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Carolina👑

Eu nunca estive confortável com a situação, afinal fui sequestrada.

Mas nunca estive tão desconfortável como estou agora, e olha que eu tive  uma arma apontada para mim.

O ódio desse cara pelo  meu marido é tão grande que da a sensação que esse esse sentimento pode  ser palpável.

Bom, é claro que ninguém quer ser um presidiário. Mas se você faz algo fora da lei tem que lidar com o fato de que um dia você poderá ser um.

O que me está deixando maluca é o Ret ter dado a entender que meu marido fez mais do que prendê-lo. Mas não é como se eu fosse chegar nele e perguntar o motivo.

A situação ficou péssima desde que o Ret abriu a porta do banheiro, ele nunca me viu antes e parece me odiar.

Pelo menos o Souza e o Victor vieram pra cá, não que eu goste muito do Victor, mas o clima não fica tão tenso quanto estava só com o Ret na casa.

Souza: Relaxa, ele não é tão ruim quanto parece.- e  ele sussurra no meu ouvido.

Carol: Vou relaxar com esse maluco querendo me deixar aqui? Fora que agora é muito mais desconfortável ficar nessa casa, a casa é dele as roupas que estou usando são dele. As vezes ele me olha como se quisesse usar inseticida em mim.

Souza: Tá, ele não é dos melhores. Vou falar com ele e te levar pra minha casa, mas não esquece que isso aqui é um sequestro e se tu quer que eu facilite as coisas é melhor não arrumar confusão.  Agora vamo sentar pra comer que eu trouxe pizza.

Meu Deus, esse cara só come besteira. O que é estranho já que ele é todo sarado, mas não que eu tenha observado o tanquinho dele.

Acabei sentando pra comer e me dei a liberdade de comer duas fatias.

Mas para ser sincera sobre o olhar do Ret a comida desceu que nem chumbo. Cheguei a morder o vento umas duas vezes.

Eu odeio a ideia de chamar atenção de alguém, principalmente de um homem. Então, ter esse cara volta e meia me olhando me deixa extremamente nervosa.

VG: A gente já vai indo - ele e o Souza se levantam- A gente se fala amanhã chefe.- Ret apenas acena em concordância.

Souza: Bom, a Raponzel vai comigo. - ele diz encarando o Ret- Agora que tu tá de volta então não rola deixar a garota aqui. Bom, ela não tem nada pra levar, então a gente já tá indo.

Praticamente corro até ficar do lado do Souza, dois três ele é  o único ruim e não péssimo.

Ret: Ela fica.- nossa que pancada bem no meio da minha cara.

Souza/Carol: O que? - nos encaramos e depois olhamos para o Ret.

Souza: Mas e a privacidade que tu tanto gosta? Acho que seria melhor se ela fosse comigo.

Ret: Não é como se fosse definitivo - ele dá de ombros - Mas o tempo que ela passar aqui no Complexo vai ser na minha casa.- Souza abre boca para falar, mas o Ret não permite- E essa decisão não está aberta a discussões.

Pronto, agora eu posso declarar calamidade?

[...]

Quando os meninos foram embora eu tive que resisti profundamente a vontade de me agarrar nas pernas do Souza para ele me levar de arrasto.

Não sei porque o Ret decidiu que eu tenho que ficar aqui na casa dele, mas coisa boa não é. Resumindo, de ferrada passei para extremamente ferrada.

Estou sentada na parte externa que fica nos fundos da casa, tem um espreguiçadeira e eu estou aqui desde que os meninos se foram. Sim, estou evitando o dono da casa.

Eu não sei o motivo exato, afinal foi o Victor que apontou uma arma pra mim e o Souza dirigiu o carro, mas é o Ret que me deixa totalmente tensa.

Escuto o barulho da porta de vidro sendo aberta e sei que ele está aqui fora comigo. Acho que o meu anjo da guarda simplesmente me largou.

Na mesinha bem ao lado da espreguiçadeira que estou é colocado uma caixa de pizza que ainda está pela metade.

Ret: Come.- ergo o olhar para ele, mas óbvio que me arrependo por ver o semblante nada amigável.

Carol: Como é? Eu já jantei, mas agradeço.

Ret: Tu comeu duas fatias.

Carol: Eu sempre como duas fatias.

Ret: Sempre? Quem é que pede pizza e come só duas fatias.- engulo em seco.

Ah, eu não quero falar sobre isso.

Ret: Desde que eu voltei da boca tu não pegou nem um copo de água, o que comeu foi só aquelas duas fatias. Não quero ninguém com fome aqui. E não adianta negar, sei que tu não tá satisfeita.

Que homem insuportável!

Estou com fome ainda? Sim, mas isso com certeza não é da conta dele.

Para calar essa boca convencida pego outra fatia de pizza e dou uma mordida. Só que para piorar minha situação ele senta na outra espreguiçadeira e fica me olhando comer.

Nossa, parece até que eu me esqueci como se mastiga.

Ret: Esse aqui é o meu celular - ele põe o aparelho ao lado da caixa de pizza- Em um ato de boa fé eu vou deixar você ligar pra algum parente e deixar claro que tu tá bem.

Carol: Posso ligar para o Eduardo?

Ret: Pra ele ainda não.

Carol: Então não quero ligar pra ninguém.

Na realidade não tenho para quem ligar.

Ret: Tem certeza? Não vou oferecer outra vez.

Carol: Tenho sim, a única pessoa com quem quero faltar é o meu marido.

Ret: 5 anos de casamento, não sei te acho louca ou corajosa. Mas vou te confessar, quando eu tava lá usando a esposa dele pra abalar aquele imbecil eu te imaginei muito diferente.

Carol: Não sou uma a mulher que você possa imaginar casada com um policial?

Ret: Não é uma mulher que eu imaginaria como esposa daquele cara.

Hmm...

Ret: Mas conta pra mim, o que te fez casar com ele?

Carol: Amor.

Ret: Que baboseira.

Carol: Casei com o Eduardo por amor, você acreditando ou não.

Crime PerfeitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora