FRONTEIRA - Gerson Santos

G • 90

-- calma meu filho, o Miguel precisa de você. Ele não para de chorar e pedi pelo Papa e a Mama dele -- minha mãe disse -- você já denunciou para polícia, já fizemos tudo o que estava no nosso alcance. Eles vão achar ela.

Já se fazia mais de 24 horas do desaparecimento dela, havíamos feito o boletim de ocorrência e a polícia já começou a procura tentando ter acesso as câmeras de segurança da faculdade e da rua. Eu havia dito das ameaças que ela estava recebendo e que provavelmente seria a mesma pessoa.

Eu estou com muito medo de machucarem ela

-- eu preciso da minha azedinha -- falei entre o choro

-- eu sei disso mas o Miguel precisa de você -- ela disse acariciando a minha nuca.

-- traga ele aqui, mãe -- falei saindo do seu colo e ela se levantou concordando

Olho pro teto do meu quarto e me lembro imediatamente dela, tudo me lembrava ela.

Eu só queria que a minha mulher estivesse bem.

Só isso.

-- papa cheguei -- minha mãe disse entrando com o meu filho no colo, o pego com cuidado e o abraço apertado sentindo o seu cheirinho de bebê.

Choro em seus braços o trazendo para mais perto de mim, dou vários beijinhos nele e oro mentalmente para que a Mikaella esteja bem.

Eu preciso dela
O Miguel precisa dela
Todos nós precisamos dela

-- meu amor -- falei com a voz rouca pelo choro

-- mama -- ele disse chorando e lágrimas escorrem do meu rosto caindo na bochecha dele, as limpo com cuidado e dou beijinhos.

-- eu não sei onde tá a mama mas ela vai voltar para gente

-- mama

Seguro o choro sentindo o nó na garganta e uma mistura de dor e medo de como está a minha azedinha.

-- a gente te ama, filho -- falei baixinho para ele que abriu um riso o que deixou o meu coração mais tranquilo

-- Papa -- ele disse puxando o meu cordão e abro um sorriso sincero

-- é o papai tá aqui -- falei tocando no nariz dele

-- Papa -- ele disse batendo palminhas soltando um risada gostosa de ouvir e a companhia toca minha mãe se vira para ir vê quem era

-- espero que seja a mama -- falei baixinho pro Miguel

Me levanto da cama com ele no meu colo descendo as escadas e vejo os meninos entrando sentindo um pouco de decepção por não ser ela.

-- eai coringa, como você tá? -- Gabriel disse me abraçando

-- muito mal

-- vamos achar ela -- Arrasca disse fazendo um toque comigo e pegando o Miguel no colo

-- vamos da um jeito -- Éverton disse me abraçando e a Marília com cara de choro fez o mesmo

-- eu tô com muito medo -- ela disse no meu ouvido e suspirei

-- eu também

-- acho que tô passando mal -- Camilla disse se segurando em mim. Peguei na sua mão com cuidado levando até o lado do Giorgian que ficou cabisbaixo mas no fundo sabia que ele estava preocupado com a ex noiva.

-- mãe, pega uma água para ela por favor -- falei para a minha coroa que olhava preocupada para Camilla

-- eu vou mandar mensagem para um amigo meu detetive para vê se ele consegue achar ela. -- Gabriel disse tirando o celular do bolso

-- desde quando você tem um amigo detetive? -- Éverton perguntou e me sento do lado dele deitando minha cabeça no seu ombro

-- eu tenho amizade com cada pessoa estranha. -- Gabi disse dando de ombros rindo baixo e digitando alguma coisa no celular

-- aqui, toma um pouquinho Cami -- minha mãe disse entregando a água para a Uruguaia que bebeu rapidamente

-- mama -- Miguel disse chorando nos braços de Arrasca que engoliu em seco com os olhos lacrimejados -- mama

-- ele tá assim o dia todo -- mãe disse colocando o copo na mesa do centro

-- ela vai voltar, mi amore -- o gringo disse baixinho pro Miguel que aos poucos foi cessando o choro

-- eu tô com medo -- falei baixinho só para Éverton ouvir

-- vamos encontrar ela, vai da tudo certo. -- ele disse baixinho

-- o detetive disse que chega daqui a pouco aqui. Pode deixar que vamos achar a sua Azedinha -- Gabriel disse guardando o celular no bolso

Respiro fundo e concordo