Epílogo - Doze

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No restante do dia não houve conversa, pareciam brigados, ou estranhos de mais para ter um diálogo ou ficar perto um do outro.

Na manhã seguinte Cadu pulou em cima de José  invadindo o seu quarto.

— Acorda mané!

— Ah... Que merda Cadu! O que foi, hen?

— Já são quase uma hora da tarde, dormiu tarde por dormir sozinho?

— É, mais ou menos isso... Merda os animais.

— Já cuidei de tudo.

— Você?

— É...

José  coçou os olhos confuso.

— O que acha da gente sair hoje?

— Que? Pensei que estava bravo comigo.

Cadu virou se sentando e mexendo nas unhas.

— Não estou bravo com você Zé.

José se ergueu olhando através da janela e o clima não estava agradável.

— Não me parece um dia agradável para sairmos, está frio.

— Está perfeito. Vou te esperar no estábulo.

Depois de alguns segundos José apareceu, vestindo uma blusa de frio azul marinho, como capuz sob a cabeça. O clima estava friento e sereno, além disso uma nuvem de orvalho cinzento deixava o dia ainda mais soturno.
Cadu o espera segurando o arreio de Brasa, que direcionou ao José, a sela já estava posta. José o olhou com olhos curiosos e serrando os mesmos. Ele não sabia mas aquela expressão era a favorita de Cadu, quando suas sobrancelhas grossas e escuras quase se ajuntavam, os olhos castanhos de cílios curvos pretos quase se fechava, mordia os dentes deixando o maxilar quadrado ainda mais visível, e seus lábios ainda mais avermelhados, assim como a ponta de seu nariz. Era como se o mundo parasse.

— Onde vamos? — insistiu José  — Você nem gosta de andar a cavalo.

Cadu nem ouviu direito...

— Han?

— Onde vamos Cadu?

— Ah, é só queria dar uma volta, ir até o lago.

— Você ama aquele lugar, não é?

Cadu deu um riso leve.

Ambos montaram no mesmo cavalo, Cadu segurou na cintura de José que guiou o cavalo até o grande lago escuro. Algumas gotinhas finas de chuva caiam do alto, mas não o suficiente para molhar, era só a umidade presa nas folhas dar árvores. Sentaram-se no gramado de frente ao lago escuro, de águas lodentas esverdeadas, embaixo de um enorme castanheiro. Cadu adorava aquele clima, adorava aquele lugar, adora a nuvem de orvalho que se formava ainda mais densa perto do lago, o frio ainda mais intenso da região por conta da umidade da água e das árvores.

— Aqui não parece com aquelas cenas de filme de terror? — disse Cadu após minutos em silêncio observando a água.

— Uhum, parece que um monstro vai sair da água a qualquer instante. Por isso gosta desse lugar?

— Todos nós temos um lugar favorito Zé, esse é o meu, lembro a primeira vez que viemos aqui com o pai, parecia um lago privado e reservado.

Deu um sorriso.
Ambos se olharam, suas mãos que estavam em cima do gramado apoiando seus corpos se tocaram, José tocou o dedinho de Cadu provocando uma sensação de anseio e Cadu o olhou com aquele par de olhos verdes que José tanto gostava.
José sorriu.

— Ainda pensa em ir embora? — Murmurou Cadu.

José como resposta deu os ombros.

— Cadu acha mesmo que vai ser fácil? Que a gente vai se dar super bem? Imagina se terminarmos, iríamos continuar sendo irmãos porém ex namorados.

— Por que acha que iria acabar?

— Porque pode ser só fogo...

— Fogo Zé? Fogo desde os 10 anos, o que eu sinto não me parece fogo.

— E o que você sente Cadu?

— Sinto que quero ser seu.

Os olhos de José se abriram, ele se espantou com a resposta do irmão.

— Sinto que não adianta eu posso beijar, namorar qualquer um e sempre penso em você, no seu cheiro no tom da sua voz que é o meu som favorito, no modo possessivo e ciumento que você cuida de mim — Cadu riu brincando, na verdade ele odiava a posse de José mas não perdoa a chance de o alfinetar e José também riu, porém continuou: — Zé, eu amo vocêm

Olhou para José e tocou seu rosto com uma carícia doce. José segurou o punho de Cadu o olhando, ambos se aproximaram e se beijaram, um beijo tenue e doce. Cadu inclinou-se para trás e José avançou em cima dele como se fosse devora-lo pela própria boca, como se fosse sugar e consumir sua alma, Cadu tentou empurra-lo, mas José segurou oas mãos de Cadu no alto o deitando completamente sobre a grama úmida e ficando por cima daquele corpo, ombros os corpos se conversavam.
Finalmente separaram seus lábios podendo respirar. Cadu deu um riso, e José correspondeu.

— Agora está quente — disse Cadu.

— Não tanto quanto eu queria — se levantou e estendeu a mão ao irmão — Vamos para casa, vamos

Os olhos de José já sinalização o seu anseio e sua vontade, a mente de José já visualizavam o futuro e a vontade que ele tinha de ter o corpo de Cadu junto ao seu.
Cadu não hesitou segurou na mão do José e levantou-se.

...

Abre-se a porta aos beijos, seu lábios não desgrudavam, em passos sinuosos e confusos pisando horas no pé de Cadu, e horas Cadu no pé de José, entraram no quarto empolgados, já tirando a despindo a camisa, até que um barulho ecoou no andar debaixo, ambos pararam a ação assustados.

— Zé? Carlos? — ecoou a voz de Renê.

— Porra — murmurou José colocando sua camisa de volta — Merda

— Tá tudo bem — disse Cadu com mão sobre o peito de José — Tudo bem... — riu. — Podemos continuar depois...





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Aviso: eu tive que mudar a segunda parte da história, por que ela estava sendo narrada em 3a pessoa entretanto não ha como, ela tem que ser narrada por um dos personagens.

ps: o Kauã vai ser o capetinha dessa história kkkkkkkkk e gente essa história é mto antiga, então não esperem o Taz por que quando escrevi  o Kauã não passava de um advogado pilantra (ele não tinha uma história) na verdade se forem ver a ordem do caos é um spin off dessa história e não o contrário... foi por causa dele que parei de escrever essa história. Mas espero postar tudo.

Amor Azul CentáureaOnde histórias criam vida. Descubra agora