Capítulo 34

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Sakura estava nervosa. Nervosa como nunca antes.

Uma ansiedade estremecedora tomava conta de seu corpo, ela não conseguia ficar parada, mexendo a perna compulsivamente; levantando e andando ao redor do quarto, puxando peças e mais peças do seu armário, grunindo em aflição por não encontrar nada bom o suficiente, apertando as mãos no rosto com força.

Não se lembrava de ter sentido tal nervosismo ou ansiedade nem quando era uma jovem universitária pseudo apaixonada por Sasori. Era congelante ao mesmo tempo que a esquentava, não conseguia nem ao menos colocar seus pensamentos no lugar.

Acordou aquela manhã com o corpo de Sasuke abraçado ao seu, a apertando possessivamente pela cintura enquanto ela tentava em vão se libertar e levantar. Não estava planejando dormir na casa dele, com ele, mas dormiu sem nem lembrar que deveria estar de pé na manhã seguinte cedo para trabalhar.

Fez mais força do que poderia para se soltar das garras do homem, que fez um som inconformado ainda dormindo, franzindo o rosto e a puxando mais ainda. Ficaram naquela luta por minutos, até Sakura conseguir desperta-lo e fugir de seus braços avisando que tinha que trabalhar.

Sasuke não parecia estar nenhum pouco satisfeito, mas aceitou levantar mais cedo do que o normal e leva-la até seu apartamento para ela trocar de roupa e seguir para o hospital. Ele não reclamou ou revirou o rosto ou demonstrou nenhum tipo de sentimento contrário, mesmo quando teve que espera-la atrapalhada procurar seu jaleco e sua bolsa, oposto a isso, ele parecia até divertido.

Aquele sentimento era bom, o de estar conhecendo aquele homem intimamente, e saber que ele estava mostrando camadas suas para ela que muito possivelmente não mostrava a quase ninguém. Sakura bebeu de cada fala escassa, cada micro movimento de suas sobrancelhas, tudo, tentando lê-lo e aprender todos seus maneirismos.

Sua manhã no hospital, depois disso, foi mais leve do que nunca. Sua cabeça estava nas nuvens, e ela não conseguia se concentrar em nada por mais de cinco minutos sem lembrar de Sasuke e de tudo o que acontecera na noite anterior.

Cada palavra apaixonada, cada gesto obcecado, cada olhar profundo e intenso, cada toque, tudo a fazia arrepiar como se tivesse acabado de acontecer; e de tempos em tempos ela tinha que sacudir a cabeça e afastar qualquer pensamento libidinoso dele. Foi difícil.

Mais difícil ainda, foi conseguir se concentrar em seu trabalho com o toque gelado do pingente em formato de S na sua garganta. Não havia o tirado, e duvidava que em algum monte o fizesse. Era um lembrete grande e concreto o suficiente de que nada daquilo foi um sonho, foi tudo muito mais do que real.

Mais de uma vez durante seu turno, se viu levando a mão até o S e sentindo o atrito que as pedras faziam em suas digitais. Oh Deus, ela iria perder a cabeça.

Mas depois de chegar em casa durante a tarde, o que a estava fazendo perder a cabeça de verdade era a expectativa de vê-lo logo mais. Ela já deveria estar a caminho da Uchiha's Company, como ele mandou, para sofrer qualquer tipo de punição que ele decidira.

Aquilo era loucura.

Aquilo era uma verdadeira loucura.

Estava realmente se submetendo àquele tipo de jogo?

Naquela ótica ela não tinha experiência e noção nenhuma do que ele tinha na cabeça, que tipo de coisas teria que fazer, Deus, ela podia até mesmo dizer que não tinha experiência alguma em qualquer coisa! A única coisa que ela tinha era a expectativa e o desejo cada vez mais inexplicável de obedecer.

L'interditOnde histórias criam vida. Descubra agora