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Carolina👑

Encaro as duas blusas, com certeza a branca não é uma opção. Já tá ficando estranho os meus peitos serem pauta na minha conversa com o Ret.

Coloco a camisa preta e saio do quarto para ir para a cozinha. O plano era passar reto pelo corredor, mas a porta do quarto principal está aberta e eu não consigo evitar dar uma espiadinha, é mais forte que eu.

Dou um olhadinha rápida vejo o Ret digitando algo no celular. Uma maldita toalha na cintura, o corpo ainda está meio úmido e ele parece muito tenso.

Tá, acho que eu tenho que parar com a minha esquisitice e passar café.

Sigo para cozinha e começo com a minha atual rotina.

Hmm, porque aquele cara em uma toalha me deixa nervosa? Ele não é meu tipo, aquelas tatuagens, o jeito de falar, a forma como diz me entende...

Ret: Bom dia loirinha.- viro encontrado ele sem camisa sentado em uma das baquetas- De preto hoje?

Carol: Vou levar as reclamações sobre a blusa branca mais a sério.

Ret: Não é reclamação, é algo bom de se ver.

Carol: Você é um cretino.- digo antes de pensar duas vezes e o que recebo é uma gargalhada, uma gargalhada bem gostosa de se ouvir.

Nossa, se eu dissesse algo do tipo pro Eduardo ele surtaria.

Ret: Tu tá tirando a minha diversão.

Carol: Diversão estranha essa sua. Você tem trabalho hoje? Acordou cedo em um sábado.

Ret: A prisão te faz acordar cedo todo dia, não tem essa de final de semana. E tu, acordada cedo por quê?

Carol: Lá em casa eu tinha o costume de acordar cedo todos os dias.

Ret: Até quando dormia tarde?

Carol: Eu não dormia tarde.

Ret: Hmm, aqui tu pode acordar a hora que quiser.

Carol: Isso de acordar cedo tá impregnado em mim.- dou um sorriso- Acha que vou ficar aqui por quanto tempo?

Ret: Não sei, pra ser sincero tu vai ficar até eu conseguir destruir aquele cara. Mas isso não é assunto pro nosso café, assunto pra ti.

Pego o meu café assim que fica pronto e sento de frente para ele.

Carol: O que você costuma fazer no final de semana?

Ret: As vezes tem baile, ou vou beber com os caras em um bar qualquer, fazer um churrasco, almoçar com a minha irmã.

Carol: Hmm, diversas opções, legal.

Ret: Tenho medo da resposta, mas me diz, o que tu costuma fazer no fim de semana?

Carol: A maior parte do tempo eu fico em casa, vez ou outra tem um evento que o Eduardo precisa levar acompanhante daí eu vou.

Ret: Que vida agitada- ele provoca- o cachorro da dona Neusa sai mais de casa do que tu.

Carol: Me comparando com um cachorro? Que deselegante da sua parte - coloco uma uva na boca- Sabe, são situações que eu já me acostumei  então não sinto tanta falta.

Ret. Mas tu não devia ter te acostumado. Olha o teu marido não alertou a polícia sobre o teu sequestro, então aqui dentro tu vai se destacar por ser nova na área, mas não por ser matéria no jornal.

Carol: O que você quer dizer com isso?

Ret: Que se você prometer não arrumar problema e  não tentar fugir eu te levo no churrasco na casa do VG, não vai ter muita gente.

Carol: Levar no caso a refém para um passeio?

Meu Deus, eles sabem como funciona um sequestro?

Ret: Ninguém precisa saber que tu é refém- ele diz como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Carol: Não tenho roupa pra isso.

Ret: Que exagero.- ela da uma mordida no pão.

Carol: Eu literalmente não tenho calcinha.- ele ergue o olhar para mim parecendo chocado.

Ret: Tais andando pela minha casa sem calcinha?

Carol: Não tive como fazer as malas, foi um sequestro relâmpago, não sei se você sabe. Eu só vim com a roupa do corpo e dos vestidos de festa e eu prezo pela higiene, então lavo minhas roupas.

Ele pisca duas vezes e engole o pão.

Ret: Hmm, a gente lida com isso. Roupa não é um problema. Eu acho melhor eu ir fazer as minhas coisa, te vejo a noite- ele praticamente foge da cozinha.

                                       [...]

Será que é agora que eu viro uma estrelinha no céu?

Carol: Você não precisava fazer isso.- Larissa ergue os olhos na minha direção.

Larissa apareceu aqui com algumas roupas e é desnecessário dizer que o clima não é agradável.

Lari: Meu irmão me pediu, não gosto de negar as coisas pra ele.

Carol: Certo- pego um short na mão e faço careta.

Lari: Esse ia ficar legal em você.

Carol: Não é o meu tipo de roupa, não costumo usar roupa jeans- muito menos curtas.

Lari: Não me diz que tu vai toda pirua pra um churrasco, o que tu costuma usar?

Carol: Eu não costumo ir em churrasco.

Lari: Devia experimentar, vai ficar bom.

Viro para ir na direção do banheiro mas paro quando ela começa a falar.

Lari: Acho que ter você aqui é um risco pro meu irmão e para os meninos, isso é um fato....

Concordo, afinal é realmente um risco.

Carol: Entendo seu ponto.

Lari: Meu irmão disse que você é uma boa pessoa. Eu quero fazer só uma pergunta, o que você vai fazer quando encontrar o Eduardo?

Carol: Sinceramente? Não sei, assassinato...sequestro... falar sobre o fato de que eu não posso gerar uma criança.... Isso tudo é muito confuso pra mim. Se a sua pergunta se resume eu saber se eu vou passar pano para isso e continuar meu casamento a resposta é não.

Lari: Falar é fácil, mas pessoas que não tem para onde correr aceitam migalhas.

Carol: Eu posso me virar.

Lari: Não estou falando por mal, mas você vive no luxo que ele te proporciona, vai saber lidar com a falta dele?  Algumas mudanças são drásticas demais.

Carol: Você se refere a dinheiro? Acha que estou com ele por dinheiro? - nego desacreditada- Ao falecer o senhor Avelar deixou 95% da herança pra mim.

Lari: Uau, por essa eu não esperava. Mas isso é bom, um motivo a menos para você ver necessidade em voltar com ele. Agora prova o short, vamos ver como fica.

Carol: Tá- viro para ir ao banheiro.

Lari: Tu tem silicone na bunda? Algum preenchimento?

Carol: Não- digo entrando no banheiro.

Lari: Nossa....

Pronto, um falando dos meus peitos e  a outra da minha bunda.

Carol: Você não precisa ficar aqui, eu me viro. - aumento o tom de voz

Lari: Eu quero ficar, adoro provar roupas e ver as pessoas provando.

Carol:  Então tá.

Crime PerfeitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora