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                                   Carolina👑

Hoje quem veio trazer meu almoço não foi o Souza, Victor está com uma cara de bunda, até parece que ele que foi sequestrado.

Claro que eu não gosto de nenhum dos dois, mas o Souza é um pouquinho menor, menos rabugento.

Victor: Tu é calma demais, isso é estranho.

Carol: Como é? - viro encarando o meliante.

Victor: Tu foi sequestrada e não soltou nem um xingamento, simplesmente aceitou a situação. Muito estranho.

Carol: Eu não sou muito boa em tomar decisões...

Victor: Percebe-se pelo teu marido- ele me corta.

Carol: Como eu estava falando, não sou boa em tomar decisões, mas ter uma arma apontada pra mim me faz fazer tudo que mandam. Eu não entendi sua reclamação, queria que eu gritasse e surtasse? Prefere que eu não facilite para  vocês?

Victor: Ou tu finge muito bem ou essa é a tua personalidade, muito calma e boazinha demais pra ser casada com aquele verme, a conta não tá batendo.

Carol: Já parou para pensar que o Eduardo que vocês conhece é diferente do Eduardo meu marido?

Victor: E é diferente, senhora Avelar? O Eduardo que a gente descreve é diferente do cara que tu chama de marido?

Abro a boca, mas não sou capaz de responder essa pergunta.

Victor: Ele te contou como ganhou a promoção? Desde que tu botou os pés aqui essa pergunta tá me consumindo.

Carol: Sim, ele contou que ganhou a promoção por prender o mandante do tráfico no Complexo do Alemão. No caso promovido por prender seu chefe.

Victor: Mas contou como que conseguiu prender o Ret? Sabe, eu tô achando que não contou.

Carol: Faria diferença?

Victor: O pior é que eu acho que faria diferença.- olho confusa pra ele- Bom, logo mais tu volta pra casa.

Carol: Eduardo aceitou fazer a troca?

Victor: Ele vai aceitar. Ele considera o Ret um inimigo e ele não vai deixar o controle da esposa nas mãos de alguém que odeia tanto.

Carol: Hmm...

Victor: Mas espero que fique bem claro pra ti que essa troca não tá sendo feita porque ele tá muito preocupado com a esposa, ela vai ser feita porque ele tá com o ego ferido.

Carol: Você me sequestrou, eu devia te desprezar, não o contrário.

Ele não responde apenas vai até a porta, pensei que ele ia sair sem dizer nada só que ele virou e me encarou.

Victor: Algo me diz que tu já acostumada com esse comportamento.- é assim ele sai batendo a porta.

Fiquei o resto da minha tarde sentada no sofá encarando as paredes.

Imagino como o Eduardo deve estar  surtando, ele sempre foi muito controlador, ele gosta de ter tudo seguindo o ritmo dele. Esse sequestro deve ter sido um golpe e tanto para ele.

No comecinho da noite  como de costume o Souza veio me fazer companhia.

Souza: Como pode mulher ser um bicho bem complicado - ele diz digitando no celular.

Carol: Você namora?!

Souza: Que tom foi esse? - ele me olha  genuinamente ofendido- Eu sou top de linha, todas querem me namorar.

Top de linha? Ok.

Carol: Por que estou sentindo que a resposta pra minha pergunta é não?

Souza: Olha, eu não namoro. Mas a escolha é minha tô me guardando para um sortuda.

Carol: Se guardando? Não parece algo que você faria.

Souza: Claro que eu faço umas coisinhas por aí, tenho que praticar pra agradar minha futura dona.

Meu Deus!

Eu estou rindo de algo que esse criminoso disse.

Souza: Ri não, isso é sério.

Carol: Claro, a sua futura namorada vai pensar que nem você, vai ser muito grata por você ter desenvolvido muito bem o lado sexual com outras mulheres para ter um desempenho ótimo com ela.

Souza: Tô falando, eu tenho uma mente foda, penso no futuro.

Carol: Ah, e sua mente foda não percebeu o sarcasmo?- ele me olha indignado .

Souza: Raponzel, Raponzel, tu se cuida que eu sou sensível, mulher são meu ponto fraco.

Carol: Sei, e homens são seu ponto forte.

Souza: Calma lá, não foi isso que eu quis dizer.

Carol: Então homens são seu ponto forte? - me faço de desentendida para defender a reação dele.

Souza: Vai a merda! - gargalho por ter conseguido tirar a paciência dele.- ri não, otária. Vou cuspir na tua próxima marmita.

Ret😡

Tem algo muito errado.

O plano era me trocar pela mulherzinha dele, foi isso que o Victor me disse. Ele pegou a madame pra usar como moeda de troca, para conseguir minha liberdade.

Mas hoje de manhã fui tirado da minha cela pra ser transferido pro Paraná. Tô dentro do carro de transferência e o mais bizarro é que o Eduardo tá sentado bem na minha frente.

Tá esse merda, o motorista, um dos carcereiros e mais dois polícias.

Eduardo: Vocês acham que eu sou burro? Que vou te por na rua de boa? Não, tu vai sair como o bandido que tu é.  Na real, tu vai com uma fama muito pior do que entrou.

O filho da puta deu apenas da uma olhada no carcereiro que simplesmente pegou a arma e atirou no policial que estava de frente pra ele.

Ret: Que porra é essa?

Um segundo tiro ecoa na parte da frente do veículo me deixando alerta.

Eduardo: Um criminoso fugiu hoje durante a transferência, deixou dois mortos e três feridos.  Um caro com criminosos seguiu a gente e a situação ficou feia.

Ah, não fode!

O carro simplesmente para do nada.

Eduardo: Desce do carro- olho confuso pro imbecil- Desce da porra do carro.

O cara do lado dele abre a porta para que eu saia.

Eduardo: Se acham espertos? Acham que podem comigo? Três bandidinhos de merda? Quero a minha esposa de volta em 24 horas ou a coisa vai ficar muito feia, melhor pensar duas vezes antes de tentar algo contra mim. Sabes muito bem do que sou capaz.

Nossa, eu foder com a vida desse filho da puta. Vou fazer se arrepender do dia que se meteu na minha vida.

Crime PerfeitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora