Epílogo - Dez

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— Haja luz — disse José num tom de desânimo depois de arrumar o interruptor e apertando o mesmo.

A luz acendeu e o jardim se iluminou, ficou bonito, tanto quanto a área. Havia duas lâmpadas queimadas mas o restante estava intacto.

— Legal! — disse Cadu se jogando na pufe colorida.

José retirou a escada pequena e colocou em algum canto, e depois se lançou no Puff e com o pote nas mãos.

— Cê lembre desse pote? — perguntou Jose.

— Como não lembrar do pote de vaga-lumes.

Cadu riu, se levantou e se sentou no outro Puff ao lado de José  pegando o pote.

— Enchemos ele de vaga-lumes, aqui havia tantos quando éramos pequenos.

— É, dia desses vi um na piscina, mas morreu afogado.

Cadu riu.

— “as vezes quando olho para vocês meu coração brilha feito o bumbum de um vaga-lume” — disse os dois em uníssono como se recitassem um poema.

Ambos riram.

— É, você lembra — disse José surpreso com a fala conjunta de Cadu.

Cadu fez que sim.

— Enchemos esse pote demos para mamãe dizendo que seria um abajur. — Cadu riu.

— E quando ela soltou todos os vaga-lumes você chorou daí ela disse essa frase... — José falou com um riso.

— É. Eu era um chorão... ainda sou.

— As vezes acho que meu coração é como o bumbum de um vaga-lume — disse José e Cadu tossiu um riso. — Quando eu olho para você — acrescentou José

José olhou para Cadu com aquele olhar e colocou sua mão sobre a mão de Cadu que segurava o pote. Cadu molhou os lábios olhando para José sentindo uma vontade imensa em beija-lo. Uma pequena tensão se instalou Cadu tirou uma das mãos do pote e acaricia sutilmente a barba e o rosto de José que fechou os olhos para sentir o toque de Cadu.

Foi o momento perfeito para Cadu lhe roubar um beijo e foi o que ele fez, como se aquilo fosse mais forte que ele, aquela tensão, aquela vontade, aquele desejo novamente e repentino. Cadu não queria que isso acontecesse de novo, mas simplesmente aconteceu, novamente e sem que ele esperasse que fosse realmente rolar, a tensão sexual ente os dois estavam tão forte que as vezes só de se olharem faíscas acendiam, e podiam jurar que ambos os corações brilhavam como o abdômen de um vaga-lume.

Cadu se afastou e um dos seus dedos repousou sutilmente sob o lábio de José. Ele abaixou a cabeça contestando o feito.

— É mais forte do que pode imaginar. — Sussurrou José  —  E você pode tentar se afastar quantas vezes quiser, mas enquanto estivermos perto um do outro vai ser assim. Eu passei minha vida toda tentando mascarar o que eu sentia por você.

— Isso é errado.

— Se te amar é um erro eu serei um eterno errante. A única solução é um de nós ir, seguir a nossa vida longe um do outro.

Cadu deixou uma de suas lágrimas escapar. Secou imediatamente. Chorão.

— Quando você descobriu?

— Quando te bati aquela vez na adolescência. Eu te bati por que eu não estava mais conseguindo controlar o que eu sentia por você.

— Eu quem te bati.

— Claro eu já tinha arrebentado sua boca, me restava deixar você me cassetar, quando vi o sangue escorrer eu prometi que nunca mais iria encostar em você. Deixei você me bater a vontade... — explicou José

— Pensei o mesmo quando arranquei sangue do seu nariz.

Ambos riram.

— Mas foi uma briga besta... a mãe ficou furiosa depois nós dois apanhamos dela..

— Eu estava morrendo de ciúme. E você quando descobriu? — perguntou José.

— Acho que sempre te amei — Cadu respondeu baixinho — Muito. Mas acho que só me dei conta quando a mãe se foi, naquele dia em que a gente se beijou no sofá.

— Ah...

Cadu se ajeitou até encostar sua cabeça no ombro de José.

— É difícil.

— É — retrucou Cadu.

— Posso dormir essa noite com você de novo?

— José. — relutou Cadu

— Só dormir...

Cadu deu um riso e segurou nos braços de José.

— Sim, mas vai ter de tomar um bom banho. Está fedendo a cavalo. — cedeu.

— Ei! — exclamou José  dando uma fungada para conferir o cheiro debaixo dos braços — Tá legal cê tem razão.

Cadu gargalhou o empurrando.

E depois já de banho tomado e trocado para dormir após  algumas horas ambos se encontravam no quarto, Cadu deitado do modo que costumava deitar olhando para o teto, José acabara de entrar no ambiente.

— Está querendo me provocar com esse shortinho beira-cu?

— É de dormir... — Cadu disse depois de uma boa gargalhada.

— Sua bunda fica linda nele.

— José! Para cara! — disse num tom repreensivo.

— O que? Só estou elogiando.

José caminhou pelo quarto analisando o mesmo, o quarto era perfeitamente arrumado. Havia uma escrivaninha, uma estante de livros com muitos livros, uma poltrona virada para a janela um tapete vinho no chão amadeirado.

— Por que aqui parece tão maior que meu quarto?

— Por que eu não o mantenho bagunçado. — respondeu Cadu

José riu se sentando na beira da cama.

— Por que não coloca uma camisa? — resmungou Cadu

— Não gosta do meu corpo?

— Eu gosto e muito — disse Cadu escondendo a cara no travesseiro — inclusive por favor não volte para academia, você está lindo sem aqueles gominhos na barriga, bem mais sexy.

— Pensava que gostava deles. Sempre olhava.

— Não, muito musculo, eu gosto de uma barriguinha sabe disso. Você está no ponto.

— Por isso está tentando ter uma?

— O que tô feliz com meus 77 quilos... E sou um magrelo, não há nada aqui, nunca engordo mesmo comendo igual uma jamanta.

— Ótimo, estou abandonando a academia, quero ver se vai me amar quando eu chegar a 200 quilos comendo feito louco.

— Não é para tanto você pesa quase cem quilos bem distribuídos ta perfeito grandão.

— 85, eu acho

— Tanto faz. Só sei la se mantém assim.

— O que ganho com isso?

— Meu pau na sua mão. — disse Cadu

Cadu riu se escondendo atrás do travesseiro todo avermelhado.

— Ah é isso mesmo que eu quero. — disse José tirando o travesseiro do rosto de Cadu e indo para cima do ruivo.

Os dois se beijaram, e dessa vez se beijavam mesmo, como da primeira vez no sofá. Mas logo pararam ambos não queriam se excitar, mesmo que José já estivesse sentindo seu pênis querendo crescer dentro dos shorts.

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Tá acabando o epílogo agora a história vai ficar louca, vai ser tiro, porrada e porrada e tiro...

Amor Azul CentáureaWhere stories live. Discover now