É Você, Bruno?

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     Lembram disso?


     _ Quem é você... E o que faz na minha casa?

O belo homem sorriu e disse...

_ Faço minhas as suas palavras... Quem é você e o que faz na minha casa?


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     E Mario sorriu ao ver a cara de espanto e avaliação de um dos dois homens que ele mais odiava na vida.

     Ricardo deu alguns passos na direção do ainda estranho e após ficar preso ao olhar do outro, disse:

     _ É você, Bruno? Olha só, garoto, eu...

     _ Rsrsrsrsrs... Há muitos anos que não me chamam de garoto, sabia disso, Ric? Agora me responda com todas as letras... O que você está fazendo na minha casa?

     _ Aqui nunca foi e nunca vai ser sua casa, seu arrogante filho da puta. O que você fez, ou deixou de fazer nos últimos 25 anos não me interessam... Agora, o que veio fazer aqui na minha cidade e na minha fazenda... Isso é do meu real e total interesse.

     _ Uma pena tudo isso, né mesmo? Eu nada lhe direi sobre meus próximos passos, Ric. E o belo Mario terminou de fechar sua camisa.

     _ Pena? Você diz ter pena? De quem? Seria de toda essa situação, ou... De mim??? Não pretenda ser o idiota que nunca foi, Bruno. Mas saiba que o que quer que seja que o trouxe aqui depois de tanto tempo, não vai ter qualquer êxito. Você não pertence a esse lugar. Era só mais um filho de algum andarilho, sem eira e beira, que um dia aportou por aqui e meu pai, na sua ingenuidade, deu guarida, comida e trabalho. Eu lembro bem da primeira vez que te vi lá na cozinha. Tava matando sua fome. Se não me falha a memória, 02... Foram 02, os pedaços de bolo de milho que a Marinalva te deu. Eu prestei muita atenção em você e seu jeito sonso de ser. Pena que meu pai logo mandou te chamar, e por ironia ou maquinação do destino, você caiu nas graças do velho. Até na hora das refeições ele falava de você. O Bruno fez isso, o Bruno fez aquilo, o garoto é esperto... Tenho planos pra quando ele crescer... Esse tipo de coisa. Meu pai era um homem sério, durão e que gostava tudo no seu devido lugar. Acho que o velho deve ter visto em você o que eu e o Saulo vimos... Você era uma putinha, e toda putinha tinha que estar perto do seu macho, pra poder lhe servir no tempo e hora que ele determinasse. O idiota do meu pai deve ter caído de amores por você e logo tratou de matricula-lo no melhor colégio da Região, pagou aulas de línguas, deixava você chama-lo pelo nome... E só Deus sabe o que mais. Isso me deixou louco de ciúmes, sabia? Você era meu, porra. Só meu. Nem o Saulo podia tocar em você. Só fiz o que fiz porque tive medo de perder você pro meu pai. Reconheço que passei dos limites... E terminei tirando do caminho quem poderia me prejudicar. Matar meu pai, ou ser de alguma forma responsável por sua morte, não estava nos meus planos.

Olho Por OlhoWhere stories live. Discover now