Carolina👑
Esperei ter certeza que o Ret não estava mais em casa para descer e tomar café. Estou com uma estranha vontade de chutar ele.
Sim, eu sei que por um lado ele não está errado. Sou a droga da refém dele, isso não é discutível.
Mas sou uma trouxa emotiva que se agarra a qualquer mínimo afeto demonstrado. E sim, eu sei que foi só sexo e não teve nenhum afeto, mas foi uma sensação boa que não tive em anos de casamento.
Tomei meu café, espiei para ver se o Ryan havia voltado, mas ainda é o cara estranho no portão. Passei quase toda minha manhã sentada, até decidir fazer um bolo.
Quando coloquei a forma no forno já era meio dia, não ia perder meu tempo fazendo almoço só pra mim. Estava pegando os ingredientes para fazer um sanduíche quando o Ret apareceu na cozinha com marmitas.
Não acredito que ele realmente veio, quando era pra vir não veio. Palhaço.
Ret: Cheguei bem na hora- ele põe as marmitas na bancada- Não sei se tu prefere frango ou carne assada então trouxe ou dois. Comida da Vera é foda, tu vai gostar de qualquer um
Carol: Falei que não precisa trazer almoço. A situação está ruim, mas ficar com pena de mim vai piorar tudo.
Ret: Não sinto pena de você. A gente não pode só apagar os últimos acontecimentos e voltar ao que éramos?
Carol: Ao que éramos? Nunca fomos nada, a gente só passou de alguns limites. Bom, erramos.
Ret: Qual foi? Por que a gente errou? Nós dois estávamos com tesão e o sexo foi incrível.
Carol: Você transou com a sua refém, a mulher do cara que você odeia. Tenho até medo de pensar o que te fez me levar pra cama...
Ret: Tu ser gostosa, esse é o motivo que me fez te levar pra cama. Não tem nada a ver com o cara com quem tu é casada, na real é muito fácil ignorar essa parte.
Carol: Claro, fácil ignorar quando te convém.
Ret: Quando me convém?
Carol: Na hora do sexo você esquece, mas aquele dia no restaurante lembrou a sua irmã de que ela estava tentando jogar o Ryan pra cima de uma mulher casada.
Ret: Ryan? Ah, quero falar dele não. - reviro os olhos- O que chateada que ele não dá em cima de ti?
Carol: Não, isso não é um problema pra mim. Ryan dá em cima de mim, nosso almoço foi interessante.
Ret: Ele não faz teu tipo.
Carol: E qual o meu tipo?
Nem eu sei quem é meu tipo e ele querendo dizer que sabe, só o que me faltava.
Ret: Sei lá, mas aquele cara com certeza não é. A gente pode só parar de falar dele e almoçar? - ele me encara- Por favor?
A gente almoçou juntos, mas não foi nada legal. O clima entre a gente tá muito pesado.
Levantei e coloquei a louça na pia, estava prestes a ligar a torneira quando o Ret parou atrás de mim e me fez virar ficando de frente pra ele.
Ret: Escuta, foi mal. Beleza? Fui babaca, tava estressado e falei besteira. Só que esse clima aqui tá insuportável, o clima tá uma merda.
Carol: Ok. Já disse que não estou chateada pelo almoço e entendo que vocês serem legais comigo não muda o fato de que eu sou uma refém.
Ret: Tu é chamada de refém por falta de uma palavra melhor pra descrever a situação, a gente sabe que tu parece mais uma visita do que uma refém
Carol: Hmm...se você diz. Ryan vai voltar para cuidar do portão?- Ret revira os olhos com a minha pergunta.
Ret: Tu tá preocupada demais com o Ryan, eu hein. Ele tem outros corres pra resolver. César vai ficar no portão... e antes que pergunte é por tempo indeterminado.
Carol: Eu não ia perguntar- ia sim, mas não vou dar o gostinho de admitir.
Ret: Larissa veio falar comigo, quer sair contigo de novo. Souza tá disposto a ficar de olho nas duas, eu libero. Mas tu sabe que tem que ficar na responsa. Se uma pessoa que não é de confiança descobre quem tu é, a chance de tudo desmoronar é enorme.
Carol: Ok, vou me por no meu lugar.
Ret: Tu não tem que se por em lugar nenhum, só cooperar com a gente, assim como a gente tá cooperando contigo.
Carol: Tudo bem, admito que esse sequestro não é nada do que eu imaginei,
Ret: Com a gente tudo é melhor. - ele dá um sorriso de lado- Bom, tenho que voltar aos trabalhos. Tudo certo entre nós?
Carol: Posso lidar com você por mais uns dias. Em uma escala de 0 á 10, você é um irritante número 6.
Ret: Isso tá bem longe de ser um elogio loirinha.
Carol: Que bom, nã o tentei te elogiar.
Ret abre um sorrisinho, um que me causa sensação que eu não gosto.
[...]
Acho que não existe um ser humano nesse lugar que a Larissa gosta, a garota falou mal de cada um que passou por nós.
Lari: Uma pena o Ryan não ser mais seu babá, você podia se divertir tanto no carro dele.
Carol: Você é afim dele? Faz uma propaganda ótima do cara.
Lari: Não faz meu tipo. O meu tipo é que não presta, mas finge que presta. Ryan não presta, mas ao menos admite.
Carol: É, ele deixa isso bem claro.
Larissa: Ninguém aqui chama tua atenção? Já viu o tanquinho do Souza? Passar a língua lá deve ser incrível.
Carol: É um abdômen e tanto- tomo um gole do meu suco- Mas eu gosto da nossa relação de amigos.
Lari: Victor?- ela questiona encarando que ele que sentou em outra mesa para falar com o Souza.- Se atrai por ele?
Carol: Não.
Lari: Resta meu irmão, mas ele não é lá essas coisas... - ela me encara- Né?
Carol: É.
Lari: Carolina, que "é" foi esse? Não passou credibilidade nenhuma.
Merda.
ESTÁ A LER
Crime Perfeito
FanfictionCom ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.