Nove:

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🌼Bianca Vasconcelos:

Quarto dia...

—Você ainda não transou com ele?

—Não. Eu deveria?

—Vocês andam se pegando por todo lugar, praticamente fogem juntos achando que ninguém irá perceber, então sim. Deveria.—Pinta a unha mediana, de um dourado horrendo. Há gosto para tudo. O dela é singular, exótico.

—Eu deveria ter feito isso, se seu querido irmão não tivesse nos interrompido.—Reviro os olhos, olhando para o teto.—Ele conseguiu se vingar, daquela vez que eu acabei atrapalhando a foda dele com aquela mulher. Disseram que ele não lembrava mais, o que foi uma grande mentira.

—Como assim ele atrapalhou? Ele te viu pelada?—Beth pergunta alarmada.

—Não.—Minto. O que elas fariam, se soubesse que o irmão me viu pelada DUAS vezes? Essa vergonha, eu guardo só para mim.

—Ufa!—Kate passa a mão na testa.

—Ufa?

—Claro. Ufa. Se você com roupa, já é toda gostosona, sem roupa, deve ser uma maravilha esculpida. Jason poderia começar a sentir desejo por você, e Cold poderia não gostar. A amizade poderia ser abalada, e blá blá blá caixinha de fósforo.

Sim, eu ensinei a elas.

—Nada contra você, é claro, você é nossa amiga. Mas se encontre com o Jason, é decretar a própria sentença.—Kate folheia uma revista, como se estivesse lendo. Ela odeia leitura.

—Gente, vocês estão indo para outra realidade. Amizade abalada por causa de mulher? Me envolver com Jason? Estão no multiverso?—Estalo os dedos.—Jason e Cold, jamais brigariam por uma mulher, mesmo se ela fosse uma Marjorie Estiano. A amizade não se abalaria, pois eu e Cold só temos uma amizade perigosa. E não me envolveria com Jason, pois ele é um estrume, que eu odeio. Fim.

—Se não odiasse?—Começou.

—Eu ia amar ter você como cunhada.—Beth continua usando o esmalte horroroso dela.—Seríamos ainda mais unidas.

—Quando nascer asas em mim.—Digo revirando os olhos.

—Tudo é possível.—Kate diz.

—Vai que essa implicância dele, seja para disfarçar algo mais.

—Pode ir parando com essas teorias da conspiração de vocês. Não existirá nada entre mim e Jason. Não se iludam.—Me levanto do sofá. Estico os braços, sentindo o estalo no osso.—Acabou o papinho de cupido das duas. Jason é o último homem da face da terra que eu namoraria.

Aquilo é um traste.

—Agora se me dão licença, eu preciso tomar um pouco de sol.—Bocejo.

—Não andou dormindo, mocinha?—Kate me encara com malícia.

—Nem tudo se baseia em sexo, Katherine.—Ela odeia quando a chamam pelo nome completo.

—E o que a puritana andou fazendo durante a noite e a madrugada?

—Nada demais.—Dou de ombros.

É a verdade. Eu só fiquei tempo demais no celular. Acabei ficando sem sono, e peguei um livro para ler. O tempo passou, e eu só fui dormir depois das duas da manhã. As sete, eu já estava de pé.

—Não acredito.

—Não ligo se você acredita ou não, piranha.—Imito alguém que elas detestam.

—Some daqui.—Kate joga uma almofada de decoração no meu rosto.

—Vadia!

—Também amo vocês. Beijos de luz.—Mando bejjo, saindo da sala de conversa, que elas estavam.

O irmão das minhas amigas.(Concluída)Where stories live. Discover now