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Ret🤬

Acordei com uma dor de cabeça do caralho e olha que nem bebi ontem.

Saudade do tempo em que os meus problemas eram fáceis de resolver, parece que a cada dia que passa a coisa piora.

Acordei e fiz o de sempre, arrumei a cama, tomei uma ducha e desci pra tomar café.

O estranho é que desde que eu sai da prisão é primeira vez que a loirinha não tá na cozinha fazendo ou bebendo café.

A mina é viciada em cafeína.

Passo o meu café e saio de casa sem nem ver a Carolina, ela não desceu. Deve tá capotada no sono.

Confesso que fiquei meio intrigado com a ausência dela na cozinha, mas vida que segue.

Sai direto pra boca porque o que não falta é problema pra resolver. Principalmente por causa do merda do Eduardo.

Miranda: Bom dia- pô cara, logo cedo na minha porta.

Achei que ia ter um pouco de sossego aqui na boca antes de começar os trabalhos.

Ret: Bom dia.- entro na boca e ela me segue.

Miranda: Acordou cedo, achei que tu ia tirar uns dias pra esfriar a mente depois da estadia na prisão.- ela senta no mini sofá que tem na minha sala e cruza as pernas fazendo o vestido subir e mostrar as coxas bronzeadas.

Ret: Meus problemas não vão ficar no cantinho me esperando esfriar a mente.- me jogo na minha cadeira e observo ela.

Miranda já é história velha na minha vida. Ela sempre tá por perto, mas o que ela realmente quer, um relacionamento real que de uma posição de poder aqui na comunidade, ela não vai conseguir. Não estou e nem vou estar aberto a isso.

Miranda: Mas tu pode mandar alguém resolver os teus problemas pra ti, a parte boa em ser chefe.- ela da de ombros.- Facinho, amor.

Ret: Não é assim que a banda toca gatinha, cada um faz o seu. E o comando não fica muito tempo na mão de quem não está disposto a comandar.

Miranda: Hmm, queria um pouquinho do seu tempo. É bizarro o fato de eu ter visto mais você na cadeia de que nos últimos dias.

Ret; Tenho coisas mais importantes para fazer.

Miranda: Tá me esnobando? - encaro ela- A gente sempre arrumou um tempinho um pro outro, sou muito boa em te ajudar com o estresse.

Ret: Eu sei disso, mas tem horas que pensar com o pau não é não ideia.

Miranda: Ret...

Isso que me incomoda nela, a insistência. Me tira a porra da paciência.

Souza💥

Souza: Acho que hoje é dia de comprar pizza e ir comer com a Raponzel. Nem vi ela ontem.

Quero chamar a Carolina de Raponzel de novo, acho muita graça que ela odeia o apelido mas não tem coragem de retrucar, então me olha cheia de ódio, adoro ficar perturbando os outros.

Ret: Sabe que ela é porra de uma moeda de troca, né ? Não é tua amiga, porra.

Eita, que o coroa tá puto.

Souza: Tá estressado por quê? Fala direito comigo, não foi comigo tua foda mal dada. Eu hein.

VG: É, não ficou puto assim nem quando achou a loira na tua casa. Qual o problema?

Ret: Ela me estressa.- ele fala como se fosse o óbvio.

VG: Por quê?

Ret: Sei lá, ela só me deixa irritado- ele dá de ombros.

Uai, a mina parece uma devoração da casa, mal fala e se mexe. Como pode deixar o Filipe tão estressado?

Souza: Manda ela lá pra casa, vai te ajudar com teu estresse.

Ret: Tais ansioso demais pra levar a mulher de um policial pra tua casa.

Souza: Eu prefiro não pensar desse jeito, ela é muito gente boa pra ser lembrada como mulher daquele cara.

Ret: Contei que o filho pegou a Larissa.

VG: Bom, e como ela reagiu?

Ret: Como a esposa troféu que é.

VG: Talvez eu me arrependa do que vou dizer agora, mas não acho que ela seja uma esposa troféu.

Victor defendendo alguém? Olha só, o diabo é capaz de ter compaixão, que loucura.

Ret: Do que tu tá falando?

VG: A ideia de ter uma esposa troféu é expor pra todos o troféu que tu tem, mas ela parecia mais um bichinho enjaulado do que um troféu em exibição. Sabe, a conta não tá batendo.

Ret: Uma boneca que ele controla....

VG: É, ele parece ser bem manipulador. Uma merda pra loira. Mas não que eu me importe, só parece que ela também era refém quando não tava com a gente.

Observo o Filipe passar as mãos pelo cabelo, ele sempre faz isso quando fica ansioso, quando faz besteira...

Souza: Tudo certo aí chefe?

Ret: Por que não estaria? Aliás, cuida da tua vida.

Souza: Que isso? Assim tu me machuca- ele como o ranzinza que é ergue o dedo do meio.

[...]

Assim que apareci com a pizza a Raponzel olhou fixamente para a caixa e depois para o meu corpo. Juro que escutei ela sussurrar um "como é possível?"

Não sei do que ela tava falando, a coitada já tá ficando atormentada das ideias. Tadinha.... Mas eu nem julgo, dividia a casa com o marido babaca e agora com o Ret, a passagem pro céu já tá garantida.

Souza: Não vai comer mais? - ela me encara e nega- Que foi? Tá com uma cara péssima.

Carol: Cara de quem foi sequestrada?

Souza: Ah qual é? Tá sendo uma experiência legal.

Carol: Uma experiência legal para mim? - ela pergunta indignada.

Souza: Pra mim, é claro.

Carol: Aí,meu Deus! De que hospício eles sequestram você?

VG: Acha que a gente sequestraria uma coisa dessas? - ele senta do lado da Raponzel- Se eu pudesse invadia um sanatório só pra deixar esse maluco lá dentro.

Ela ri, ri da ameaça contra a minha pessoa. Muito mau da parte dela.

Souza: Sou uma pessoa incrível, sou gato e minha personalidade é top, isso aí é inveja.- ele ergue o dedo do meio pra mim, pô já é o segundo do dia.

Carol: Vocês se conhecem a muito tempo?

Souza: Desde de pequeno.

Carol: Parecem até irmãos, é fofo.

VG: Sei que te sequestrei, mas precisa mesmo me ofender assim? - Raponzel gargalha me tirando um sorriso. Acho que tirou um sorriso até do imbecil do VG.

Crime PerfeitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora