35

12.9K 1.5K 441
                                    

Carolina👑

É assustador a atenção que eu chamo só por estar na companhia do Filipe, não gosto muito disso.

Carol: Tá tudo bem mesmo?- pergunto pela terceira vez.

Ret: Foram só alguns pontos, tô de boa. Mas se quiser brincar de enfermeira eu posso adoecer rapidinho.- reviro os olhos com a brincadeira.

Carol: É, acho que além do tiro você teve algum tipo de dano cerebral.- ele sorri pra mim- Não vi o Victor e o Souza, eles estão bem?

Ret: Aham...Não gostei que tu saiu da casa, tinha falado pra tu ficar lá. E tu ainda concordou com o que eu disse.

Carol: Eu planejava ficar, mas aí você apareceu sangrando e eu entrei em pânico.

Ret: E se fosse o babaca do teu ex-marido no lado de fora? Ele não pode por a mão em ti.

Carol: Eu também não quero que ele ponha a mão em mim... O Eduardo sempre foi muito ciumento, não do tipo que briga com o cara que dá em cima de mim, mas do tipo que ele bota a culpa em mim. Se ele descobrisse o que aconteceu entre a gente eu ia estar completamente ferrada.

Nossa, eu ia estar muito mais que ferrada. Para o bem da minha sanidade mental é melhor nem pensar nisso.

Ret: Não, não ia estar ferrada. Porquê eu não vou deixar ele por a mão em ti.

Carol: Eu sou um problema enorme pra você.

Ret: Talvez, mas minha mãe dizia que eu vivo atraindo problema, então tá tudo sobre controle.

Carol: Pode levar isso a sério, por favor? Acha que isso vai parar por aqui? Chantagem foi a pior carta que vocês podiam usar.

Ret: A carta não era ruim. O babaca que é todo errado. O certo era ele se importa contigo, se importar com a esposa.

Carol: Eu quero que isso acabe, quero ajudar a por um fim nisso.

Ret: Não vamos te entregar. Tu mesmo disse que a situação pra ti vai ficar feia.

Carol: Não quero voltar para o Eduardo. Eu quero ajudar a acabar com isso. Me trazer para cá não afetou o meu marido....

Ret: Ex-marido...- ele me corta.- Pode continuar.

Carol: O meu sequestro não abalou ele como o esperado, mas perder o luxo em que vive vai ser um baque e tanto.

Ret: Do que tu tá falando?

Carol: Preciso ir até o banco.

[...]

Tive que bater boca com os meninos, os três queriam ir comigo no banco. Simplesmente esqueceram que são foragidos, principalmente o Filipe.

O que me pegou de surpresa é que eles não estavam com medo que eu fugisse. Eles não queriam que algo ruim acontecesse comigo.

Droga, será que estou com a síndrome de Estocolmo?

Por quê eu adoro meus seqüestradores.

Sigo na direção do meu quarto pronta para deitar, mas ao passar pelo quarto do Filipe sou pega de surpresa, o maluco simplesmente me puxou para dentro do quarto.

Carol: O que você tá fazendo? - pergunto rindo.

Ret: A gente sabe que minha cama é mais confortável- ele anda de costas me puxando junto a ele. Ret senta na cama e me puxa para sentar no colo dele- E a gente tem uns assuntos inacabados pra resolver.

Carol: Você pensa em algo além disso? Além de sexo?

Ret: Claro. Mas tenho que admitir - as mãos dele passeiam pelo meu corpo- Que minha mente perde um pouco o foco quando se trata de ti e os seus peitos.

Carol: Gosto disso.

Ret: Dos seus peitos? Porra, eu também gosto - é impossível segurar a gargalhada.

Carol: Estou em referindo as coisas que você fala sobre o meu corpo. Parece que sou a miss universo.

Ret: Graças a Deus não é, a imagem de um monte de gente babando enquanto tu desfila de biquíni não é legal.

Meu Deus, como é gostoso ter alguém te tratando como se fosse a mulher mais bonita do mundo.

Meio sem jeito de lidar com a situação levo minha boca até a dele.

Claro que o beijo é o de menos.

Sexo nunca foi algo que eu achava necessário, não tinha vontade, era só parte da rotina. Só o meio para um fim.

Mas aqui e agora, totalmente nua cavalgando no Filipe a minha visão é outra. Sem pressão, só desejo puro, tanto dele quanto meu.

Eduardo Avelar🚨

Eduardo: Você tem certeza disso?- a dor de cabeça que toda essa merda tá me causando é de outro mundo.

Lucas: sim, senhor. Ela saiu da casa e foi na direção dele, parecia genuinamente preocupada com o bem estar do meliante.

Eduardo: Minha esposa sempre foi muito atenciosa, preocupada até demais. É uma atitude normal.

Lucas: Ele não parecia irritado por ela sair de casa, ele também parecia... parecia bem preocupado. - encaro ele.

Eduardo: Não tô entendendo onde você quer chegar.Tá sugerido o que Moreira?

Lucas: Nada, senhor. Só estou repassando o que eu vi. Apenas dizendo que para uma prisioneira ela até que está bem. E isso é bom, certo? Queremos que a senhora Avelar permaneça intacta.

Eduardo: Mas só está bem fisicamente, estão fazendo a cabeça dela. Carolina sempre  teve a mente bem franca, devem estar manipulando ela. Gosto nem de pensar nos jogos psicológicos que estão fazendo com ela.

A arte da manipulação é bem dominada por eles.

Jogaram muito baixo. Quero saber o que disseram...Que ameaça fizerem para ela bloquear todas as nossas contas.

Lucas: Tem certeza que não quer registrar o sequestro? Isso não facilitaria as coisas?

Eduardo: Isso ia envolver muita burocracia.  Não quero um mandado de prisão, eu quero meter um tiro na cara daquele filho da puta.

Ele acha que pode me atingir?

No final das contas, a Carolina volta pro lugar dela ao meu lado e o Ret vira apenas mais um nome em uma lápide.

Lucas: E agora?

Eduardo: Preciso por a mão na irmã dele.- dessa vez não vou ser tão bonzinho com ela- Se eu por a mão nela vai ser ótimo. Óbvio que ele vai trocar a Carolina pela irmãzinha. Minha esposa não tem valor nenhum pra ele.

Lucas: E como a gente vai por a mão nela? A garota tá presa no Complexo.

Eduardo: A gente da um jeito.

Crime PerfeitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora