♦ Ventiotto ♦

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Asaf era idêntico a Dante.

Tinha os mesmos cabelos negros e ondulados, a mesma cor alva, os mesmos lábios de coração e os mesmos olhos verdes de felino. Não existia nada de Alev ali, seu filho era uma cópia do homem que o concebeu e deu à luz.

Alev o admirava fascinado pela sua beleza, o bebê estava em seus braços e ele sentado na cama próximo ao corpo de Dante que descansava, por fim tinha convencido seu marido a dormir. Desde que Asaf nasceu, Dante não queria dormir ou mesmo desencostar do bebê um segundo sequer e Alev não exagerava quando pensava isso, porque Dante não permitiu que ninguém chegasse perto do filho a não ser ele. Assim, o ômega passava o dia inteiro com o bebê no colo e se Alev não aparecesse, ele não comeria ou dormiria.

Asaf deu um chiadinho como se fosse chorar e bastou isso para que o homem despertasse.

-Meu bebê… -Dante se levantou desnorteado em busca do filho até ver no colo do pai.

-Ei, ei. Calma. Tá tudo bem, ele está aqui comigo. Shiu, pode voltar a dormir.

Dante assentiu voltando a fechar os olhos. Seu corpo estava exausto desde que tinha dado à luz há um mês e sem conseguir descansar apropriadamente, pois bastava Asaf se mexer entre eles no meio da cama que o ômega abriria os olhos como faróis para segurá-lo pelo restante da noite.

Era em um nível muito complicado de lidar, porque bem, era difícil. No dia seguinte ao nascimento do Asaf, sua mãe foi até eles para ver o bebê nascido, mas Dante negou avidamente enquanto segurava seu filho com firmeza parecendo uma leoa e depois de novo quando seu pai foi até eles, os avós, os tios, os primos e até as criancinhas. Ninguém nem mesmo conseguiu passar da porta do quarto, exceto Selim com uma pediatra para coletar todas as amostras para os exames que todos os recém-nascidos fazem, além da vacina poucos dias depois. E naquele momento, Alev pensou que Dante os mataria com as próprias mãos enquanto segurava o bebê, mas Alev interferiu segurando os ombros do marido e falando docemente com o ômega.

-Aşkım, eles não vão fazer mal para o nosso Asaf. Eles só querem ver se está tudo bem com o bebê, além de fazerem alguns exames, olhe, todos os bebês fazem isso, é normal.

-Eu não conheço essa mulher.

-Olá Sr. Yildiz… posso chamá-lo de Dante? Me chamo Myrra Ates. Eu sou pediatra e uma antiga amiga de Elfe e sua família, posso garantir que sou de confiança.

-Pessoas não confiáveis não dizem que não são.

-Dante, por favor -Alev começou a tentar barganhar quando Selim se meteu no meu.

-Não quer que seu filho continue saudável, Dante?

-Do que está falando?! Eu quero o bem do meu bebê!

-Então nos deixe tocar no Asaf para examiná-lo, não faremos nenhum mal a ele e se ele chorar foi porque foi necessário, nenhum de nós quer que esse anjinho sofra.

Usando a boa e velha chantagem emocional, Dante cedeu enquanto Myrra pegava Asaf em seu colo, ao fazer isso o bebê começou a chorar longe do cheiro cítrico que tanto o deixava seguro, mas antes de Dante voltar a apertá-lo contra seu peito e amamentá-lo até se dar por satisfeito, Alev segurou seus braços.

Myrra mediu, pesou e olhou minuciosamente o pequeno à sua frente, depois abriu sua maleta e tirou uma agulha médica, naquele exato momento Alev precisou segurar fortemente Dante enquanto a médica perfurava o calcanhar do bebê para coletar seu sangue. Enquanto seu filho chorava vulnerável no colo de Selim, o alfa sentiu todos os músculos do marido se tensionarem para pegar Asaf de volta.

-Aşkım. Por favor. Se acalme.

-Meu bebê, Alev, ele está sofrendo! -Dante exclamou à beira das lágrimas, mas antes que o choro forte do nenê cessasse, ele foi furado por outra agulha, agora uma vacina.

Rei de CopasWhere stories live. Discover now