Epílogo - Seis

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Estava sem sono girando pela cama, era madrugada, talvez duas da manhã, pensava em tudo menos no enterro de sua mãe que fora pela manhã do dia anterior. José escutou um soluço choroso durante aquela madrugada solene, era abafado como se estivesse apenas escapulido.
Levantou-se diante aquele breu da noite, não acendeu a luz pois ia apenas espiar, abriu a porta de seu quarto devagar: o corredor estava vazio - mesmo escuro era possível ver, andou pelo mesmo tocando com suas mãos a parede, e no final do mesmo onde ficava a sala espiou e vou um alguém, uma sombra mais escura que o escuro encolhida no sofá. Não era seu pai, como estava pensado. Era o Cadu.
Pensou em ignorar e o deixar chorar, mas seria muito cruel, ele parecia tão frágil, frágil como sempre era visto pelos olhos de José que caminhou lentamente até o garoto.

— Ei — Falou baixinho.

Cadu não respondeu, apenas o olhou com os olhos transbordando e a cara toda avermelhada, mesmo no escuro era possível ver por conta do reflexo da luz causada por aparelhos atrelados a tomada, como a luz do botão da tevê, som, telefone, estava mais vermelho mais que o normal. José tocou o ombro dele e se sentou ao seu lado, em um segundo Cadu precisava de um ombro amigo e encostou em José o abraçando em seguida e ambos deitaram abraçados no pequeno sofá, no outro segundo estavam se apertando forte nos abraços, e as mãos grandes do José alisava seus cabelos. Cadu chorava sem parar, e José não tinha lagrimas, na verdade estava retendo o choro, oprimindo, o único em que se deixou levar foi quando recebeu a triste noticia sobre Anastácia, depois disso vestiu sua armadura e até agora não deixo escapar uma lágrima sequer.

Cadu estava ensopando sua camisa cinza de lágrimas. Seus pés descalços também se acariciavam os pés de José no pequeno sofá além das mãos ásperas de José que agora pareciam macias.

— Shhhh — fez José — Está tudo bem Caduzinho.

— Eu sinto que não vou conseguir sem ela.

— Vai sim. Eu sei que é difícil mas vamos.

Cadu sossegou o pulmão, segurando o ar que parecia não parar nele perante a tantos soluços. Então afagou sua cabeça se enfiando mais um pouco no pescoço de José, acabou que beijou o pescoço que aninhava.
José apenas sentiu os lábios levemente molhados de Cadu, achou que foi um engano, mas então recebeu outro beijo, agora entre o pescoço e o maxilar, e quando se afastou para olhar para Cadu para entender o que estava acontecendo, Cadu o beijou, beijou os lábios de José repentinamente.

De início como entender aquilo? Ah, sim: Compactuando! José beijou Cadu de volta, de um modo carinhoso os dois se entrelaçaram em uma vontade tremenda de que aquele toque estivesse reservado durante um longo tempo. E aquele beijo doce, começou a se tornar algo mais quente, Cadu enfiou as mãos por debaixo da camisa de José sentindo a textura de sua pele quente, os pelos corporais e do seu abdômen, e quando José foi fazer o mesmo (enfiar a mão abaixo da camisa de Cadu) Cadu pareceu ter se despertado.
Se afastou olhando assustado para José. Não, aquilo não podia acontecer. Mas há quanto tempo Cadu se segurou para que aquilo não acontecesse? Saiu de cima de José  rapidamente e correu para o quarto.
José ficou lá, acesso como uma lâmpada, com um fogo em meio a sua virilha que nem suas mãos eram capaz de apagar. E sem entender, mas ao mesmo tempo se sentindo traído pelo sentimento que sempre carregou e que agora começava aflorar em seu coração.

Após o pequeno devaneio José  observava o sofá que não era o mesmo de sua casa na cidade, encostado na parede com um leve sorriso no rosto, e sua calça jeans marcava um protuberância excitante. José olhou para o próprio pênis que dava sinal de vida dentro da calça e resmungou:

— Traíra!

Negou um pouco com a cabeça aquele seu fogo repentino por uma lembrança. Ele queria negar, mas não conseguia enganar seu corpo, e a todo momento se lembrava do ato enquanto pensava no Cadu que invadia sua mente de minuto a minuto, se deitou para relaxar a mente um pouco antes de tomar banho, mas não conseguia desligar seus pensamentos. E ali deitado em sem sono aproveitou para pegar no seu membro duro, e brincar com o mesmo pensando em Cadu, que não estava em casa.
Ele sabia que precisava ainda de um banho, então planejou os seguintes fatores: se masturbar, tomar banho, cuidar de seu novo machucado, dormir um pouco (isso se Cadu chegasse cedo, afinal José já estava agoniado com sua ausência). Cuspiu na mão após liberar o seu pássaro da gaiola, ou melhor da calça. Estava duro feito uma pedra, passou a mão úmida em si o lubrificando com a própria saliva e já era possível escutar o som melequento da mão escorregadia na cabeça levemente rosada e macia, e enquanto se tocava, lentamente de cima para baixo, de baixo para cima, imaginou Cadu e o beijo, e se imaginou nu com Cadu naquele sofá, naquela mesma noite se Cadu tivesse ficado mais com ele.
Sua mão alisava com um pouco mais de voracidade e portanto desceu ainda mais a calça tornando suas bolas mais livres para chacoalhar com o movimento agitado de sua mão. E som do atrito da mão com o seu pênis ereto contemplavam o local. Deu mais uma cuspida na palma da mão para tornar ainda mais melecado, mesmo que o seu membro já babasse por completo de líquido pré seminal, o cheiro do suor de sua virilha e de seu pênis pairavam no ar enquanto imaginava o cheiro de um outro alguém: Cadu.
Bastou alguns segundos pensando e se tocando que atingiu o ápice mais rápido do que podia imaginar, enquanto suas bolas cabeludas se salientaram em uma agitação proporcionada pela sua própria mão, e batia sobre suas coxas fazendo um atrito gostoso, tentou não gemer mas não conseguiu, o gemido fora tão involuntário quanto o líquido que esguichou se melecando todo, era tanto líquido que a primeira jatada sujaram sua camisa, e as outras duas o sofá e sua calça, enquanto gemia sem parar sentindo seu corpo regozijar-se da própria frese de seu gozo prazeroso, da liberdade e do prazer de se tocar pensando em Cadu. Tocou com a ponta do dedo a glande ainda melecadas, e ainda por excitado, e dali esticou um fio denso de esperma, na qual colocou a ponta do dedo na boca, e depois lambeu a lateral suja da mão provando de seu próprio esperma denso e sutilmente amargo.
Fechou os olhos e lambeu a Paula de sua mão suja com mais perspectiva e vontade, como se a beijasse, sentindo seu próprio gosto, não satisfeito passou a mão na virilha suja, sujando as pontas dos dedos de sêmen, e levou para sua língua, lambendo os dedos como se tivesse enfiado a mão num pote de doce.

Amor Azul CentáureaOnde histórias criam vida. Descubra agora