♦ Quattro ♦

1.9K 233 35
                                    

-Tudo bem, essa é a casa que ficaremos -Alev falou enquanto abria a porta da residência para Dante -meus pais que escolheram então se não ficar do seu agrado podemos mudar algo.

-Não me importo com isso.

-Eu imaginei, mas não posso deixar de falar. Vamos viver juntos daqui para frente, então é melhor acabarmos com os atritos… eu sou Alev, Alev Yildiz.

-Eu sei quem você é -Dante olhou para aquela mão estendida antes de cumprimentar -você que não sabe quem eu sou. Me chamo Dante.

-Pelo menos seu nome eu já sabia, bem, como podemos prosseguir?

-Você não precisa transar comigo, eu não me incomodo em não seguir as tradições matrimoniais que nossas famílias querem. Vamos apenas falar o necessário um para o outro para não incomodar, ficar em quartos separados e esperar acabar o suposto período de lua de mel e depois voltamos às nossas funções, não vamos complicar as coisas.

Alev deu um suspiro de alívio.

-Fico feliz em ouvir, posso ser sincero com você? O que estamos passando é um saco do caralho. Que situação mais fudida!

-Ok… onde fica os quartos?

-Não sei, procure um e fique com o que achar melhor, eu vou lá pra fora beber enquanto você conhece melhor a casa -disse enquanto já se retirava do local.

Dante então subiu rapidamente as escadas, andou momentaneamente até achar um quarto afastado da suíte principal, a parte mais chata foi ter que catar seus pertences do closet e colocá-lo onde ele viveria a partir daquele momento. Quando terminou, sentou-se na cama e tirou o terno que usava, finalmente um peso saiu de suas costas, sua obrigação foi feita, restava agora viver as consequências, pensou. Ele ainda sentia dores extensivas pelo corpo, quando entrou debaixo do chuveiro pôde tirar toda a maquiagem que tentava cobrir os hematomas e as marcas pelo rosto, pescoço e outros lugares escondidos, era muito recente para não doer, Dante só precisava se esforçar para esquecê-las como sempre fez. 

Ele deitou na cama e levou até a boca um cantil com uísque, a garganta ardeu quando o líquido passou, gostava da sensação. Dante então puxou um dos últimos comprimidos do seu remédio para dormir, sua família havia confiscado todos sem distinção, levou-o aos lábios e esperou derreter, em poucos instantes, seu corpo e sua mente conseguiram relaxar, assim seus olhos se fecharam rapidamente em um sono fugaz.

Na manhã seguinte, Dante desceu as escadas levemente tonto por ter misturado o remédio tarja preta com álcool, quando entrou na cozinha à procura de algo para comer deu de cara com Alev preparando o café da manhã.

-Bom dia, sinta se à vontade para se servir -o homem próximo ao fogão falou enquanto se concentrava em assar pães na frigideira.

-Bom dia -Dante retribuiu e se sentou em uma das cadeiras do balcão.

-Bem, passaremos o mês inteiro dentro dessa casa, então podemos combinar em dividir as tarefas domésticas, eu…

-Não sei cozinhar… absolutamente nada.

-Como você não… porra, o que aconteceu com seu rosto? -Alev perguntou ao olhá-lo pela primeira vez no dia.

-Assuntos meus. Não sei cozinhar, então você lida com isso e eu limpo.

-Ok, ok.

-Você fica responsável por lavar as roupas.

-Mas aí não ficam mais tarefas para mim?

-Olha o tamanho dessa casa, eu preciso falar mais algo?

-Você tem razão, então espero que não se incomode em comer da culinária turca, é a única que eu sei fazer.

Rei de CopasOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz