Forty Five | 45.

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CALÍOPE MARINO

O ritmo frenético da manhã me arrastou para o escritório, onde Layon, meu mentor, já estava sentado em sua mesa, uma expressão serena e profissional estampada no rosto. Seus olhos, no entanto, captaram minha entrada apressada, revelando uma ponta de preocupação que ele tentava disfarçar.

— Calíope, tudo bem? Parece que você teve uma noite agitada. — Layon observou, levantando levemente as sobrancelhas.

Respirei fundo, tentando recuperar um pouco da compostura antes de responder.

— Sim, foi uma noite complicada. Mas estou aqui e pronta para trabalhar. — Falei, forçando um sorriso que não alcançava meus olhos cansados.

Layon assentiu, compreensivo, mas decidiu não aprofundar o assunto naquele momento. Sabia que podia contar com ele não apenas como mentor, mas também como alguém que entendia que a vida pessoal muitas vezes se entrelaçava com a profissional.

- Bom, desde que você esteja bem. Agora, vamos falar sobre o relatório que estávamos revisando.

Concordei com Layon, voltando minha atenção para as responsabilidades profissionais. Juntos, mergulhamos nas análises e estratégias, uma paleta de gráficos e números que, por um momento, serviu como um refúgio temporário dos desafios pessoais que me assombravam.

[...]

Enquanto discutíamos os detalhes do relatório, minha mente, apesar de concentrada no trabalho, ocasionalmente se desviava para a figura enigmática de Killian. Uma dualidade persistente entre o profissional e o pessoal se desenrolava dentro de mim, deixando-me dividida.

O dia seguiu seu curso, com reuniões e tarefas a cumprir. Layon, percebendo minha determinação em manter o foco, evitou tocar em assuntos pessoais. No entanto, ele permanecia presente, como um apoio silencioso em meio à complexidade da vida.

Ao final do expediente, Layon fez questão de me lembrar de que o equilíbrio entre vida profissional e pessoal era crucial para o bem-estar. Agradeci seu conselho, mas antes de me despedir, ele lançou uma observação cuidadosa.

— Calíope, saiba que estamos aqui para apoiar uns aos outros. Às vezes, compartilhar as preocupações pode aliviar o peso que carregamos sozinhos. Se precisar conversar, estou à disposição.

A oferta de Layon ecoou em meus ouvidos enquanto eu deixava o escritório, enfrentando novamente a encruzilhada entre a vida cotidiana e os dilemas pessoais que me aguardavam.

Decidi, então, ir à cafeteria próxima para ganhar algum tempo antes de tomar decisões definitivas. Enquanto saboreava um café, meu telefone tocou, interrompendo meu momento de reflexão.

Era Killian.

— Alô?

— Onde você está?  — Killian questionou do outro lado da linha.

— Na cafeteria, porquê?

— OK!

— Killian?! — chamei o mesmo. Mas ele já tinha desligado.

— Problemas? — Layon perguntou.

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