♣ Due ♣

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-Não acredito que faremos um casamento nessa residência e os Yildiz participarão, eles entrarão pelos nossos portões, sentarão conosco e comerão da nossa comida! -Patrizia falou indignada com a situação que se estendia à sua frente.

-Podíamos envenenar a comida, assim mataríamos a família toda de uma vez só! -Federico propôs.

-Você acha que algum deles comerá alguma coisa antes de nós provarmos? Não seja idiota  -Rosa bateu na cabeça do irmão.

-Ai!

-Faremos nosso melhor, filho, faremos pelo Enzo já que foi a única coisa que nos restou -Patrizia levou as mãos ao rosto e chorou, fazia três meses que seu filho havia morrido, mas para ela era como se tivesse acontecido naquele mesmo dia, tomada pelo luto ela entrou novamente para casa.

Enquanto isso, tudo em volta da mansão Bianchi estava em um clima comemorativo. A todo momento, uma pessoa passava levando flores, mesas ou cadeiras, o matrimônio estava muito próximo, só faltando os preparativos finais e Lúcia parecia ter aceitado seu destino, um casamento não seria o fim do mundo, ela sobreviveria.

Dante não pôde ficar presente para ver tudo isso acontecer, seu trabalho era mais importante do que ficar enrolando docinhos ou carregando móveis para o jardim, lugar onde aconteceria a cerimônia. Quando chegou pela manhã como de costume encontrou uma casa em sua letargia habitual, subiu as escadas para seu quarto pronto para seu ritual cotidiano: banho, remédio, cama, porém foi interrompido por um grito estridente, era de Silvia.

Todos correram para a origem daquele som, era o quarto de Lúcia e no centro dele estava Silvia sentada no chão e com as mãos no rosto.

-O que aconteceu aqui?! -Antônio segurou em seus braços -diga, mulher!

-A Lúcia! A Lúcia, ela fugiu!

-O quê?! 

Silvia estendeu um papel para seu marido, era uma carta.

“Querida mãe,

Me perdoe por fugir assim sem explicar nada, mas é melhor, se soubessem onde estou iriam atrás de mim e eu não quero ser encontrada. Falei milhares de vezes que não me casaria com alguém da família Yildiz, não me casaria com mais ninguém, pois no meu coração já há um homem, Juan Díaz é seu nome, ele é o jardineiro da casa e foi o único homem que me entendeu por completo e amou cada centímetro meu. Eu o amo e desisto de tudo por ele, como estou fazendo agora, amo minha família, mas o amo mais, dê um beijo em papai e diga a Alonso para criar juízo.

Com amor, de sua amada Lúcia.”

-Essa menina não podia fazer isso comigo! -Antônio esbravejou, sua raiva estava em um nível nunca visto, seus feromônios saíram por toda a casa fazendo todos taparem os narizes para não ficarem sufocados -essa menina mimada e sem noção! É sua culpa, Silvia, é sua culpa de ter criado uma filha tão desmiolada, você tinha apenas uma função aqui de criar nossos filhos e nem mesmo isso você conseguiu fazer!

A mulher soluçava silenciosamente, todos em volta olhando para saber o que vinha em seguida.

-Se vocês não tivessem a obrigado a casar nada disso teria acontecido! Ela foi criada como uma princesa e queriam que ela se jogasse aos lobos como os Yildiz?!

Pá! Antônio esbofeteou uma de suas faces.

-Cale a boca! Sua princesinha estava abrindo as pernas para um mexicano qualquer bem debaixo dos nossos narizes, você é a mãe dela, você tem a maior parcela de culpa dentre todos nós!

Silvia continuou a chorar desolada.

-Dante, vá a procura agora dessa menina, quero ela viva ou morta imediatamente.

Rei de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora