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                                    Carolina👑

Meu Deus, o Victor leva a história de morar sozinho muito a sério. Ele equipou a casa apenas pra ele , um garfo, uma faca, um copo, um prato....É um absurdo.

Ele entrou em uma loja pra comprar só um prato?

O copo eu sei que não comprou, porquê é um pote de vidro que já foi embalagem de extrato de tomate.

Tem somente uma almofada no sofá, um travesseiro na cama...Muito bizarro.

Termino de guardar o talher quando escuto a porta  da frente ser aberta.

Será que já é o Victor? Nossa, espero que sim, eu preciso muito de um remédio para dor de cabeça e eu não posso simplesmente sair de casa e comprar.

Sigo na direção da sala, mas não é o Victor que está aqui.

Carol: Hmm...- cruzo os braços me sentido desconfortável.- Victor não está, disse que ia almoçar fora.

É estranho me sentir  assim perto dele, gostava mais das antigas sensações.

Ret: Eu sei...- ele me encara de cima a baixo- Não foi comprado roupa pra ti? Por que tais com um blusa dele?

Encaro o meu corpo e olho pra ele confusa com o comentário.

Carol: Posso ajudar com algo? Imagino que não tenha vindo aqui á toa, muito menos para falar da minha roupa.

Ret: Que história é essa de que vai ter que me aguentar? Tu que é a pilantra que tava escondendo algo.- ele parece genuinamente ofendido.

Carol: Te aguentar? Do que você está falando?

Ret: Souza me falou o que tu disse.- Ah.

O Souza e o jeito horrível de repassar as informações.

Carol: Falou foi? Bem a cara dele isso. Eu não disse que teria que te aguardar e sim que você podia me aguentar até eu ir embora.

Aí meu Deus, que situação de merda.

Carol: Mas se fosse ao contrário você não teria direito de tirar satisfação, afinal eu sou a vítima aqui. Se não se lembra eu fui sequestrada. Sou uma refém.

Como posso ter virado a vilã da história? Tá certo isso?

Ret: Vai vir com essa história pra cima de mim? Quando tava na minha cama não era refém.

Carol: Quer saber? Escondi o celular sim, assim que deixaram na porta e escondi. E é injusto me culpar por isso, é injusto me tratar como a vilã. No dia que o Eduardo esteve aqui foi o último dia que pensei nele. Naquele dia eu pensei comigo mesma, se eu tivesse ligado pra ele ia facilitar tudo, mas não liguei.

Ret: E por que não ligou? Talvez tivesse sido melhor assim.

Carol: Não liguei porque estava ocupada pensando no Victor e no Souza. Por que estava preocupada com você. E tudo bem, direcionei atenção pra quem não devia.

Acho que isso é um hábito.

Ret: Tu devia ter me dado o telefone assim que colocou as mãos nele. Isso foi uma baita traição da tua parte.

Carol: Tá, talvez seja uma traição no seu ponto do vista. Então vamos pro meu ponto vista, você transava comigo mas estava louco pra me trocar por uma ficha com uma acusação a menos. Mas claro,  eu sou a única errada nessa história.

Ret:  Não é mais intenção fazer a troca.

Carol: Por que tenho que acreditar em você quando você não pode acreditar em mim? Meu Deus, achei que já estava claro pra você que eu não quero voltar pro Eduardo.

Ret: Não quer mais mesmo?

Ah, eu desisto.

Carol: Pensa o que quiser, não faz diferença pra mim.

Se bem que no fundo faz diferença sim.

Carol:  Era só isso? Ou tem algo pra me dizer além de me acusar de traição?- ele fez a minha dor de cabeça aumentar e minha fome passar.

Ret: Não tem mais uma troca, ele já sabe disso. Só volta para aquela casa se quiser.

Carol: Mas ainda estou presa aqui...Quer saber, deixa pra lá. Na verdade eu gostaria de deixar todos os últimos acontecimentos pra lá.

Ret: Quer saber de uma coisa? Eu tô mais puto do que esperava. VG disse que tu não ligou, tu disse que não ligou. Eu acredito nisso. Mas isso não muda o fato que eu tô muito puto.

Carol: E o que você quer que eu faça? Eu já admiti que escondi e depois eu só me esqueci que ele tava lá.

Ret:  Eu não sei o que quero que tu faça- ele volta a me encarar, a uma atenção especial na blusa que estou vestindo então e respira fundo.- Sabe, acho que não é tão louco a ideia de tu ficar na casa da Larissa.

Carol: Tá me expulsando da casa do Victor?  Isso tá ficando repetitivo.- solto uma risada sem graça.

Encaro o Filipe e fico sem graça ao notar que ele tá me encarando.

Carol: Hmm..- limpo a garanta- posso ajudar em algo mais.

Ret: Isso não muda nada, eu ainda tô puto com tudo isso.

Carol: Isso o que?

E então como se nada tivesse acontecido, ele se aproxima e me beija.

Eu com certeza quero mais que isso. Mas isso não tá certo, então me afasto.

Carol: O que você acha que está fazendo? Esqueceu que você me expulsou da sua casa?

Ret: Eu não sei o que tô fazendo. Eu tô puto, mas é muito difícil não te beijar. Eu tô muito puto,  mas  a minha cama parece maior do o normal. Não gosto de como eu fico confuso quando tu é o assunto.

Carol: Olha, acho melhor você ir. A gente vai voltar ao mesmo ponto, a traição  que tanto te incomoda. Nada disso que você disse serve de algo se você não pode deixar aquilo de lado.

Ret: Eu nem sei porquê tô tão irritado.

Carol: Bom, acho que se você não sabe eu não vou saber.

Ret: Tá, mas a gente pode voltar a falar sobre a sua roupa?

Carol: Não, não vamos falar da minha roupa.- Ainda não entendi o que tem de errado com a blusa.

Ele cruza os braços indignado com a resposta  e essa simples ação mexe com alguma coisinha dentro de mim. Esse é o tal período fértil que a Larissa falou?

Meu olhar corre pelas tatuagens.

Ter parado o beijo foi a minha decisão mais certa?

Olha só, já estou ficando maluca.

Crime PerfeitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora