculpem... Eu quis dizer quase silêncio, pois os seus gemidos enquanto era fodido no cu e na boca pelos seus parceiros de cena eram o único som que reverberava por todo o fechado e frio ambiente.

     Tenho certeza que ele ficou lá sem saber o que fazer, ou mesmo pra onde ir. Não me importei e caminhei com passos rápidos e abafados pelo carpete que cobria todo o piso da sala de exibições. Rapidamente cheguei ao imenso saguão de mármore do novo cinema de Brilhante.

Tenho certeza que fiz o certo e que minha vingança estava concluída. Sair dali sem olhar pra trás era o certo a ser feito. E foi o que fiz.

Meu amor... Mario Paganno me esperava em casa. 




Olho Por OlhoWhere stories live. Discover now