Capítulo 25

211 19 2
                                    

Sakura dormira por um total de três horas somente. Despertara logo em seguida olhando no relógio ao lado da cama e conferindo que não passava de 6:30h da manhã.

Nada conseguiu fazer sua cabeça acalmar e pegar no sono, só fechou os olhos quando o cansaço e a sensação de inchaço nos olhos era tanta que não suportava mais. Mas sua mente estava a mil, tentando encontrar sentido em tudo que acontecera.

Ela estava na casa de Sasuke? Ela realmente estava na casa de Sasuke? E seria verdade tudo o que o homem disse?

Seu coração ainda estava pulsando em medo e ansiedade por conta dos tiros que ela ouvira mais cedo, o barulho não saia de seus pensamentos; quantos foram? Ela não lembrou de contar, apenas de ter certeza naquele momento que Sasuke estaria morto caído no chão e ela seria a próxima.

Acreditar que ele sobrevivera, que havia a salvado e que estava nesse momento dormindo em algum lugar daquele grande apartamento, era quase como acreditar no Papai Noel. Sua mente já conjecturava a imagem dele ensanguentado caído no chão, quando teve que voltar e entender que não foi aquilo que aconteceu.

O pânico de acontecer de novo a qualquer momento a tomava por completo, e nada do que Sasuke havia dito depois conseguiu a acalmar. Como poderia? Saber que alguém a queria morta com tanta vontade, era difícil não acreditar que ela acabaria assim mesmo.

Os detalhes ainda voavam de si mesma, e o que ela mais queria era poder perguntar ao homem tudo o que ela não sabia. Mas outra parte dela insistia a ela para não perguntar nada; ele escondeu tudo aquilo por anos, só revelando quando ela estava literalmente a beira da morte.

Rancor e a sensação de traição permaneciam fervendo nela; e muitas coisas começaram a se encaixar mesmo sem querer, os muitos carros luxuosos que pareciam a seguir por onde quer que ela fosse, seu vizinho policial que atacou o "assaltante" durante aquela madrugada, nada disso eram fatos soltos, era tudo Sasuke.

O gosto amargo permanecia na boca. Por que ele não falou nada? Por mais difícil que fosse, ou que ele não pudesse por sabe quais motivos, ele devia isso a ela; ela merecia saber que estava correndo riscos. Ele a tomava tão tolamente que ela não seria capaz de agir ou se cuidar se soubesse?

E o pior, que tipo de coisas Sasuke fazia? Esse pensamento começou pequeno, e depois tomou uma proporção muito grande.

Por mais que ela tivesse presenciado com os próprios olhos o homem enfrentar dois fuzis sem um arranhão, algo dentro dela dizia que ele era gentil e não cruel; como alguém que fez o que fez por ela poderia ser cruel? Aqueles não eram atos de crueldade. Por que ele insistiu tanto em falar que era alguém ruim?

Um arrepio percorreu seu corpo em uma espécie de temor estranho. Se ele fosse realmente tão ruim assim, seria seguro ela estar na casa dele? Dormindo com a companhia apenas dele através das paredes? Balançou a cabeça em negação. Ele não seria perigoso com ela; pelo que ela podia calcular, tudo aquilo estava acontecendo justamente para sua segurança ser mantida.

Suspirou virando a cabeça pela vigésima vez.

O que ela faria agora? Como ficaria sua vida? Como iria trabalhar e voltar pra casa? Porque ela não estava considerando ficar mesmo ali, de jeito nenhum. Ficara apenas por aquela noite porque não teria coragem de voltar sozinha para casa.

Apreciava tudo o que Sasuke havia feito, de uma forma que ela jamais colocaria em palavras. Mas realmente tinha que conversar com ele para entender como agir a partir daquele momento. Ela tinha uma vida, um emprego novo, e não podia e nem queria invadir a vida do homem daquela forma.

Outro arrepio percorreu seu corpo, mas esse nada tinha a ver com temor. Era um arrepio pela lembrança do beijo trocado.

Oh meu Deus...

L'interditWhere stories live. Discover now