Amor Azul Centáurea

Epílogo - Quatro

José  fechou os olhos, finalmente ele havia colocado aquilo para fora. Pensou que nunca seria capaz de dizer aquilo a alguém, se sentiu confortável o suficiente para deze a Júlia.

— Eu sei que é errado, mas.... Aconteceu.

Julia assim como a grande maioria não sabia que Cadu era um irmão adotivo, afinal ele se assemelhava um pouco com o Renê.

— Vocês... — Julia colocou as mãos sob os lábios se sentando num fardo de feno.

— F-foi só um beijo, e-e-eu não sei como aconteceu, mas aconteceu. Eu... Eu estava triste, e foi... Foi bom. Eu não queria dizer isso mas é verdade foi bom, eu gostei.

José sentiu um enorme alívio ao dizer aquilo, que parecia até que iria chorar a qualquer instante.

— Meu deus como me sinto sujo Julia, sujo de mais — disse sentando ao seu lado — e ele também gostou. E agora estamos brigando feito loucos para evitar um o outro mas... Porra eu tô tendo uma tara no meu irmão.

— Bom... Bizarro — Julia engoliu seco não sabia o que falar.

— É claro que não somos irmãos de verdade. Cadu é a adotado Ju.

Julia o olhou confusa.

— Está zoando?

— Não, ele sempre foi adotado, é que minha mãe nunca gostou de falar isso para os outros por medo de o tratarem diferente.

— Mas ele é a cara do seu avô, o mesmo que morou aqui, os olhos verdes, até o jeito do seu pai...

— É o que a adoção faz ué, ficamos parecidos com o meio que crescemos. Ele não é filho do meu pai.

Ela ergueu a sobrancelha ainda mais surpresa.

— Sério?

— Sim, mas ainda é meu irmão.

—  Eu tô um pouco chocada confesso. — deu uma pausa pois nunca pensou a respeito.

— Merda, você ainda sente algo por mim, não é? — disse José estranhando o jeito de Júlia.

— Não, seu ego é  muito inflado José, meu Deus. Claro que não, mas confesso que vocês estão dois gatões. — Ela riu, estava tentando aliviar o assunto — Tiraria uma casquinha só que estou noiva. Eu só estou aqui pois queria dar um apoio a vocês por conta da morte de Anastácia.

— Merda, minha mãe deve me odiar — Bufou um ar e quanto colocava a mão na cabeça.

— Para com isso... Até parece que ela não sabia.

— Que? Como assim?

— Ah vamos combinar, você e Cadu sempre tiveram uma relação mais forte que a de irmãos, o modo como ele sempre te tratou, como um Deus, agora faz todo sentido. Uma vez escutei uma conversa de sua mãe e a minha, eu nunca dei muita importância por que éramos crianças. Mas vai por mim, ela sabia que vocês tinham certa intimidade... Ou pelo menos tinha noção que a relação de vocês era mais forte que irmandade.

— Oh, merda — Respirou fundo, já estava lhe faltando ar.

— Ela havia dito a minha mãe, que vocês quando eram pequenos ficavam medindo seus “palitos” escondidos. Que Renê teve uma conversa seria com vocês. — ela deu uma pausa — Eu nunca dei a mínima não havia entendido mas agora... Acho que palitos eram seus pa...

— Mas a gente era pequeno, nem entendia para que aquilo servia, é coisa de criança isso, toda criança faz Julia. — Interrompeu José

— E quando acha que aconteceu então? Me diz quando? Não foi um simples beijo. Quando você se deu conta que estava apaixonado por ele?