Capítulo 5

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Sasuke estava irritado.

Bastante irritado.

E o fato de estar irritado o deixava ainda mais irritado.

Por que o acontecimento da última festa não saia de sua mente? Não importava o que ele fizesse, ou por qual ângulo olhasse, tudo estava existindo de maneira a o deixar ainda mais irritado.

O novo casal, a cena patética dos dois juntos, o beijo nojento que ele foi obrigado a presenciar, o claro nervosismo e ansiedade de Sakura, sua própria reação ao empurrar Sasori, e o pior: o olhar aterrorizado que Sakura o poupou a sua clara insensatez.

Inferno.

Ele se considerava uma pessoa controlada. Apesar de ser quem era, de fazer o que fazia, ele não era um a cair em violência gratuita e injustificável, e sua falta total de prumo perante uma situação que ele não tinha absolutamente nada a ver, fazia essa irritação borbulhar ainda mais.

Mas o pior de tudo, ele conseguia ver o quanto agiu mal, por nada, por absolutamente nada, porque era isso que Sakura era pra ele, nada. Simplesmente uma curiosidade, uma garota que por ser diferente dele e do seu mundo de forma tão explicita, conseguiu o atingir de maneira tão grande.

Foi essa a justificativa racional que seu cérebro encontrou pelo interesse nela, só poderia ser isso. Curiosidade. Atrelada a sua vontade de viver uma vida comum e ordinária, ele encontrou à vitima perfeita: uma garota alheia a tudo o que o cercava, sorridente e alegre, que não combinava nenhum pouco com o que ele era, e sim com o que ele queria ser quando a viu pela primeira vez.

Era aquilo que ele queria quando entrou na Universidade, quando decidiu se mudar para o dormitório, um último suspiro de liberdade, uma gota de normalidade, e seu cérebro se apegou a criatura que mais exemplificava tudo isso.

Mas agora tudo estava diferente, a responsabilidade que ele tinha adquirido com a organização era muito maior que meses atras, sua visão de liberdade também mudou, e ele compreendeu que por mais que quisesse, esse tipo de vida nunca seria para ele. Ele não era uma pessoa boa, era um assassino.

Depois da festa ele caiu em si, percebeu o quanto estava deixando seu cérebro alimentar fantasias irreais por conta de um desejo insano sobre uma vida que jamais seria sua. E no dia seguinte, tratou de se jogar de cabeça na Sharingan, tratar de todos os assuntos que podia, dar orgulho a seu pai e sua família, fazer o que era esperado dele desde que nasceu.

No dia seguinte , ainda sob efeito da grande irritação por tudo o que tinha acontecido, comunicou a Kakashi que iria ainda aquela noite conversar com a família Yakushi, que resolveu abrir uma porta ao tráfico humano bem embaixo do seu domínio. E riu sem humor ao imaginar que eles não poderiam ter o pegado em humor pior.

Era o que ele estava a caminho de fazer neste exato momento, correndo em seu Porsche em direção ao subúrbio onde ficava a boate Jiyu. Tudo já estava arranjado, ele sabia que Kabuto já o esperava.

Atrás de si, três Range Rovers com os membros diretos da organização que faziam o trabalho sujo junto de seu líder o seguiam, todos fortemente armados.

Sasuke suspirou lentamente, e desacelerou o carro ao entrar na quadra da boate, esses pequenos momentos antes de agir como ele realmente era eram especiais, os últimos momentos de paz antes do caos. Parou o carro em frente ao local, e deu apenas um pequeno olhar no retrovisor para ver sua escolta parar rapidamente em vagas a sua traseira.

Um pequeno sorriso lateral saiu de sua boca, era isso o que ele precisava, um pouco de carnificina para liberar sua irritação e frustração com tudo, depois ele clarearia sua mente e pensaria melhor, agora a única coisa que ele precisava era desse pequeno suspiro de relaxamento.

L'interditOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz